segunda-feira, novembro 12, 2018

Normalidade

Regresso às vitórias, que desejamos que seja também o regresso à normalidade. Não foi uma exibição perfeita, longe disso, mas creio que não terá deixado dúvidas sobre se os jogadores estão ou não com o treinador, ou sobre a vontade que têm de dar a volta por cima a este ciclo negativo.


Conti no lugar do Jardel, o regresso do Pizzi por troca com o Gedson e do Rafa para render o lesionado Salvio foram as mudanças no onze em relação ao jogo com o Ajax. Era impossível ter começado pior o jogo. O Tondela entrou de forma bastante agressiva e nem sequer o primeiro minuto tinha terminado e já o Conti desviava para a própria baliza um cruzamento, colocando-nos em desvantagem no marcador. Vindos de quatro jogos sem vencer, iniciar um jogo assim seria um potencial mote para uma noite desastrosa, ainda por cima porque o relvado ensopado poderia ser um obstáculo adicional. Mas a equipa não pareceu acusar muito o golpe e demorou apenas oito minutos a empatar o jogo. Centro largo do André Almeida e grande cabeceamento do Jonas, a enviar a bola cruzada para entrar junto ao poste mais distante. O golo fez bem ao Benfica, que assumiu as despesas do jogo e foi à procura de mais. Mas o Tondela nunca foi uma equipa conformada e tentou sempre responder, o que resultou num jogo aberto e com boas oportunidades a surgir para as duas equipas, ainda que com sinal mais para o nosso lado. Exemplos flagrantes disso, uma iniciativa do Rafa pela direita que terminou com a bola a embater no poste, e um corte do Conti mesmo em cima da linha de golo que evitou um golo do Tondela que já parecia certo. Embora o Benfica tenha sido melhor, ainda assim o empate ao intervalo aceitava-se como um resultado justo para aquilo que se tinha visto no terreno de jogo.


Entrámos bem na segunda parte, mais em cima do Tondela e a pressionar à procura do segundo golo. O Pizzi esteve muito perto de o conseguir logo nos minutos iniciais, mas o seu remate a passe do André Almeida saiu rente ao poste. Pouco depois tudo ficou mais fácil para o Benfica quando o lateral direito do Tondela viu dois amarelos no espaço de três minutos e foi expulso. A partir daí o domínio do Benfica acentuou-se ainda mais, ainda que o Tondela continuasse sempre a espreitar o contra-ataque e a dar mostras que poderia a qualquer momento, mesmo reduzido a dez, fazer estragos. O Benfica reagiu rapidamente à expulsão alterando o esquema táctico para 4-4-2 com a entrada do Seferovic para o lugar do Cervi. E dez minutos após a expulsão o Benfica colocou-se então em vantagem, numa das melhores jogadas que fez em todo o jogo. Triangulação entre o Pizzi, Jonas e André Almeida, com o passe depois a sair para o Seferovic encostar à boca da baliza. Uma substituição que resultou em cheio. Mas conforme disse antes, o Tondela nunca foi uma equipa conformada e mesmo reduzidos a dez tiveram uma oportunidade flagrante para voltar a empatar o jogo. Numa saída rápida em contra-ataque colocaram um jogador completamente à vontade e isolado em frente ao Odysseas, mas para nossa sorte o toque a desviar a bola do nosso guarda-redes fê-la passar muito ligeiramente ao lado. Quase na resposta, e quando faltavam cerca de quinze minutos para o final, o Benfica chegou ao golo da tranquilidade. Um passe feito de forma pouco ortodoxa pelo Pizzi já em queda na zona frontal da baliza, deixou o Rafa sozinho à frente do guarda-redes para uma finalização simples. Foi preciso esperar uns segundos pela confirmação de que o Rafa estava de facto em posição legal (ele de repente apareceu tão à vontade que até pareceu estranho) mas foi mesmo tudo legal e pudemos então relaxar um pouco. E foi possível fazê-lo ainda mais nos minutos finais quando o Tondela ficou reduzido a nove, depois de uma entrada em carrinho por trás ter resultado num vermelho directo para o seu autor (Ícaro).


A presença do Jonas em forma no onze faz tudo e todos parecer e jogar melhor. A começar pelo André Almeida, que reencontrou o principal destinatário das suas assistências o ano passado e somou duas neste jogo, uma para cada um dos avançados. O Pizzi também se apresentou em muito melhor nível. Gostei também do Fejsa e o Rafa é provavelmente o nosso jogador em melhor forma neste momento. Mereceu o golo que marcou, e só foi pena que aquela sua iniciativa que esbarrou no poste não tenha acabado em golo.

Conforme disse no início, o melhor deste jogo foi ver nos jogadores vontade em dar a volta, e perceber que não vale a pena especular sobre algum distanciamento entre eles e o treinador, porque se assim fosse então teria sido bem mais complicado dar a volta a um jogo em que literalmente se entra a perder. Agora esperemos que esta vitória significa um regresso à normalidade de vencer, e que no final da época possamos olhar para este período como um mero soluço.

1 Comments:

At 11/12/2018 6:27 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise sesta com a qualidade que nos trens habituado.


O problema é muito mais profundo do que o facto dos jogadores estarem ou não com o treinador porque uma equipa que vem do ciclo negativo como esta vinha e que não poderia ter outro resultado do que aquele que acabou por ter não pode entrar daquela maneira no jogo e permitir, mesmo com alguma infelicidade que eles se colocassem em vantagem mas mesmo pior do que isso foi que depois de se estar em vantagem numérica a equipa acabou por conceder o mesmo numero de oportunidade que aquelas que criou nesse mesmo perigo então aquele contra ataque permitido quase em igualdade numérica com um jogador a ficar isolado só com o guarda redes pela frente é absurdo para quem tem um jogador a mais e é sintomático do muito que esta mal.
Como desculpa é dito que jogamos o que as outras equipas nos deixam jogar, pois é verdade, mas o contrario também o é e os adversário jogam o que lhes deixamos jogar e tirando a já tradicional motivação do adversário que acha que um jogo contra nós é a final da liga dos campeões também permitimos que uma qualquer equipa do fundo da tabela pareça que estamos a jogar contra um Barcelona ou um qualquer Manchester isto para não falar da evidente e aflitiva dependência que temos do nosso melhor marcador, que pela idade que tem e a lesão crónica nos deixa ainda numa pior posição, alias como se viu no fim da época passada e inicio desta.
O que se passou agora após a segunda paragem para as selecções foi o que aconteceu o ano passado após essa primeira paragem e infelizmente já sabemos que o que se vai passar a partir de agora, a não ser que se mude o mais importante, que será o mesmo do ano passado porque tudo esta na mesma, as lesões constante, a pouca qualidade do jogo, disfarçada por este ou aquele jogador em forma, a dependência de um só jogador para marcar e como sabemos cometer os mesmos erros esperando um resultado diferente é só parvoíce.

 

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