Complicada
Vitória muito complicada em Paços de Ferreira, num jogo que acabou por ser decidido por pormenores de talento dos nossos jogadores, e que nos permite agora estar a um ponto do primeiro lugar.
Gaitán no banco e titularidade do Saviola no lugar deixado vago pelo Aimar foram as principais novidades no onze, onde também esteve, conforme esperado, o Capdevila em vez do castigado Emerson. Logo nos primeiros minutos deu para ficar com uma boa imagem daquilo que o jogo seria. O Benfica com muito mais posse de bola, a tentar construir com paciência os seus ataques face a uma equipa que acumulava jogadores em frente à sua área, e o Paços a sair com muita velocidade - quase sempre através do Melgarejo - para o contra-ataque assim que recuperava a posse de bola. Na fase inicial conseguimos criar boas oportunidades para marcar, pelo Nolito e pelo Saviola, mas o Cássio opôs-se bem aos remates. Depois vimos o Cardozo não conseguir chegar a tempo de emendar um cruzamento que fez a bola passar ao longo da linha de golo. Até que, em mais um contra-ataque conduzido pela esquerda, e já depois de ter ameaçado num canto, o Paços chegou ao golo pouco antes da meia hora, contra a corrente do jogo, diga-se. O Artur ainda se opôs ao primeiro remate, com uma grande defesa, mas depois chegou a ser irritante ver como três jogadores do Benfica perto do lance ficaram literalmente a olhar enquanto o Michel controlava a bola, a passava para o pé esquerdo, e rematava para a baliza. O Benfica acabou por acusar o golo, e a qualidade do nosso futebol piorou, tendo mesmo o Paços, mais uma vez pelo inevitável Melgarejo, estado perto de voltar a marcar, tendo sido novamente o Artur a evitar males maiores. Pouco antes do intervalo, mais uma demonstração cabal das instruções que os árbitros têm tido nestas últimas jornadas para não assinalar penáltis a favor do Benfica - foi um em Guimarães, dois em Coimbra, e hoje pelo menos outros dois, que resultaram em amarelos para os nossos jogadores.
Houve duas alterações ao intervalo (Nélson Oliveira e Gaitán nos lugares do Saviola e Nolito) e esperava uma reacção forte do Benfica na segunda parte, mas não foi nada disso que aconteceu. Nos primeiros minutos da segunda parte só deu Paços mesmo, e se o Paços se apanhou a ganhar com alguma felicidade, agora fomos nós quem teve a felicidade de não nos apanhámos a perder por dois golos de diferença. Ainda e quase sempre com intervenção do Melgarejo nas jogadas (tendo até acertado uma bola no poste), foram várias as situações em que o Paços esteve perto de marcar. Só ao fim de quinze minutos o Benfica pareceu finalmente conseguir acalmar um pouco, mas o cenário não parecia ser nada favorável, pois não havia grande inspiração na construção de jogadas de ataque, e começava-se mesmo a ver demasiadas situações em que os centrais eram obrigados a despejar bolas directamente para o ataque. Foi pois quase surpreendente que chegássemos ao empate, numa jogada em que grande parte do mérito vai para o Nélson Oliveira, que fugiu à marcação pela direita e centrou rasteiro para a área, onde o Cardozo deixou a bola passar para a zona do segundo poste, permitindo a finalização fácil do Gaitán. Tínhamos agora vinte e cinco minutos para tentar o segundo golo, mas não foi preciso tanto. Cinco minutos depois, livre perto da área, descaído para a direita e bem à medida do Cardozo. E quando quase todos esperariam o pontapé do paraguaio, foi o Bruno César quem marcou o livre na perfeição, levando a bola ao fundo da baliza. Com a vantagem no marcador obtida, o Benfica tentou claramente acalmar o ritmo do jogo e manter o mais possível a posse da bola, conseguindo que o jogo decorresse até ao seu final sem grandes sobressaltos. A nossa tarefa acabou por ficar mais facilitada pela expulsão do Michel, a um quarto de hora do final, e já mesmo a terminar o jogo, por uma segunda expulsão de um jogador do Paços.
Muito bem o Artur, sem quaisquer culpas no golo sofrido, onde até fez uma defesa brilhante ao primeiro remate, e tendo evitado em mais de uma ocasião que o Paços ampliasse a vantagem. Importante mais uma vez a entrada do Nélson Oliveira, que mexeu bastante com o jogo e fez a jogada do golo do empate (e foi-se familiarizando com a realidade de ver um cartão amarelo caso sofra algum toque na área). Mas o melhor jogador do Benfica esta noite foi claramente o Melgarejo.
Era imperioso vencer para aproveitar a escorregadela do Porto e aproximarmo-nos do primeiro lugar, colocando mais alguma pressão sobre eles. O objectivo foi, portanto, alcançado. Agora é continuar a ganhar os nossos jogos, porque ainda há muito campeonato pela frente.
4 Comments:
Vitória importante mas tivémos muita sorte. Deixámos o adversário rematar 16 vezes (!) à nossa baliza e foi mesmo fruto do acaso não ter entrado mais um. Fizémos apenas 8 remates, o que nos valeu foi a eficácia. As equipas sabem como jogamos e adaptam-se, o Benfica parece não estudar os adversários.
O Melgarejo promete muito. Ficou-me na retina logo no início da primeira volta. É o melhor extremo do campeonato e tem ainda uma enorme margem de progressão.
Mais um óptimo post.
Desta vez tivemos a sorte que nos faltou nos últimos jogos.
JFilipe valeu-nos a eficácia na segunda parte onde fomos perfeitos ou quase perfeitos nesse capitulo, porque na primeira parte foi a falta de eficácia principalmente nos primeiros vinte e cinco minutos que nos colocou em maus lençóis já que tivemos hipóteses mais que suficientes para marcar um golo que modificava completamente o cariz do jogo e nos deixava a salvo daqueles contra ataques que foram alias a origem do golo e de todas as hipóteses que eles tiveram de marcar.
É verdade, João Carlos, mas também é verdade que deixar o adversário rematar tantas vezes significa não se ter feito o trabalho de casa. O Benfica mesmo a jogar em ataque continuado não pode deixar o adversário rematar tanto.
Empatar jogos em que o adversário é quase inofensivo e tem sorte num charuto ou mesmo dois (como sucedeu no início da época) é uma coisa, isto é um problema táctico grave. O VP topou-nos bem no jogo da Luz. O tipo de desiquilíbrio posicional que mostrámos n vezes neste jogo tinha sido aproveitado pelo fequepe para nos marcar um dos golos.
Não se pode facilitar, sobretudo porque as próximas equipas que apanharmos vão tentar explorar este «filão.» Temos uma hipótese razoável de ganhar o 33ro mas o Jesus tem que mudar alguma coisa na forma como a equipa se reposiciona nas perdas de bola.
Belas Fotos em todos os posts....
http://seromaradona.blogspot.com/
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