Ajax
Nova vitória no Torneio de Amesterdão, e conquista do troféu. O Jorge Jesus já se pode pelo menos gabar de, em três semanas, ter conseguido ao serviço do Benfica um palmarés comparável ao do Nandinho.
A quantidade de jogos que temos feito de certeza que já pesa, e talvez por isso o Cardozo e o Aimar ficaram no banco de início. Para os seus lugares, Nuno Gomes e Carlos Martins. Foi um dos jogos mais complicados que o Benfica fez nesta pré-época. O Ajax joga bem e rápido no ataque, e entrou decidido, mas se há coisa de que não nos podemos queixar é de falta de sorte neste jogo. É que o Ajax resolveu dar uma ajuda, e quando ainda pouco tínhamos feito no ataque já nos víamos a ganhar, graças a um 'autogolão', com a bola a fazer um chapéu perfeito ao guarda-redes adversário. Este golo quebrou o ímpeto inicial do Ajax, e permitiu-nos assentar o jogo. Hoje não houve, no entanto, aquela pressão alta e muitas trocas de bola no ataque (notou-se a diferença no estilo de jogo do Aimar - que traz a bola para a frente colada aos pés, e em passes curtos - para o Carlos Martins, que dá preferência a passes longos), mas em vez disso viram-se bastantes saídas rápidas para o contra-ataque, aproveitando o balanceamento atacante do Ajax. Numa dessas saídas o Di María fez o segundo golo, numa jogada bonita em que a bola ainda passou pelos pés do Ramires, Nuno Gomes e Saviola. Isto deixava adivinhar um jogo mais ou menos tranquilo. Só que nos minutos finais da primeira parte o Ajax pressionou bastante, a chegou ao merecido golo, num grande remate à entrada da área após uma tabela que tirou o Luisão do lance.
Na segunda parte o Benfica parecia apostado apenas em gerir o resultado, tendo mais uma vez o Ajax entrado bem. E mais uma vez aproveitando uma falha da defesa holandesa, marcámos o golo da tranquilidade, sendo o David Luiz à boca da baliza quem aproveitou um mau corte de um defesa adversário. Seguiram-se alguns minutos de desorientação do Ajax, durante os quais o Benfica deu a impressão de poder marcar um quarto golo quase em cada ataque que fazia, e só nos quinze minutos finais é que o Ajax voltou a tomar conta do jogo e a pressionar, chegando ao segundo golo e ainda ameaçando o empate um par de vezes. Não o conseguiu, e assim o Benfica saiu de Amesterdão com o pleno: duas vitórias e o troféu.
Di María e David Luiz foram para mim os melhores. Bem acompanhados pelo Javi García (muito bom nas compensações e a destruir o jogo do adversário, não hesitando em recorrer à falta quando necessário) e pelo Ramires, cuja primeira parte me agradou mesmo muito, sobretudo nas ajudas defensivas e subsequentes saídas para o ataque. O Maxi esteve ao nível habitual, e o Shaffer voltou a mostrar-se mais no ataque, e melhorou um pouco na defesa (embora ainda com algumas falhas). Menos bem pareceu-me o Luisão na primeira parte, em que acumulou erros. Não é propriamente uma surpresa, pois o Luisão tem tendência a ter estas falhas enquanto não ganha ritmo, e ele até agora apenas tem dois ou três dias de treinos nas pernas. Na segunda parte já melhorou a sua prestação.
Agora são cinco dias sem jogos até ao Torneio de Guimarães. Vai parecer uma eternidade.
4 Comments:
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Estou a gostar...
O Ramires veio confirmar as boas indicações que já tinha dado no primeiro jogo, muita rapidez, bom toque de bola, bom no desarme..
O Di Maria esteve muito desiquilibrador
O Maxi fez dos melhores jogos que já lhe vi fazer
O David Luís cortou tudo, é a central que se torna muito acima da média e não à esquerda!
O Fábio Coentrão quando entra, mostra que não é inferior ao Di Maria.
O Shaffer cruza muito bem, mas tem de melhorar defensivamente.
O Luisão esteve mal, mas é uma questão de ritmo!
A equipa base está encontrada e parece-me bem montada, com os jogadores nas posições onde podem render mais. Mesmo sem deslumbrar, lá vamos dando um ar da nossa graça..
Parece-me que desta vez, neste início de temporada, estamos com a equipa mais definida.
Há umas dúvidas positivas, quando temos dois ou mais jogadores para a mesma posição, ou outras mais negativas, que evidenciam falta de soluções.
No centro da defesa, temos para dar e vender. Quando algum baixe de forma, teremos em principio sempre alternativa.
A trinco, o Javi, afinal e ao contrário das bocas madrilistas, parece ser a solução que nos faltava para aquela posição. Quando ele não tiver "on", pomos lá o Ruben, ou até o Ramires, que me parecem servir para as posições de meio campo para a frente, lançando a dúvida de quem fará companhia ao Aimar, que irá passar o campeonato de pés no ar, tantas serão as sarrafadas que os jogadores do CRAC irão presenteá-lo. Os que lá jogam e os 20 que andarem emprestados pelos outros clubes da Liga.
Problemáticas parecem-me que continuarão a ser as posições GR (desculpem, mas nenhum dos três me deixa minimamente descansado de frangar alguma vez), e a de lateral esquerdo. Léo, volta, estás perdoado... (?).
Curiosidade será ver o que o JJ vai fazer com Di Maria e com o Fábio. Acho que só estão à vontade nas mesmas zonas, e estão para "explodir" esta época.
e pronto, foi para cá deixar umas ideias.
Saudações Benfiquistas!
Um jogo que serviu para confirmar o que se tem feito: a tão falada pressão tem vindo a desaparecer (se é por causa do cansaço dos jogadores ou não irá-se se ver nos próximos jogos), o Garcia parece ser de facto uma mais-valia (se vale os 7 milhões isso é para outra altura)e Schaffer é bom a atacar mas fraquito a defender (para rever se será da adaptação dum futebol totalmente diferente do que está habituado a jogar ou não). De resto como bem salientaste notou-se a diferença de tipo de jogo devido à troca do organizador do jogo atacante neste jogo e talvez por isso não se viu tanto Saviola como se tem mostrado. Ao contrário de Luisão que se nota ter começado mais tarde, David Luiz parece já estar numa boa forma. Tem contudo de se controlar um pouco (em Portugal a jogar assim não aguentaria o jogo até ao fim). De realçar também que aproveitámos bem os erros do Ajax, mas que a nossa defesa também foi algo insegura e que em termos de jogo jogado eles até foram mais fortes, que se poderá explicar por o Ajax estar mais adiantado na sua preparação (penso que foi o seu último jogo antes do campeonato holandês).
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