Tranquila
O apuramento para os quartos de final da Taça de Portugal foi garantido com uma vitória tranquila contra o Real, que resistiu de forma honesta e empenhada aquilo que lhe foi possível mas acabou por não conseguir oferecer grande réplica e foi derrotado por uma margem de três golos. O prémio para o esforço do nosso adversário acabou por ser a saída para o intervalo com o resultado ainda em branco.
Apenas dois jogadores do onze que iniciou o jogo do passado domingo mantiveram a titularidade: Ederson e André Almeida, desta vez a jogar na direita. As nove novidades foram: Yuri Ribeiro (estreia oficial na equipa principal do Benfica), Lisandro, Jardel, Samaris, Danilo, Carrillo, Zivkovic, Cervi e Mitroglou. O nulo com que se chegou ao intervalo reflecte o pouco interesse que a primeira parte teve. O Real fechava-se todo atrás da bola, concentrando jogadores no corredor central, e depois tentava sair o mais rapidamente possível para o ataque através de lançamentos para os jogadores mais avançados. O Benfica revelava dificuldades para ultrapassar a floresta de adversários que se lhe opunha, muito por culpa de um ritmo talvez exageradamente lento que impunha ao jogo. Não me parece que a isso fosse alheio o facto do nosso meio campo ser constituído pelo Samaris e o Danilo, dois jogadores que não são especialmente rápidos a executar ou têm grande criatividade. O Cervi actuava preferencialmente nas costas do Mitroglou, e apesar de ser dos mais empenhados não conseguia render tanto como quando joga na ala. Para a segunda parte regressou o Gonçalo Guedes para ocupar essa posição, passando o Cervi para o seu lugar e o Zivkovic para a direita (o Carrillo já não voltou) e a diferença foi notória. O Benfica, sobretudo pelas acções do Gonçalo e do Cervi, imprimiu muito mais velocidade no jogo e o Real passou a sentir muito maiores dificuldades, potenciadas por um golo madrugador do Benfica. Canto marcado pelo Zivkovic e cabeceamento do Mitroglou ao primeiro poste. Depois continuámos a assistir a um domínio completo do Benfica no jogo, embora teimássemos em adiar a marcação do segundo golo, com demasiada parcimónia no remate - os nossos jogadores tentavam muitas vezes passar a um colega quando podiam rematar, ou demoravam demasiado tempo e depois o remate quando saía embatia num adversário. Só nos últimos minutos ampliámos finalmente a vantagem, numa altura em que em termos físicos os jogadores do Real já pagavam a factura do esforço de terem andado a correr atrás da bola a maior parte do jogo. O segundo golo surgiu num penálti marcado pelo Mitroglou, a castigar uma falta sobre o Gonçalo Guedes, e o terceiro pelo Jiménez (tinha entrado um pouco antes para o lugar do Cervi), num bom trabalho individual em que tirou um defesa da frente antes de rematar, depois de receber um passe do mesmo Gonçalo Guedes.
Os jogadores em maior destaque foram o Cervi e o Gonçalo Guedes, cuja entrada foi decisiva para desequilibrar por completo o jogo na segunda parte. Bom jogo também do Zivkovic e, sinceramente, creio que hoje ficou reforçada a ideia que cada vez menos se justifica que o Carrillo tenha tantas mais oportunidades do que o sérvio. Se eu embirro com o Carrillo não é por achar que ele é mau jogador. O meu problema é com a atitude dele. Ninguém joga tão mal como ele jogou hoje, frente a um adversário muito mais fraco, se não for por uma questão de mera vontade. Se é esta a vontade que ele tem de jogar futebol, então não merece um lugar entre os convocados. Foi bom ver o Jardel de regresso, e quanto ao estreante Yuri, cumpriu perfeitamente. Não complicou, tentou jogar de forma simples e apoiar o ataque sempre que possível, e ainda teve um corte providencial numa das raras ocasiões de perigo criadas pelo Real na segunda parte.
Confesso que hoje tinha alguma expectativa em ver alguns minutos do Jonas, mas já deu para perceber que é uma situação que tem que ser gerida com muito cuidado, sem apressar o que quer que seja. O mais importante é que mais uma etapa da Taça de Portugal foi ultrapassada. Agora tratemos de nos dedicar à perseguição do objectivo do tetra, que passará por trazermos os três pontos da Amoreira no próximo sábado.
2 Comments:
A analise esta muito bem conseguida.
Faz toda a diferença jogar com dez ou com os onze regulamentares é que no caso do jogador que saiu ao intervalo nem é um caso de estar a jogar mal ou não é de nem sequer estar a jogar e estar lá ou não estar acho que não se notava nada a diferença, e o grave é que isto é uma situação que se vem a arrastar desde o inicio da época sem uma única vez se ter visto sequer um sinal de que a atitude poderia ter mudado e neste caso nem sequer pode falar em faltas de oportunidade é que elas tem acontecido sempre com o mesmo resultado é que existem outros com muito menos oportunidades e que tem produzido muito mais.
Penso que o nosso problema na primeira parte no miolo do meio campo foi muito mais de os jogadores terem jogado a par do que pelas características dos mesmo, e muito idênticas de ambos os jogadores, alias basta ver que na segunda parte bastou que um deles se tenha adiantado em relação à posição do outro para o jogar já fluir melhor, ainda que não de forma ideal, tem sido um erro recorrente que até já vem do ano passado sempre que se utilizam duplas mais defensivas de ambos jogarem a par em vez de um ligeiramente adiantado, é que na primeira formula os nunca dores acabam por se atrapalhar a defender e nunca sabem que deve sair a jogar.
Eu também tinha esperança de ver o nosso melhor marcador a jogar se não de inicio pelo menos alguns minutos depois de ter sido convocado mas nem tendo sido convocado sequer para este jogo acho que a chamada para o jogo anterior se deveu exclusivamente a uma jogada psicológica e para deixar em duvida o adversário, alias já vimos isto outras vezes, mas acho que pouco se ganha com isso e acaba por gerar uma expectativa é nos adeptos que depois sai gorada e vai dando uma imagem má e de pouco cuidado, do departamento medico, que até pode nem ser a realidade, ainda por cima quando a sua imagem por tanto caso já nem é das melhores muito pelo contrario.
Concordo e subscrevo a análise ao jogo, D´Arcy.
Bem observado esse aspecto dos dois médios jogarem lado a lado em dez de em 6-8 mais definido, João Carlos. E também acho que não se ganha nada com bluffs nas convocatórias. Mas não me recordo de exemplos recentes, quais foram?
Enviar um comentário
<< Home