domingo, janeiro 05, 2014

Agradável

A pausa de Natal parece ter-nos feito bem. Uma exibição agradável do Benfica - talvez das melhores a que assistimos nos últimos meses - permitiu-nos resolver o jogo bastante cedo, e depois gerir o resultado calmamente e avolumá-lo com naturalidade.


O Benfica não fez quaisquer poupanças e entrou em campo com o onze mais forte que seria possível apresentar neste momento. Entrou também com uma atitude boa, a jogar com rapidez e agressividade, e foi recompensado logo aos dois minutos, altura em que chegou ao primeiro golo. Foi numa jogada bastante bonita, que envolveu o Siqueira, o Markovic e o Gaitán, sendo do pé esquerdo deste último que saiu o cruzamento para o cabeceamento certeiro do Rodrigo. Conforme disse, a atitude com que o Benfica entrou no jogo foi muito boa, com toda a equipa em bloco a exercer uma pressão forte sobre o Gil Vicente, o que resultou numa posse de bola quase permanente do Benfica. E quase sempre que a bola era recuperada, as transições para o ataque foram feitas em boa velocidade, o que permitia apanhar o adversário desposicionado e criar ocasiões de golo com frequência. Quando chegámos ao final do primeiro quarto de hora e marcámos o segundo golo, no intervalo de tempo entre os dois golos já tínhamos criado pelo menos três ocasiões flagrantes para voltar a marcar. O segundo golo foi da autoria do Markovic após uma boa combinação com o Rodrigo na cara do guarda-redes, depois de um bom passe do Enzo sobre a defesa que os deixou a ambos isolados. Com uma vantagem confortável adquirida tão cedo, o Benfica pôde jogar com tranquilidade e a partir da meia hora pareceu-me ter abrandado um pouco o ritmo, mas sem nunca ter largado o controlo absoluto do jogo. E ainda chegou ao terceiro golo, numa saída rápida para o ataque concluída mais uma vez pelo Rodrigo, que rematou para a baliza deserta a passe do Gaitán. Este tipo de jogadas costumavam ser bastante frequentes na nossa equipa, mas já há algum tempo que não as via. Neste caso pareceu-me particularmente importante a rapidez de decisão do Oblak na altura de lançar imediatamente a bola para o ataque assim que a agarrou. Como a equipa do Gil Vicente tinha subido até à área para a marcação de um livre, isto permitiu-nos partir para o ataque rapidamente e apanhar o adversário desprevenido e desorganizado - já disse várias vezes que as constantes indecisões e hesitações do Artur na altura de lançar os contra-ataques são um dos pormenores que mais me enervam nele. 


Tendo a primeira parte rendido a confortável vantagem de três golos, era mais do que esperada uma segunda parte muito menos agitada e de maior gestão de esforço por parte da nossa equipa. Foi exactamente isso que aconteceu. Mas desta vez o Benfica fez uma gestão equilibrada do jogo, pois não cometeu o erro habitual de simplesmente encostar-se atrás e entegar completamente a iniciativa de jogo ao adversário, limitando-se a defender a vantagem. Estivemos sempre por cima no jogo, mesmo jogando a uma velociade mais pausada nunca permitimos qualquer veleidade ao adversário, e apesar das oportunidades de golo serem em menor quantidade a possibilidade do resultado se avolumar esteve sempre presente. Esta confirmou-se com apenas treze minutos decorridos, quando o Lima converteu um penálti a castigar um derrube claro do guarda-redes ao Maxi. Depois deste golo o Benfica poupou-se mais ainda, retirando do jogo os sempre importantes Enzo e Matic, mas nem mesmo assim deixou de estar sempre por cima. O Lima esteve perto do quinto do Benfica e seu segundo da noite num toque de calcanhar defendido por instinto ou acaso pelo guarda-redes, mas acabou por marcar mesmo já em período de descontos, finalizando quase sobre a linha de golo um cruzamento tenso do Maxi.


Muito boa a primeira parte do Rodrigo, que para mim foi o homem do jogo: marcou dois golos e fez a assistência para o Markovic marcar. Markovic que hoje esteve diferente para melhor. Para variar, o Benfica não jogou com menos um porque esta noite o sérvio mostrou uma atitude diferente, empenhando-se até a recuar no terreno para auxiliar a defesa e recuperar a bola. O Siqueira é um jogador que pode acrescentar muito à nossa equipa, e espero por isso que os problemas físicos que apresentou durante a primeira metade da época estejam definitivamente resolvidos. O Matic esteve ao seu nível, gostei também do Gaitán (duas assistências), e o Maxi voltou a estar bem melhor do que a mediocridade que andou a exibir durante uma boa parte da época até agora. No geral toda defesa mostrou-se mais segura - eu acho que isto não é de forma alguma alheio ao facto de termos mudado de guarda-redes, mas não tenho problema nenhum em confessar o meu facciosismo nesta questão.

Depois deste bom regresso é agora altura de pensar no próximo jogo contra o Porto. Pode ainda faltar meio campeonato para jogar, mas para mim será um jogo absolutamente decisivo. E espero que toda a gente dentro do clube tenha consciência disso.

2 Comments:

At 1/05/2014 4:08 da manhã, Blogger José Rama said...

Espero mesmo que em relação ao jogo com os porkos, o JJ não venha com a conversa do costume a dizer que o jogo não é decisivo.
Não vê que é uma mensagem que está a transmitir aos jogadores.

 
At 1/05/2014 7:07 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise ao jogo esta mais uma vez fiel aquilo que se passou em campo.


Simplesmente desolador o número de pessoas que foram ao estádio e a crise não explica tudo e as menos boas exibições mais do que não fizeram que acentuar o divórcio entre os adeptos e a equipa que se verifica desde o final da época passada, neste momento é preciso um safanão para que as pessoas voltem a acreditar na equipa.
Muito boa a atitude da equipa que não facilitou e encarou o jogo com respeito pelo adversário só assim foi possível voltar a ter vitórias confortáveis.
Este é e será sempre um dia triste na história do nosso clube recordo um momento em que sofremos juntos na final de Estugarda naqueles amargos penalties, o pantera negra agarrado à sua toalha eu agarrado ao meu rádio, pelo menos viu o seu clube vencer confortavelmente na sua despedida pelo menos foi contente, mas este ano não poderia ter começado da pior forma possível.

 

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