sexta-feira, novembro 18, 2011

Tormenta

Péssimo relvado, mau jogo, sofrível exibição, bom resultado. E o Benfica passou incólume pela tormenta e está na próxima eliminatória da Taça de Portugal, que é o que mais interessa.

Onze inicial com várias alterações, conforme esperado. Eduardo na baliza, Miguel Vítor e Capdevila nas laterais, Rúben Amorim na direita do meio campo, e um dupla de avançados constituída pelo Mora e o Nélson Oliveira. O problema maior deste jogo, e que acabou por condicioná-lo do princípio ao fim, foi o estado do relvado, completamente alagado devido à chuva torrencial que teimou em cair durante quase todo o jogo. Houve sempre muita luta e pouco futebol jogado, com o Benfica a tentar naturalmente assumir as despesas do ataque, mas sendo muito difícil construir jogadas minimamente elaboradas, já que jogar em passes curtos era quase impossível, e progredir com a bola nos pés muito difícil. Ainda assim conseguimos criar três boas oportunidades de golo, pelo Nélson Oliveira, Mora e Nolito, mas o nulo ao intervalo era perfeitamente normal para o futebol que se conseguiu jogar.

Pouco ou nada mudou na segunda parte, tendo-se caído numa situação em que praticamente só se conseguia levar a bola para o ataque com pontapés para a frente, porque tentar fazê-lo de outra forma era um suplício. Qualquer livre tinha que ser aproveitado para despejar a bola para as imediações da área, mas o Benfica hoje não mostrou muita inspiração para criar perigo através destes lances, ou dos vários cantos que conseguiu conquistar. A Naval também conseguiu ser um pouco mais perigosa, sobretudo através de contra-ataques, mas também esses lances foram afectados pelo estado do relvado (com uma grande excepção, que por pouco não resultou em golo). Mas mais uma vez foi o Benfica quem criou mais e melhores oportunidades para marcar: Javi García, com a bola a ficar presa na lama quando ele estava pronto para, à boca da baliza, a empurrar para o golo; Bruno César, a cabecear na pequena área após boa iniciativa do Nolito, e a ver o guarda-redes da Naval fazer uma defesa pouco ortodoxa com o pé, quando já estava em desequilíbrio; e Rúben Amorim, num remate de fora da área que passou muito perto do poste. Foi preciso recorrer ao novo menino bonito da Luz, Rodrigo, que saltou do banco a oito minutos do final e, da primeira vez que tocou na bola, marcou o golo decisivo. Foi após mais um livre despejado para a área pelo Rúben, com um defesa da Naval a falhar o corte e a deixar a bola morta no centro da área, para um remate rasteiro de primeira e à meia volta do Rodrigo. Eliminatória resolvida, e prolongamento evitado.

Apesar de ser difícil fazer muitos destaques num jogo destes, elejo Rúben Amorim, Nolito e Luisão como melhores neste jogo. O Rúben jogou 'à Rúben': fez três posições durante o jogo, e foi muito competente em todas elas - talvez onde tenha estado melhor foi no centro do terreno. O Nolito foi sempre dos mais batalhadores e irrequietos no ataque, sendo autor de muitas das nossas jogadas mais perigosas. E o Luisão foi o patrão do costume, num jogo em que teve muito trabalho devido ao elevado número de lances aéreos que foi obrigado a disputar.

Vitória justa, missão cumprida na Figueira, e agora pensemos em garantir a passagem aos oitavos-de-final da Champions já em Manchester.

1 Comments:

At 11/20/2011 7:32 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma crónica espectacular.


Tenho apenas uma pequena discordância no que se refere ao perigo que criamos nas bolas paradas, das oportunidades que dispusemos cerca de sessenta por cento foram criadas em lances de bola parada onde eu estou de acordo contigo é na segunda parte onde me pareceu termos mais lances em que despejamos bolas para a área e onde não fomos tão perigosos como fomos na primeira parte mas ai deixamos de ter o Aimar e sobretudo o Bruno César esteve particularmente mau na execução dos livres indirectos.
Onde tivemos mal foi no índice de aproveitamento das oportunidades criadas fossem elas obtidas de bolas paradas ou em lances corridos.

 

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