Qualidade
Ainda apanhámos um pequeno susto e foi necessário sofrermos um pouco, mas a nossa qualidade acabou por vir ao de cima e, assim, carimbámos a esperada e desejada passagem às meias-finais da Liga Europa.
Com uma vantagem confortável no bolso, o Benfica entrou de forma descomplexada no jogo, parecendo apostado em marcar cedo um golo que dissiparia quaisquer dúvidas ténues que ainda pudessem existir sobre o desfecho da eliminatória. O PSV, algo surpreendentemente, considerando-se que teria que marcar pelo menos três golos, apareceu a jogar praticamente em contra-ataque, preferindo dar a iniciativa de jogo ao Benfica para depois tentar explorar saídas rápidas em contra-ataque. Mas mais uma vez, revelava insegurança na defesa, sobretudo quando os seus jogadores eram pressionados. Para termos uma noite tranquila, eu pensava que o ideal seria marcarmos primeiro, ou então não sofrermos um golo durante o primeiro quarto-de-hora do jogo. Durante esse período, o Benfica teve pelo menos duas boas oportunidades para marcar, pelo Gaitán, e pelo Saviola, este após interceptar um mau passe de um defesa. O PSV, nem sequer ameaçou a nossa baliza, mas marcou mal findou este período, numa das primeiras vezes que foi à frente. Foi precisamente num contra-ataque rápido, conduzido pela direita, finalizado com um centro para o segundo poste, onde apareceu o Dzsudzsák a marcar.
O golo motivou o PSV, mas nem assim me pareceu que tivesse tomado conta do jogo, pois continuou a apostar na mesma estratégia de esperar pelo Benfica no seu meio campo, e depois lançar contra-ataques rápidos com bolas metidas para as costas da defesa (onde, por diversas vezes, o Lens caía em fora-de-jogo). Mas as coisas complicaram-se mais para o nosso lado, primeiro porque ficámos sem o Salvio, que foi obrigado a sair por lesão (já jogava inferiorizado desde os sete minutos), e depois, porque o PSV, oito minutos depois do primeiro golo, fez o segundo. Eu não tenho dotes de adivinho, mas juro que quando vi o Carlos Martins (que tinha entrado para o lugar do Salvio) a pastelar com a bola no nosso meio campo defensivo comecei logo a torcer o nariz. O que se seguiu foi um passe em esforço para o Saviola, uma perda de bola, e no contra-ataque o Lens, à segunda (depois do Roberto ter defendido o primeiro remate) fez o golo. Após apenas vinte e cinco minutos de jogo, o PSV via-se na situação de ter que marcar apenas mais um golo para seguir em frente. O Benfica acusou a situação e tremeu um pouco, quase sofrendo mesmo um terceiro golo depois de um erro do Maxi, mas nos minutos finais pareceu acalmar novamente, acabando por chegar ao golo no último lance da primeira parte. Aproveitando uma má saída do guarda-redes Isaksson a um livre marcado da direita pelo Carlos Martins, o Luisão controlou a bola e, sem a deixar cair, com um remate à meia volta colocou-a junto ao ângulo superior da baliza, levando-a ainda a tocar na barra. Este terá sido o momento decisivo do jogo.
A segunda parte, conforme seria natural, mostrou que o PSV tinha acusado muito o golo sofrido, enquanto que o Benfica voltou mais confiante, e apostado em controlar a posse de bola e reduzir o ritmo do jogo, o que foi conseguindo sem grande dificuldade, já que o PSV não arriscava muito para pressionar os nossos jogadores. Com tempo e espaço para construir as suas jogadas de ataque com calma, o Benfica foi-se aproximando da baliza holandesa, e já depois de uma ameaça séria num remate do Gaitán, acabou por beneficiar de um penálti pouco após a passagem da hora de jogo, por falta clara sobre o Peixoto - não se percebe porque é que o Marcelo, autor da falta e já amarelado, continuou em jogo. O Cardozo converteu o penálti (se calhar pode-se dizer que foi mal marcado, já que a bola entra rasteira a meio da baliza, mas para mim qualquer penálti que resulte em golo é bem marcado) e acabou com todas as dúvidas sobre quem passaria às meias-finais, já que ao PSV seria necessário marcar quatro golos em menos de meia hora. Daqui até final, foi apenas torcer para que o Benfica ainda conseguisse vencer o jogo, já que o PSV praticamente entregou-se, e apenas num livre do Dzsudzsák obrigou o Roberto a esforçar-se, mas o Benfica também não me pareceu particularmente preocupado em forçar muito à procura de mais um golo.
Entre os melhores, destaque para o César Peixoto (não, não é engano). Esteve tacticamente muito disciplinado, quer nas trocas de posição e dobras ao Coentrão, quer na ajuda à zona central do meio campo. E ainda ajudou bem no ataque, sendo o lance do penálti cometido sobre ele um exemplo. Bom jogo também do Luisão, que mais uma vez apareceu no momento certo para marcar um golo decisivo. Gostei também bastante do jogo do Javi García.
A lamentar neste jogo temos a lesão do Salvio, que pelos vistos o poderá afastar da equipa numa altura em que teremos tantos jogos decisivos. Temos agora o Braga entre nós e a final de Dublin. Infelizmente, e ao contrário do que o sorteio tinha ditado, a ordem dos jogos foi invertida e teremos que jogar a segunda mão fora. Mas como o jogo é organizado pela UEFA, e não deverá ser arbitrado por um qualquer Sousa ou Xistra, esta inversão da ordem dos jogos já não me preocupa tanto.
9 Comments:
Quando vi a branca do Maxi pensei que estávamos feitos. Um pouquinho mais de qualidade no meio campo e o PSV metía-nos fora da prova.
São jogos demais a sofrermos o primeiro golo (neste caso também o segundo). Diz-se que nenhum plano resiste ao contacto com o inimigo mas isto é um bocado demais. Há uma certa incapacidade em avaliar os adversários antes do jogo e que obriga a que os ajustes sejam feitos já no decorrer da partida.
é o normal JFilipe.
O JJ é sempre comido tacticamente com equipas não Portuguesas.
Mas pior é não aprender com os erros.
Porque é que profissionais desta coisa, não apreendem processos e formas de abordagem correctas à competição e começam sempre ou quase sempre a perder ?
Nem a "tranquilidade" do resultado da 1ª mão foi suficiente para nõa começarmos a perder.
E não, não trememos um poquinho. Trememos muito.
A inconsistência é tanta, que o próprio treinador do PSV afirma taxativamente que tem sérias dúvidas sobre a possibilidadfe real do Benfica vencer esta competição.
Se o treinador do PSV sabe assim tanto, e tanto mais que o JJ, gostaria que alguém me explicasse porque é que o Benfica está nas meias-finais e o PSV ficou pelo caminho...
E nem vou entrar na discussão do 'comido tacticamente'. Aparentemente, o futebol é um jogo de onze contra onze em que o Benfica está proibido de sofrer golos. Se sofrer, então é porque o treinador é mau.
Claro que pode sofrer golos.
Tanto pode que tem sofrido muitos.
E tem sofrido sempre primeiro que o adversário o que é uma estratégia perfeitamente definida para baralhar os adversários.
Relativamente à opinião do treinador do PSV, ele lá sabe.
O Treinador do Braga também já afirmou que irá mais longe nesta prova.
As Estatísticas dos resultados do JJ em Braga, de facto, dão alento ao Domingos
Sinceramente de qualidade ontem o nosso jogo ñ teve muita. Pior q isso ví a repetição de vários equívocos já bem conhecidos e incidências q só nos prejudicam.
Acabar apenas com o Sálvio lesionado foi sorte dada a complacência do apitador alemão para as entradas violentas dos holandeses durante todo o jogo.
O mesmo Sálvio esteve quase 10 minutos em campo já lesionado qd era notório após a assistência médica q ñ estava em condições. Posso estar a especular se disser q ele agravou a lesão com esta brincadeira, mas ao mesmo tempo isto é possível.
O Carlos Martins na selecão ñ o vejo jogar da forma displicente q joga no SLB e ñ percebi pq razão o Aimar ñ jogou de início, tinha q jogar o AFILHADO do JJ Peixoto.
Enorme o golo de Luisão em uma altura crucial o capitão mostrou o caminho á equipa e é um golo de muita qualidade , os "peixotos" ainda nos vão trazer dissabores se isto continuar assim. Os MVP's dos mérdia são fruto de interesses curruptamente instalados.
Agora é tudo ou nada e vai dar para ver quem é quem e o que vale, ñ chegar pelo menos ás finais da liga europa e ganhar a taça de Portugal nem sequer pode ser uma hipótese.
et pluribus unum
Conquistada a 13ª Taça de Portugal em Volei
Mais uma crónica fiel ao que se passou em campo.
JFilipe se reparares quase todos estes jogos em que sofremos primeiro do que marcamos só aconteceram depois da saída do David Luiz, jogador que foi muito criticado pelos benfiquistas no inicio da época e quer queiramos quer não essas criticas tiveram grande peso na sua saída.
Anonymous desta vez o que mais uma vez falhou foi a concretização e não a falta de atitude ou surpresas tácticas, não nos podemos esquecer que falhamos duas grandes oportunidades antes deles sequer se aproximarem da nossa grande área só depois disso é que eles nos surpreenderam.
SLB4EVER a opinião de que o Peixoto jogou por ser afilhado não cola tanto mais que com a saída do Salvio não foi o Aimar que entrou. Essa critica ao Peixoto neste jogo não faz sentido tanto mais que mesmo sendo ou não sendo o melhor jogador em campo o que é certo é que foi dos melhores e foi isso tenho eu a certeza a sua melhor exibição com a camisola do Benfica e isso não invalida todas as criticas justas feitas anteriormente agora não podemos é criticar quando ele joga bem porque isso sim é banalizar a critica e tira relevo aquelas que realmente se justificam.
Oi, ñ estou a criticar a exibição do Peixoto neste jogo mas o estatuto ñ merecido q o JJ lhe deu. De qq modo em tantos jogos o mínimo dos minimos é fazer 1 ou outro em condições.
Sidnei a marcar contra o Beira Mar, carrega SLB.
O Elmano continua a roubar descaradamente o SLB sempre q pode, o desplante q com q ele faz isso mesmo na luz é inacreditável.
Aí está vai entrar o Peixoto, q surpresa...
Um pequeno susto???? O período entre o 1º golo do PSV e o do luisão foi de absoluto pânico !!!!!
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