terça-feira, abril 23, 2019

Pujante

A resposta esperada e que se exigia após a eliminação europeia. Uma vitória gorda e convincente por parte de um Benfica pujante, que tornou mais curta a distância que nos separa da meta.


Regressos de Ferro, Florentino e Pizzi ao onze, com o Cervi a ser o escolhido para ocupar a vaga do suspenso Rafa. E tal como no último jogo para a Liga na Luz, era dificil termos um início mais propício: antes de se completarem três minutos de jogo já a bola morava dentro da baliza do Marítimo (que como outros antes deles, também tentaram a estratégia pouco cavalheiresca de alterarem a ordem normal na escolha dos campos). Canto na direita marcado pelo Pizzi, e antes mesmo dele partir para a bola muita gente terá notado o anormal posicionamento do João Félix, fora da área. Não era acidental: a bola saiu rasteira para a entrada da área e vindo de rás ele apareceu solto para rematar de primeira para o golo. O Benfica aproveitou o embalo e continuou em cima do adversário e à procura de novo golo, perante um Marítimo que era incapaz de causar grandes incómodos, mas que num cenário habitual nos nossos jogos contava com a complacência do árbitro para ir distribuindo umas sarrafadas sem que os devidos cartões amarelos fossem mostrados. A meio da primeira parte a chuva aumentou muito de intensidade e pareceu esfriar um pouco os ânimos do Benfica, que desacelerou um pouco e relaxou a pressão, permitindo então ao Marítimo ter um pouco mais de bola. Mas sempre sem conseguir causar qualquer tipo de problemas - não sei se o Vlachodimos fez uma defesa. Acho que só me recordo do Marítimo chegar uma vez à nossa baliza, e até introduziu mesmo a bola nela. Foi na sequência de um canto, mas o lance foi anulado por falta sobre o guarda-redes. Do nosso lado, algumas ocasiões para ampliar a vantagem, mas o Seferovic ia mostrando que estava em noite não, o Pizzi parecia que dava sempre um toque extra na bola antes de rematar e as ocasiões perdiam-se, e o Cervi não acertou com os remates que tentou. Uma vantagem magra ao intervalo dá sempre para deixar algumas dúvidas quanto ao resultado, mas a superioridade do Benfica em campo era por demais evidente.


E por isso mesmo a entrada na segunda parte se encarregou de desfazer quaisquer dúvidas. Se o Benfica já tinha sido muito superior na primeira, então na segunda o domínio foi total. Tenho a impressão de que o jogo se disputou todo no meio campo do Marítimo, e tenho até dificuldades em recordar-me de situações em que o Vlachodimos tenha tocado na bola. Tal como na primeira parte o Benfica marcou cedo, com menos de quatro minutos jogados. Depois de um canto a bola sobrou para o André Almeida, que na esquerda abriu para o Pizzi do outro lado do campo. A tentativa de cruzamento/remate deste acabou desviada por um defesa do Marítimo e traiu o guarda-redes. Não abrandou o Benfica, que rapidamente mostrou que estava ali para marcar mais golos e por isso as oportunidades continuaram a surgir num jogo de sentido único. Mas o Seferovic continuava a mostrar que não estava em noite de acertar com a baliza, tendo até desperdiçado uma ocasião flagrante que era quase um penálti em andamento - verdade seja dita que o guarda-redes do Marítimo também parecia que só estava inspirado quando se tratava de defender os remates do Seferovic. Mas a avalanche ofensiva do Benfica era imparável e o terceiro golo era inevitável. Cruzamento do André Almeida na direita, e entrada do João Félix ao primeiro poste a desviar para o golo. Havia ainda vinte e cinco minutos para jogar, e quase a certeza que as coisas não ficariam por ali. Oito minutos depois, a confirmação. No último toque na bola que fez neste jogo, o João Félix fez um passe brilhante para a desmarcação do Cervi, que à saída do guarda-redes teve a lucidez de lhe picar a bola por cima com um pequeno toque. Um bonito golo, seguido imediatamente pela troca do João Félix pelo Jonas, com o miúdo a sair debaixo de uma chuva de merecidos aplausos. Até final, e já com o Taarabt e o Salvio em campo (o Rúben Dias foi um dos substituídos, para o manter a salvo de um amarelo que o retiraria do próximo jogo) nada de novo. Domínio total do Benfica, o Seferovic a desperdiçar mais duas ocasiões flagrantes para marcar, mais umas valentes sarrafadas do Marítimo que representaram um esforço louvável para arrumar com o Samaris e o Ferro, e mais dois golos na recta final do jogo. O primeiro do Cervi, num remate rasteiro à entrada da área depois do Marítimo ser incapaz de afastar dali a bola devido à pressão do Florentino, e o segundo mesmo a acabar, numa cabeçada do Salvio depois de um cruzamento largo do Grimaldo.


O João Félix, com dois golos e uma assistência, é o homem do jogo. Mas esteve muito bem acompanhado. O Cervi aproveitou bem a oportunidade que lhe foi dada. Nada mau para um jogador que, de acordo com um certo jornal, está de malas aviadas do Benfica por ter a certeza que já não tem qualquer hipótese de regressar ao onze. O Pizzi subiu muito de rendimento na segunda parte e continua a somar assistências como ninguém. O André Almeida acabou o jogo com duas assistências para golo. E um jogo muito bom do Florentino e do Ferro. Qualquer um dos dois mostra uma calma enorme com a bola nos pés, parecendo saber sempre tomar a melhor opção e o que fazer com ela. Sempre de forma simples e eficaz. Todos contam, é verdade, mas parece-me que estes dois miúdos neste momento já assumiram o estatuto de titulares.

Ultrapassada com distinção mais uma etapa, segue-se aquele que será um dos maiores obstáculos no caminho para o título. O jogo em Braga, para além da valia do adversário em causa, será certamente aquele em que os nossos inimigos mais esperanças depositam para nos travar. Não me admirará portanto que lancem mão de um trunfo forte, estilo Artur Soares Dias ou Hugo Miguel, para tornar as coisas ainda mais difíceis. Passarmos em Braga será certamente um golpe muito duro nas aspirações do crime organizado.

1 Comments:

At 4/23/2019 7:04 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post é um espelho daquilo que se passou em campo.


No primeiro tempo existiu muita cerimonia em finalizar se é verdade que não se deve fazer de força precipitada e por tudo e por nada, sobretudo quando existe alguém em melhores condições, mas não podemos cair no exagero de não o fazer como aconteceu em alguns períodos sobretudo quando as situações assim o exigiam para alem de que na área na grande maioria das vezes a finalização de primeira é o mais aconselhável, sobretudo contra equipas fechadas e fechadinhas.
Desta vez muito bem o nosso treinador nas substituições assim que o jogo ficou confortável, em vez de as guardar para os minutos finais, e não foi á toa que nos minutos finais a nossa pressão ainda foi mais intensa com varias oportunidades devido á dinâmica e à frescura que os suplentes vieram trazer, no entanto continuo sem perceber como é que jogadores que estão a jogar de semana a semana e são poupados a alguns jogos e depois entram mais cansados no inicio do jogo do que aqueles que jogam dois jogos por semana.
Existem jogos assim em que nada corre bem, sobretudo no caso dos finalizadores isso é muito comum, e nem foi pela quantidade descomunal de oportunidades desperdiçadas mas sobretudo por duas delas que não se podem desperdiçar de tal forma são claras e ou ele rapidamente acerta agulhas na finalização, porque oportunidades destas não se podem desperdiçar muito menos agora, ou vamos passar por dificuldades.

 

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