quinta-feira, janeiro 14, 2010

Batalha

Um empate acabou por ser um mal menor após a batalha naval que foi o jogo desta noite, disputado num campo em más condições devido ao temporal que sobre ele se abateu.

Meia equipa foi poupada no onze inicial, alinhando dos titulares a defesa habitual (menos o guarda-redes, que foi substituído pelo Júlio César) e no meio campo o Ramires e o Aimar. Quanto ao resto, Roderick a trinco, Coentrão a completar o meio campo, e Nuno Gomes e Éder Luís (a estrear-se) no ataque. A primeira parte foi o mais previsível possível face às condições em que se disputava o jogo. Muita competitividade, muita luta, sobretudo na zona do meio campo, mas pouco futebol bem jogado e uma quase total ausência de oportunidades de golo. Falar de futebol jogado, aliás, nem faz muito sentido. A equipa que melhor se adaptaria ao estado do campo era aquela que mais rápida e eficazmente conseguia levantar a bola e despejá-la para a frente, já que trocas de bola ou jogadores a transportá-la em corrida era quase impossível. O nulo ao intervalo não só era ajustado, como aliás se previa que pudesse permanecer inalterado até ao final.

Mas a segunda parte (já sem Aimar e Nuno Gomes, mas com Javi García e Cardozo e a jogar em 4-4-2) foi diferente. Não na qualidade de jogo, porque era impossível apresentar um futebol muito melhor naquelas condições, mas sim na quantidade de oportunidades de golo que surgiram para ambas as equipas. Começou melhor o Guimarães, ameaçando logo com um remate de meia distãncia, e mostrando-se mais perigoso e melhor adaptado ao campo (conforme disse antes, conseguia chutar a bola mais rapidamente para a frente). As ameaças acabaram por resultar num golo perto do quarto de hora, aproveitando uma intervenção infeliz do Maxi Pereira, que acabou por amortecer a bola para o remate do avançado do Guimarães. O golo não fez o Vitória abrandar, que durante os minutos seguintes dispôs de duas novas oportunidades para marcar, levando a bola à barra da nossa baliza numa, e proporcionando uma boa defesa ao Júlio César na outra (atirando depois ao lado a recarga). A vinte minutos do final, numa altura em que o Di María já tinha entrado para o lugar do David Luiz, o Benfica finalmente acordou e reagiu, e daqui até final as melhores oportunidades de golo pertenceram-nos. Primeiro o Coentrão deu o mote, rematando à barra depois de isolado pelo Cardozo. Cinco minutos depois, a 'passe' do Maxi, o mesmo Coentrão, sensivelmente na mesma zona, não perdoou e marcou o golo do empate. O Maxi teve uma oportunidade isolado, que desperdiçou permitindo a defesa ao guarda-redes, e o Cardozo ainda teve um bom remate, novamente defendido.

Não é fácil fazer destaques num jogo em que pouco futebol se jogou. O Éder Luís estreou-se, fez os noventa minutos, mas não consegui ficar com qualquer opinião concreta sobre ele. Não me parece que o estilo de jogo dele seja particularmente indicado para um relvado naquele estado (acho aliás que para além do Bobó ou do Ali Hassan, nenhum outro jogador teria um estilo de jogo indicado para um relvado tão alagado). Gostei de muitas das intervenções do Júlio César durante o jogo, não tendo culpas no golo sofrido. O Cardozo também teve uma contribuição importante na segunda parte, em particular no melhor período do Benfica no jogo.

Nenhum jogador foi expulso, o que foi importante, também não se lesionou ninguém, o que foi ainda mais importante, e o empate mantém-nos dependentes de nós próprios para passarmos às meias-finais. Para a competição que é, isto bastou-me.

4 Comments:

At 1/14/2010 11:25 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Não foi bom.

Num jogo de pontapé para a frente do princípio ao fim, o Guimarães adaptou-se melhor e teve o triplo das oportunidades, o triplo dos cantos e o triplo de livres na zona da área adversária.

Não está em causa a aplicação dos atletas do Benfica, mas os nossos adversários ganhavam muito mais bolas divididas e isso originou mais jogo junto da nossa baliza.

Não foi bom porque, após todo este desgaste continuamos dependentes de uma vitória em Vila do Conde para seguir em frente.

Não foi bom, porque o desgaste que este encontro causou, vai ter impacto no próximo Domingo na Madeira. A 2ª parte com o Marítimo não vai ser fácil.

Não foi bom para o Maxi, pois teve um deslize enorme que originou o golo adversário e também já tinha tido um semelhante no ultimo encontro para o campeonato. Poderia ter-se redimido com uma grande oportunidade de marcar, na parte final do encontro, mas também voltou a falhar.

Não foi bom, pois o David Luís saíu lesionado. Vamos ver se recupera para o marítimo.

Não foi bom, porque o jogo não deu para criar rotinas no Éder Luís nem para "dar jogo" ao Aimar.

Em suma, um jogo que nos causou desgaste físico elevado, que não nos trouxe qualquer benefício e ainda ficámos, na mesma, a ter que ganhar na ultima jornada para seguir em frente na prova.

 
At 1/14/2010 10:31 da tarde, Anonymous Filipe said...

Não curti as opções de Jesus na primeira parte. Aimar, Éder Luís e Nuno Gomes num campo naquele estado não se compreende!! E o Aimar nem é nada dado a lesões!!
Na segunda parte corrigiu-se o erro com a saída do Nuno e do Argentino.
Gostei muito do Júlio Cesar

 
At 1/15/2010 1:10 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Sim, forma opções que se revelaram sem êxito e apenas compreensíveis, dando a esta competição um interesse reduzido, apostando fortemente na poupança de outros atletas para o encontro com o Marítimo.

Por isso eu refiro no comentário anterior que não foi bom.
Essa estartégia não resultou,... não se poupou os jogadores, pois tiveram que entrar na 2ª parte e o resultado também não ajudou, pois teremos que ganhar ao Rio Ave na ultima jornada desta fase da Taça da Liga

 
At 1/15/2010 7:32 da tarde, Blogger joão carlos said...

Anonymous disse “teve o triplo das oportunidades” deves ter visto um jogo que eu não vi nem o treinador adversário foi tão longe, a verdade é que eles tiveram o triplo dos cantos até devem ter tido mais faltas perto da nossa área agora as oportunidades elas equivaleram-se quer na quantidade quer na perigosidade.

Quanto ao Maxi na minha opinião não foi ele que falhou o guarda redes fez uma grande defesa e no golo o Luisão não fica isento de culpa já que se fez ao lance e não efectuou o corte condicionando a recepção, má, do Maxi.

O grande erro foi utilizar o Aimar não só pelo alto risco de lesão como não é o jogador ideal para aquele tipo de jogo, alias o que faltou na primeira parte foi um jogador que remata-se bem fora da área tipo Carlos Martins, a opção errada por Aimar obrigou a queimar uma substituição que mais tarde fez falta.

O pior do jogo foi o perigo consentido na segunda parte nas bolas paradas quando tivemos cinco torres em campo.

 

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