Dominado
Vitória justa e incontestável do Benfica, num jogo dominado do princípio ao fim. Podemos eventualmente queixar-nos de não termos resolvido o jogo mais cedo e conseguido um resultado um pouco mais folgado, mas o mais importante são os três pontos, e esses foram conquistados sem grande dificuldade.
Com o Bruno César e o Saviola como alterações no onze que jogou no Porto (saíram Aimar e Nolito), o Benfica mostrou desde o apito inicial uma enorme superioridade sobre os romenos do Otelul Galati. O que vimos nos primeiros minutos foi o exemplo daquilo que se veria durante o resto do encontro, com o Benfica a ter quase sempre a bola em seu poder e a jogar no meio campo adversário. O jogo nem sequer parecia ser da Champions, assemelhando-se mais a um jogo típico do Benfica para a liga portuguesa, com o nosso adversário encolhido junto da sua área, a jogar com as linhas muito juntas, e aproveitando qualquer falta, mesmo que assinalada quase sobre a linha do meio campo, para mandar toda a gente lá para a frente e despejar a bola para as imediações da nossa área. Sem ser assim, não conseguiam aproximar-se sequer da nossa baliza. Mas os romenos mostraram que sabem defender de uma forma razoavelmente organizada, e por isso conseguiram evitar que o domínio claro do Benfica se traduzisse numa enxurrada de oportunidades de golo. Estas foram, no entanto, aparecendo esporadicamente, e os maiores desequilíbrios apareciam quase sempre dos pés do Gaitán. A cinco minutos do intervalo foi ele quem inventou um grande passe a solicitar uma diagonal do Bruno César, da esquerda para o centro, e depois o 'chuta-chuta', em frente ao guarda-redes, marcou com aparente facilidade o golo que resolveu o jogo.
Na segunda parte o campeão romeno tentou obviamente vir um pouco mais para a frente e pressionar mais alto o Benfica, logo na saída de bola da nossa defesa. Aos dois minutos conseguiram mesmo o primeiro remate à nossa baliza - o que mostra bem o quanto estiveram controlados durante o jogo. Mas com mais ou menos vontade, a verdade é que mostraram pouca capacidade para nos incomodarem seriamente. Apesar do esforço extra dos romenos nos ter dificultado um pouco mais a gestão da posse de bola, já que a nossa qualidade de passe caiu um pouco, a posse de bola continuou a ser avassaladora para o Benfica, o jogo tornou-se progressivamente mais aborrecido, e o único eventual factor de irritação era mesmo não darmos a machadada final no jogo. Não que estivesse particularmente preocupado com a capacidade do Otelul conseguir remeter-nos para a nossa área e pressionar-nos na procura do empate, mas com uma vantagem mínima tememos sempre que algum lance de infortúnio possa roubar-nos uma vitória mais do que merecida. Só aos noventa minutos é que o Otelul (sem surpresas, depois de mais um livre no círculo central despejado para a área) conseguiu fazer o seu segundo remate na direcção da baliza, à figura do Artur, que ao não segurar a bola permitiu uma recarga que passou perto da baliza. Seguiu-se a resposta do Benfica com um remate perigoso do Rodrigo, e o final do jogo.
O Gaitán foi claramente o melhor jogador do Benfica, tendo quase todas as melhores iniciativas atacantes nascido dos seus pés. A demonstrar isto, a assistência fantástica para o único golo do jogo. Jogo sólido da dupla de centrais, Luisão e Garay, e também gostei da actuação do Javi e do Witsel.
Pontuar fora, e particularmente vencer na Champions é fundamental, e este resultado é por isso muito importante para as contas da qualificação para a próxima fase. Sem grande fogo de artifício, o Benfica cumpriu hoje a sua obrigação de forma eficaz e profissional, e isso é algo que começa a tornar-se uma constante esta época. O empate do Basileia em Old Trafford não é, à partida, uma boa notícia para o Benfica, pois mantém os suíços na corrida. O duplo confronto com eles que se segue deverá definir muita coisa.
2 Comments:
Mais uma vez se viu que o Benfica não sabe jogar em contra-ataque. Tivémos ocasiões para contra-ataque em que a bola acabou atrasada ao Artur. O ataque apoiado até nem foi tão mau como isso, pena os centros terem saído quase sempre demasiado altos.
Estou um bocado apreensivo com o jogo contra os Suiços. É uma equipa que marca golos muito facilmente e nós nem por isso.
O importante agora é ganhar ao Paços e esperar que o fequepê perca pontos com o fequepê-C.
A crónica esta muito boa na sequencia daquilo a que nos tens habituado.
JFilipe muita dessa incapacidade de não jogarmos bem em contra-ataque vem também da equipa estar muito centrada e jogar muito para o Cardozo que de todo não é um jogador para contra-ataque se por ventura as ultimas substituições fossem o Aimar e o Rodrigo pelo Cardozo e pelo Gaitan ou Bruno César veríamos sem duvida bons contra-ataque e talvez ate mais golos.
O maior problema neste momento da equipa é o de não matar os jogos o que provoca um desnecessário desgaste psicológico na equipa.
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