quarta-feira, novembro 02, 2016

Competência

Foi um jogo mauzinho que acabou com um resultado bom e que para mim ficou ensombrado pela lesão do Fejsa, que forçou a sua substituição e muito provavelmente o terá retirado do jogo no Porto. No final fica acima de tudo a competência da nossa equipa, que conquistou o resultado que era fundamental para manter intactas as aspirações de prosseguir na Champions League.


Com o Benfica a apresentar o onze que tem sido mais utilizado nos últimos jogos, assistimos a uma partida pouco interessante e muito táctica. Os ucranianos, apesar de precisarem ainda mais de uma vitória do que nós, não pareciam interessados em arriscar muito no ataque, e fecharam muito os caminhos para a sua baliza, utilizando um médio defensivo que diversas vezes actuava mais como um terceiro central. O Benfica por seu lado apostava num jogo de paciência, sem grandes correrias e acelerações, mas que assim revelava dificuldades para criar grandes desequilíbrios na defesa adversária. A conjugação disto foi um jogo com poucas ocasiões de golo e situações de maior emoção, a roçar mesmo o aborrecido. Já sobre o intervalo, e na sequência de um livre lateral, surgiu quase que por acaso uma ocasião soberana para o Benfica se adiantar no marcador, quando o Vida cometeu penálti sobre o Luisão ao fazer-lhe uma verdadeira placagem dentro da área. O Salvio não desperdiçou a ocasião. Na segunda parte adivinhava-se que o Benfica pudesse aproveitar algum eventual atrevimento do Dínamo de Kiev, e o início foi mesmo mais movimentado, tendo como ponto mais alti um grande remate do Gonçalo Guedes, que esbarrou com estrondo na trave. Mas pouco depois surgiu o momento mais baixo do jogo, com a lesão do Fejsa depois de uma entrada de um adversário de pitons ao tornozelo dele (para mim foi um lance claríssimo de vermelho directo). Substituição forçada, entrou o Samaris, e o nosso jogo ressentiu-se. Perdemos força no meio campo, o Dínamo passou a ter alguma superioridade nessa zona, e aproximou-se mais da nossa baliza. O Benfica continuou a dispor de espaços para explorar e procurar o golo da tranquilidade, mas houve demasiada falta de clarividência na altura de decidir, e maus passes (ou a ausência destes, preferindo os jogadores insistir em iniciativas individuais) significaram que não os soubemos aproveitar. E quando não se aproveita. arrisca-se a sofrer, e foi isso que esteve quase a acontecer. A pouco mais de vinte minutos do final o Dínamo beneficiou de uma grande penalidade, por falta cometida pelo Ederson quando saiu aos pés do Derlis, depois de uma bola colocada nas costas da nossa defesa. Felizmente, o Ederson redimiu-se do erro e defendeu o penálti, mantendo a vantagem no marcador. O penálti foi, aliás, quase a única ocasião de golo digna desse nome durante todo o jogo para os ucranianos (houve uma outra situação depois de um escorregão do Lindelöf). Nos minutos finais o Benfica optou por segurar a vantagem, reforçou o meio campo com a troca do Gonçalo Guedes pelo André Almeida, e o tempo decorreu até ao apito final sem qualquer tipo de sobressalto.


Não achando eu que tenham havido exibições brilhantes e a merecer muito destaque, ainda assim gostei mais uma vez do Lindelöf, que está feito um óptimo central. Teve uma falha, na qual escorregou a meio campo e perdeu a bola, mas conseguiu recuperar e fez um corte brilhante quando o Derlis já tinha ultrapassado o Luisão e se aprestava para rematar para o golo. O Fejsa estava a ser mais uma vez um dos jogadores mais sólidos até se lesionar. O Grimaldo não foi tão influente a atacar como habitualmente, mas regressou em boa forma e contou com o precioso auxílio do Cervi, que não em qualquer problema em andar a correr atrás dos adversários para ajudar a defender e a recuperar a bola. E, claro, o Ederson tem que ser mencionado pela defesa decisiva do penálti. O Mitroglou hoje não fez um bom jogo, tendo falhado algumas ocasiões em que costuma ser bem mais eficaz - uma delas, na primeira parte, foi mesmo escandalosa.

Com mais um passo dado na campanha europeia, que nos garante pelo menos a passagem para a Liga Europa, é agora altura de começar a pensar no próximo jogo para o campeonato. É mais decisivo para os nossos adversários do que para nós, mas representa uma oportunidade para darmos um passo muito grande para a conquista do tetra. Ja dou como um dado adquirido a ausência do Fejsa desse jogo, mas se há alguma coisa a que nos habituámos esta época foi a não ficar a lamentar ausências. Jogue quem jogar, o objectivo será ganhar.

1 Comments:

At 11/02/2016 7:34 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta uma vez mais muito bem conseguido.


Nem sempre se pode alcançar a tranquilidade num jogo e neste caso por erros na finalização isso aconteceu a equipa muito por culpa da substituição forçada acabou por recuar e neste casos sendo de louvar que a equipa não entre no pontapé para a frente que acaba por nos desgastar muito mais mas é preciso que os jogadores percebam que em alguns momentos, sempre a excepção nunca a regra, o alivio é melhor do que perder a bola em zonas perto da nossa área e perigosas sem exagerarmos temos por vezes de ser práticos.
Percebo que a substituição forçada deixou pouca margem de manobra nas restantes mas pela substituição ficou claro que perdemos de imediato o meio campo por isso a ultima substituição tinha de acontecer mais cedo alias foi evidente que a partir dai conseguimos equilibrar o meio campo e voltamos a ter mais bola e mais longe da nossa área eu percebo que se queira manter a identidade da equipa mas por vezes isso não chega e não resulta e temos de mudar para ficar melhor.
Eu entendo até pelos erros que foram cometidos recentemente, mas não só, que não se force a recuperação dos jogadores lesionados agora não deixa de ser um motivo para reflectir que jogadores com lesões musculares ou hematomas estejam quase á três meses parados o que é demasiado para o tipo de lesões em causa ninguém quer que os jogadores regressem sem estar curados de vez agora não convêm é que isso demore meia época.

 

Enviar um comentário

<< Home