domingo, dezembro 30, 2018

Fogacho

Tinha escrito no final da fantástica exibição contra o Braga que seria fundamental manter o momento positivo já para o próximo jogo, porque se voltássemos a apresentar o nível exibicional dos jogos anteriores tudo teria sido em vão. Infelizmente, regressámos mesmo ao nível dos jogos anteriores, se é que não conseguimos jogar ainda pior. E assim fica no ar a sensação de que a exibição contra o Braga não terá sido mais do que um fogacho.


Nem podem ser as alterações na equipa a servir de justificação para uma quebra exibicional tão grande, já que elas foram apenas três e uma delas na baliza. Como habitualmente, jogou o Svilar entre os postes, e as outras duas mudanças no onze foram as entradas do Yuri e do Seferovic para os lugares do Grimaldo e do Jonas. Sobre o jogo, o que há a dizer? Entrámos mal nele e o Aves poderia ter marcado logo nos minutos iniciais. Depois ainda conseguimos equilibrar as coisas, sobretudo sendo capazes de ter mais posse de bola, mas sem conseguir causar grande perigo na frente. As poucas coisas boas que o Benfica ainda conseguia criar vinham quase todas dos pés do Zivkovic, mas o sérvio parecia quase sempre completamente desacompanhado pelo resto da equipa. Uma atitude muito pouco competitiva, que resultava na perda de quase todas as bolas divididas e muitos jogadores quase parados ou expectantes, a reagirem apenas quando a bola lhes era passada. De qualquer maneira quando fomos para intervalo até parecia que o pior tinha passado e que mesmo sem brilho acabaria por não ser demasiado complicado manter o empate, que nos garantia o apuramento.


Mas logo nos primeiros minutos da segunda parte o Aves colocou-se em vantagem. Um lance muito simples mas bastante ilustrativo das facilidades que o Benfica concedeu ao adversário. Uma perda de bola no ataque e o mesmo jogador que recuperou a bola correu praticamente dois terços do campo com ela sem que ninguém o parasse, até fazer o centro tenso para a área. Aí, o Baldé antecipou-se muito facilmente de cabeça ao André Almeida bem junto ao poste, sem possibilidades de defesa. Agora sim, estávamos em apuros e a equipa lá reagiu ao golo, ainda que de forma atabalhoada. O Aves também mudou de atitude (só nos dois minutos a seguir ao golo ficaram três jogadores estendidos no chão) e recuou na defesa de um resultado que lhe era obviamente interessante. E foi já com o Benfica a jogar em 4-4-2, depois do Jonas ter substituído o Cervi, que o Benfica chegou ao empate. Maior mérito para o Zivkovic, que aogra na esquerda conseguiu ganhar dois ressaltos e depois teve a lucidez suficiente para enviar a bola para a zona do segundo poste, onde o Seferovic estava suficientemente sozinho para de forma algo trapalhona ter tempo de tentar controlar a bola para depois a enviar para o fundo da baliza. Benfica novamente em situação vantajosa a vinte minutos do final, mas se o nosso futebol até então já não nos tinha dado motivos para grande satisfação então a partir desse momento foi simplesmente lamentável. O Aves tomou conta do jogo, dispôs de oportunidades para voltar a marcar que só não se concretizaram porque a pontaria deles estava desafinada, e o Benfica praticamente arrastou-se à espera do apito final que carimbaria o apuramento. Uma nota apenas para assinalar o regresso do Salvio à competição, após dois meses de ausência.



Melhor do Benfica claramente o Zivkovic, acompanhado a espaços pelo Gedson e pelo Fejsa, que foi dos poucos a meter o pé e a conseguir ganhar disputas de bola com os jogadores adversários. Tudo o resto foi demasiado pobre ou de má qualidade.

Não soubemos aproveitar o balanço que o jogo contra o Braga nos poderia ter dado e rapidamente voltámos ao nível de exibições de Montalegre. O resultado disto é o reforçar da desconfiança em relação à equipa. E se a exibição da equipa já deu motivos de insatisfação, as declarações do nosso treinador sobre o jogo no final apenas reforçaram essa insatisfação.

1 Comments:

At 12/31/2018 4:54 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta fiel aquilo que se passou em campo.


Mas esta exibição até se percebia se tivéssemos feitos muitas alterações e os jogadores escalados tivessem sem ritmo para alem da falta de entrosamento mas não as alterações foram mínimas e cirúrgicas e por esse motivo ainda se percebe menos, alias como as palavras do treinador que não perdoou a quem, com pouco ritmo, não jogou o que devia no jogo para a taça mas agora foi complacente com os titulares indiscutíveis, que por isso, deveriam ainda ter jogado muito mais.
Quando perante uma equipa que esta em zona de despromoção e que para mais ainda tinha de arriscar mais do que é usual não conseguimos tirar partido disso para fazer um jogo tranquilo, já nem disso bem conseguido, algo vai muito mal é que neste momento já nem é jogar bem ou mal é nem sequer ter oportunidade, a não ser praticamente a que concretizamos, com o adversário a ter muito mais do que nós parecendo que todos os nossos jogos são sempre contra colossos mundiais.
Pelos vistos os jogadores estiveram simplesmente a marimbar para aquilo que o treinador pediu para o jogo mas depois o mesmo parece nem ligar para isso porque depois do que eles fizeram no primeiro tempo nada se passou ao intervalo, e nem sei o que é pior se nada foi feito ou se eles levaram nas orelhas mas depois o que resultou disso foi terem entrado pior do que aquilo que já tinham jogado, e ou se aumenta o nível de exigência a todos, e não apenas aos jogadores, ou dificilmente as coisas vão melhorar.

 

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