Deplorável
Uma exibição deplorável e uma justa eliminação de Liga Europa. No fundo foi uma repetição quase exacta daquilo que nos valeu sermos eliminados também da Taça de Portugal: uma equipa excessivamente descansada na vantagem trazida da primeira mão, com pouca vontade de correr ou jogar, e que só depois de estar a perder sacudiu um pouco a apatia geral. Too little, too late.
Nem foram muitas as mudanças no onze: apenas três, com as entradas do Jardel, Fejsa e Gedson para os lugares do Ferro, Florentino e Pizzi. Mas a disposição táctica foi diferente, com o Rafa encostado à direita e a jogar quase como extremo puro, o Félix quase sempre na esquerda e o Gedson no apoio mais directo ao Seferovic. O Benfica quase nunca mostrou vontade de suar muito à procura de um golo. Simplesmente fomos deixando o jogo correr, nem sei se fizemos um remate que fosse à baliza adversária, parecendo confiantes que os dois golos de vantagem chegavam e sobravam. E a verdade é que o Frankfurt mostrou muito pouco. A primeira parte foi tranquilíssima, não vimos a esperada pressão alemã desde o minuto inicial, e por isso até dava para acreditar que as coisas pudessem correr bem. Mas era evidente que qualquer lance fortuito que resultasse num golo do Frankfurt deixá-los-ia apenas a um golo do apuramento, e normalmente eles não costumam ser tão esbanjadores como nós. E por isso marcaram mesmo numa das poucas ocasiões criadas, a dez minutos do intervalo. Primeiro remate ao poste e recarga (em posição claramente irregular, que valeu a expulsão do nosso treinador pelos protestos) para o golo. Isto em nada fez mudar a nossa forma de jogar, ou do Frankfurt, verdade seja dita. Mais do mesmo para a segunda parte, mas com o problema adicional que agora um golo adversário significaria a eliminação. Jogadores quase sempre a passo, a perderem quase todas as bolas divididas, constantemente antecipados pelos adversários por ficarem à espera da bola no pé, no fundo sempre uma atitude a roçar a sobranceria. Depois aconteceu o previsível, a cerca de vinte minutos do final. Bola na zona frontal da área, incompetência a afastá-la dali, e remate para o golo. A seguir, claro, lá nos deu vontade de correr um bocado. Tudo foi feito aos repelões, mandámos o Salvio, o Pizzi e o Jonas lá para dentro, tentámos despejar bolas para a área, mas o golo pareceu sempre uma possibilidade remota. Única excepção um lance a cinco minutos do final em que o Salvio rematou de ângulo já apertado e acertou no poste. Eliminação justa no final das duas mãos, porque não soubemos matar a eliminatória na primeira e ainda permitimos ao adversário o segundo golo que os manteve vivos, e na segunda mão fomos simplesmente passear à Alemanha.
Talvez o Gedson tenha sido dos poucos que tentou remar contra a maré da apatia geral da equipa. De resto, tudo muito pobre. O João Félix apagadíssimo a jogar encostado à esquerda, Fejsa e Jardel ao nível que têm apresentado desde que regressaram das lesões e uma aparente indiferença geral de toda a equipa que foi muito difícil de compreender. Dá a sensação de que fizeram todos os convites possíveis ao Frankfurt para que marcasse os dois golos de que precisavam.
Resta agora o campeonato, depois de mais uma eliminação muito pouco convincente e que nos deixa a pensar que os principais culpados fomos nós. Pelos vistos esta equipa lida mal com vantagens trazidas da primeira mão em eliminatórias a duas mãos. Ainda não vi uma em que tivéssemos jogado decentemente na segunda mão.
2 Comments:
Nem mais. Nas raras ocasiões em que somos poupados por terceiros a considerações porcas e rasteiras sobre o mérito da nossa equipa, fazemos questão em dar tiros nos próprios pés. O golo escandalosamente irregular do EF não serve de desculpa. Tivemos uma atitude de bosta.
Vergonhosa e inadmissível eliminação depois de em casa, contra dez, não termos sequer conseguido segurar um resultado confortável ficando com um resultado escasso, bem mais escasso do que aparentava, sem que sequer treinador e jogadores tivessem percebido que a vantagem era mínima e que não permita dar ao luxo de abrandar a concentração e a determinação.
Não acho que tenham sido as mudança o principal problema, até porque não só não foram muitas como o melhor jogador até foi um dos não titulares e sobretudo porque dos habituais indiscutíveis foram vários os péssimos desempenhos também não acho que tenha sido a mudança táctica, que até resultou no primeiro jogo, mesmo que o efeito surpresa tivesse sido menor foi sobretudo um problema de estratégia que já se tinha visto na taça e que pelos vistos não contentes com o que se tinha alcançado decidiram repetir a mesma dose com os mesmos efeitos como era mais do que previsto sem perceber que neste jogos mais do que marcar muitos em caso o melhor é não sofrer e que fora é precisamente o contrario, sendo que nas duas provas fizemos precisamente o contrario e das duas fomos eliminados pelos golos marcados fora.
Péssimo o nosso treinador com mentalidade típica de treinador português que só sabe defender resultados, e mal ainda por cima, com a agravante de nem sequer ter aprendidos com os erros cometidos na eliminatória da taça voltando a cometer exactamente os mesmo erros de estratégia nestes dois jogos, o que não abona muito em seu favor, e ou ele aprende rapidamente com os erros e não os volta a cometer ou então vamos passar por muitas dificuldades.
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