Desequilíbrio
Previa-se um jogo relativamente fácil para o Benfica, e as expectativas confirmaram-se. Foi um apuramento muito tranquilo para as meias-finais da Taça, perante um Leixões que não se deu por vencido e tentou ao máximo lutar com as armas que tem, mas o desequilíbrio de forças é demasiado grande. Foi de tal forma fácil o triunfo do Benfica que deu até para algum relaxamento excessivo na defesa, que ajudará a explicar os dois golos sofridos, e também para o André Almeida marcar um golo. E agora a crónica poderia ficar por aqui, porque se o André Almeida até marcou um golo então já nem seria necessário explicar muito mais.
O onze titular foi mexido q.b., com a troca do guarda-redes, centrais e alas, mantendo-se o resto da equipa. Em relação aos centrais, já o disse anteriormente, não vejo grande diferença de valor entre a dupla Lisandro/Jardel e aquela que tem jogado mais regularmente (a minha preferência pessoal continua a ser a dupla que jogou o ano passado, com o Lindelöf sobre a direita e o Jardel sobre a esquerda). Nas alas, provavelmente neste momento o Zivkovic estará até em melhor forma do que o Salvio, enquanto que o Carrillo parece estar finalmente a subir de produção. O Benfica entrou naturalmente dominador no jogo e a querer resolver cedo. A resistência do Leixões durou vinte e um minutos, altura em que um defesa aliviou um cruzamento do Semedo para a entrada da área, onde o Pizzi controlou a bola e rematou rasteiro para fazer o primeiro golo. Dez minutos depois, o momento alto do jogo, quando o André Almeida fez o seu primeiro golo oficial pelo Benfica. Foi uma tentativa de cruzamento da esquerda, o Mitroglou esticou o pé mas não conseguiu tocar na bola, e esta descreveu um arco para ir entrar junto ao poste oposto. Grande festa de toda a equipa, que estava bem ciente do significado daquele momento. Aos trinta e oito, terceiro golo e a goleada a começar a desenhar-se. Nova incursão do Semedo pela direita, cruzamento atrasado para o Mitroglou ver o seu remate interceptado por um defesa quase sobre a linha, e recarga de trivela do Jonas, da ângulo muito apertado. À beira do intervalo o Leixões reduziu numa jogada simples e bonita, em que após uma boa desmarcação a bola foi cruzada rasteira da direita para um finalização fácil do Porcellis quase de baliza aberta.
Sem nada a perder e motivado pelo golo, o Leixões veio para a segunda parte apostado em jogar de forma completamente aberta. Meritória a atitude do nosso adversário, mas isto naturalmente que tornava o cenário da goleada ainda mais provável. No Benfica, troca do Pizzi pelo André Horta. O Mitroglou logo no reinício parecia querer confirmar que seria uma noite difícil para conseguir meter a bola na baliza, já que cabeceou a bola à trave depois de um cruzamento do Jonas. Depois de na primeira parte terem alternado bastante de posição, na segunda o Zivkovic fixou-se definitivamente na direita enquanto que o Carrillo se fixou na esquerda. Lá na frente, o Mitroglou continuava a sua penosa relação com o golo, vendo o guarda-redes do Leixões fazer uma grande defesa a mais um remate seu, após um toque brilhante do Jonas. Acho que o próprio Jonas entendeu que o esforço do grego para chegar ao golo merecia ser recompensado, e por isso quando o Benfica beneficiou de um penálti a punir uma falta sobre o Zivkovic, a meia hora do final, entregou-lhe a bola para que fosse ele a marcá-lo. O que ele fez de forma decidida, e isso pareceu pôr um fim à má relação com a baliza esta noite. O Leixões ainda voltou a fazer mossa, sete minutos depois, marcando um segundo golo em mais um lance simples e bonito, em que a bola foi metida pelo centro da nossa defesa para uma desmarcação e mais uma vez o passe rasteiro para o centro deixou ao Porcellis a tarefa relativamente simples de empurrar a bola para a baliza, ainda que pressionado pelo Lisandro. Parece-me que com o Fejsa em campo talvez não tivesse sido permitidas tantas liberdades ali na cabeça da nossa área. Mas na direita o Zivkovic estava imparável e ia fazendo a cabeça em água ao lateral do Leixões, e o Mitroglou estava agora de pontaria afinada. Por isso passaram apenas quatro minutos até o Benfica repôr a vantagem de três golos. Depois de uma incursão pela direita e pela área dentro, o centro rasteiro do Zivkovic foi desviado por um defesa na direcção da própria baliza. O guarda-redes ainda conseguiu defender a bola, mas esta ficou à mercê do Mitroglou, que não perdoou. O jogo continuou muito aberto mas apenas nos instantes finais o marcador voltou a funcionar, novamente com um golo do Mitroglou, desta vez depois de uma boa iniciativa do Carrillo no lado oposto, que dentro da área ganhou a linha de fundo e fez o passe atrasado para o grego fuzilar a baliza.
O Mitroglou é obviamente a figura em maior destaque. Foi o jogador mais rematador da equipa, durante muito tempo pareceu que esta não ia ser a sua noite, mas acabou por conseguir um hat trick (dos verdadeiros). Outro grande destaque é o Zivkovic, que mais uma vez aproveitou a oportunidade concedida para mostrar as suas qualidades. Grande toque de bola, transporta-a sempre bem colada ao pé esquerdo, muita qualidade individual que é quase sempre colocada ao serviço do colectivo - tenta quase sempre assistir os colegas - e boa atitude na hora de defender. É um valor seguro deste plantel, e só vai melhorar. Melhorias no Carrillo, que já no jogo em Guimarães tinha mostrado. No 1x1 quando arranca com a bola consegue quase sempre ganhar a frente ao adversário, pena que ainda lhe pareça faltar confiança e muitas das vezes opte por parar o jogo e lateralizar ou jogar para trás. A assistência que fez é um bom exemplo daquilo que pode produzir. E por último, claro, destaque para o golo do André Almeida. Não sei se já o tinha referido.
Mais uma presença nas meias-finais, e mantemos em aberto a possibilidade de conquistar todos os troféus nacionais numa época. O adversário que nos separa do Jamor é o Estoril, numa eliminatória a disputar a duas mãos. Mas isso ainda está longe, a até lá temos vários outros compromissos importantes. A começar já pelo Tondela no domingo à tarde.
1 Comments:
A crónica esta muito bem conseguida.
Se num jogo em casa contra uma equipa da segunda divisão, que ainda por cima não esta bem classificada, não conseguimos fazer descansar os dois jogadores com mais minutos de utilização até agora, e que tem apresentados nos últimos jogos evidentes sinais de desgaste e cansaço, então não sei quando o vamos conseguir fazer é que ainda por cima isso condicionou as substituições durante o jogo ficando mesmo assim um deles até ao fim do jogo.
O hat trick verdadeiro é aquele que feito de seguida sem nenhum golo pelo meio de jogadores da mesma equipa nem de adversário e por esse facto, este também não se pode qualificar como tal e isto em nada tira o mérito de ter sido conseguido nem a quem o consegui alias três dos quatro últimos golos dele foram daqueles que muito apelidam de fáceis daqueles que é só empurrar mas o que essas pessoas deveriam pensar é que para serem fáceis é preciso lá estar é que os outros muitas vezes nem fáceis marcam, normalmente porque nem sequer estão lá.
Mesmo considerando alguma descontracção e desconcentração provocada pelo avolumar do resultado a verdade é que sofremos dois golos a que se somam os três do ultimo jogo e sofremos cinco em dois jogos o que é demasiado e provoca preocupação é os erros foram da forma como a equipa tem defendido num todo e não tem a ver com um ou outro jogador até porque nos dois jogos jogaram vários jogadores diferentes é imperioso resolver esta situação até porque vinha ser um dos nossos trunfos a forma como a equipa defendia num todo e se queremos ter sucesso temos rapidamente de resolver este problema.
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