sábado, janeiro 28, 2012

Batalha

Este foi mais uma daquelas vitórias que nos deixa com a sensação de poder ter sido um passo muito importante no caminho para o título. Sentiram-no os adeptos, e pela reacção no final, parece-me que também o terão sentido os jogadores. A sensação com que fomos ficando durante a semana era a de que o 'caldinho' estava a ser preparado, e de que havia uma aposta forte em que o Benfica deixasse pontos em Vila da Feira. A aposta saiu furada.

O onze apresentado pelo Benfica hoje deixou de fora o Nolito e o Gaitán, tendo jogado o Bruno César e sido entregue ao Rodrigo a função de cair preferencialmente sobre o lado direito, com o Witsel e o Aimar no centro. Durante a semana falou-se bastante das reduzidas dimensões do relvado, mas para mim foi o estado do mesmo (ao nível de um Alvalixo nos seus melhores dias) o adversário mais incómodo. A primeira parte do Benfica não foi brilhante. Houve muita luta, os jogadores do Feirense pressionaram e fecharam bem no meio campo e conseguiram bloquear o nosso jogo. Mostrámos alguma lentidão a sair para o ataque, e facilitámos um pouco a tarefa ao Feirense ao jogar muito pouco pelos flancos, já que quer o Bruno César, quer o Rodrigo tinham sempre tendência para vir para o meio, sendo o Maxi praticamente o único que, com as suas subidas no terreno, ia causando perigo junto à linha. Conseguimos ainda assim criar três boas ocasiões de golo, sempre pelo Rodrigo, com o guarda-redes Paulo Lopes a negar-lhe o golo em duas delas, e a outra a terminar com um remate ligeiramente por cima. A saída para intervalo com o nulo no marcador era preocupante e deixava antever muitas dificuldades para arrancarmos a desejada vitória.

Para aumentar a preocupação, o Feirense colocou-se em vantagem logo cinco minutos após o reinício do jogo. Foi num cabeceamento na zona do primeiro poste, após um canto da direita. Já durante a primeira parte o Feirense tinha ameaçado alguma vezes em lances deste tipo, com cantos ou até lançamentos de linha lateral mais longos sempre feitos na direcção do primeiro poste, e desta vez deu resultado. Males maiores foram talvez evitados pela rápida reacção, que permitiu reestabelecer a igualdade passados apenas quatro minutos. Depois de um lançamento lateral do Maxi o Cardozo desviou de cabeça e o autor do golo do Feirense (Varela) acabou por cabecear para a própria baliza. Pouco depois entraram o Nolito e o Gaitán para os lugares dos hoje apagados Bruno César e Aimar, e o nosso futebol melhorou, sobretudo porque passámos a jogar em toda a (pouca) largura do campo, e o Witsel subiu de rendimento quando avançou um pouco mais. O Gaitán esteve muito perto do golo, o Paulo Lopes voltou a negar o golo ao Rodrigo, mas aos setenta e dois minutos conseguimos chegar ao importante golo da vitória. Foi através de um penálti convertido pelo Cardozo, após falta do inevitável Varela sobre o suspeito do costume - Rodrigo. Com o Benfica em vantagem, o Feirense veio para a frente à procura de novo golo, mas apesar de ter pressionado mais raramente conseguiu criar uma verdadeira ocasião de perigo - apenas me recordo de um lance, em que o Emerson evitou o pior. Pelo contrário, foi o Benfica quem, aproveitando os espaços dados atrás pelo Feirense, perdeu várias ocasiões de resolver o jogo - Gaitán, Witsel e, claro, Rodrigo podiam ter marcado, mas o Paulo Lopes continuou a exibir-se em grande nível, mantendo a incerteza até final.

Na impossibilidade de eleger o Varela como o jogador do Benfica em destaque, escolho então o Rodrigo. Mas se elogio o facto de ter criado quase todas as oportunidades de golo do Benfica, também merece atenção o facto de as ter desperdiçado todas. Foram pelo menos cinco as oportunidades claras de golo que criou ou de que dispôs, e em quatro delas viu o Paulo Lopes negar-lhe o golo, parecendo-me que pelo menos naquela ocasião mesmo a fechar o jogo teria obrigação de fazer melhor. No final acabou por ser ele a sofrer a falta que deu origem ao penálti decisivo. Gostei também do Garay, Witsel e Maxi.

Mais uma batalha ganha na caminhada pelo título. É bom que nos preparemos para enfrentar cenários destes nas próximas saídas que tivermos. Calculo que os andrades não tenham muita vontade de entrar na Luz em desvantagem na tabela.

1 Comments:

At 1/30/2012 7:28 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica esta irrepreensível.


Continuamos jogo atrás de jogo manco do sector esquerdo durante o jogo apenas por uma vez existiu uma combinação entre o Emerson e o Bruno César, mesmo nessa o primeiro perdeu a bola, sendo inevitável a comparação com o flanco direito onde os jogadores combinam entre si e fazem um jogo envolvente.

 

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