domingo, agosto 11, 2019

Bis

Segundo jogo oficial da época, e porque os bons hábitos são para manter, segunda goleada. Um bis dos números da Supertaça. Os resultados volumosos parecem ir acontecendo de forma quase natural, quase que uma conclusão lógica para a forma como abordamos os jogos.


Não sei se o problema é meu, mas mais uma vez nem achei que o Benfica tivesse feito uma exibição assim tão boa. Só que a constante de sermos capazes de criar ocasiões de golo com bastante frequência durante um jogo nas quais colocamos sempre diversos jogadores em situação de finalizar aumentam muito as possibilidades de concretização. E depois há aquele pormenor de não tirarmos o pé do acelerador nas fases finais dos jogos, mesmo com o resultado feito, o que faz com que marquemos golos nessa altura (desconfio que é por isso que agora os árbitros estão a dar apenas um minuto de compensação quando os jogos justificariam bastante mais tempo). Quanto ao jogo, começámos  a jogar para a baliza grande porque o Paços achou engraçado tentar a falta de educação de trocar a ordem de escolha dos campos. Não faço ideia porque motivo acham que isso lhes traz algum tipo de vantagem, porque regra geral o resultado para quem tenta isso é mau - basta recordar que o Nacional o ano passado também o fez. Para mim é simplesmente falta de educação - e como ser-se convidado para ir a casa de alguém e sentarmo-nos no lugar do anfitrião. Enfim. Em termos de futebol, nem começámos mal, com um par de jogadas em que o De Tomas cruzou rasteiro para que o Seferovic só tivesse que desviar para o golo, mas o suíço não conseguiu chegar à bola em ambas as ocasiões. Um canto de laboratório também permitiu um remate ao Grimaldo que ficou perto do golo. Depois o Paços foi conseguindo acertar marcações e fechar os caminhos para a baliza e o jogo tornou-se mais feio e complicado. O Paços tentava sair através de bolas longas e em certos períodos o Benfica teve dificuldade em ganhar as segundas bolas depois destas serem cortadas pela defesa, ou tocadas pelo Tanque que jogava no ataque do Paços. A ausência do Gabriel fez-se notar porque o Samaris não tem a mesma capacidade de passe, e por isso a bola demorava mais a chegar aos flancos, o que dava tempo ao adversário para fechar. Na direita, o Nuno Tavares revelava sempre alguma dificuldade para dar profundidade devido à 'falta' de pé direito. Mas pouco depois do meio da primeira parte, e numa altura em que o Benfica ensaiou algumas vezes o Pizzi a encostar mais na direita permitindo ao Nuno flectir para o meio, surgiu o golo que desbloqueou o nulo. O Pizzi deixou a bola no Nuno, que bem fora da área a ajeitou e depois desferiu um remate que fez a bola entrar bem juntinho do poste mais distante. Um golaço na estreia para um jogador que tem tudo para se impor no Benfica, sobretudo quando jogar na sua posição natural. Cinco minutos depois, penálti assinalado a nosso favor depois de um corte claro com a mão dentro da área, e o Pizzi concretizou com facilidade. Até ao intervalo, ainda houve uma boa ocasião para o Samaris, mas ele inclinou-se todo para trás no momento do remate e a bola foi para a bancada.


Tendo em conta que o Paços, apesar da boa vontade, não criou uma ocasião real de golo (a única que criou foi anulada por posição irregular) a sensação era que o Benfica voltava para a segunda parte com o jogo praticamente resolvido. Mas deste Benfica habituámo-nos a esperar futebol de ataque e golos até ao apito final, por isso todos antecipávamos ver o resultado ampliar-se. O início do segundo período confirmou isso mesmo, com o Samaris a desperdiçar uma ocasião flagrante de golo, depois foi o De Tomas, e a seguir o Seferovic, quando tentou finalizar um contra-ataque com o pior pé, o direito. Em todas estas ocasiões o jogador que finalizou tinha ao seu lado um colega solto de marcação - pena o egoísmo revelado. Depois aos sessenta e cinco minutos, quase em simultâneo, duas situações que acabaram por ter influência no avolumar do resultado. Primeiro, um jogador do Paços foi expulso por acumulação de amarelos, ao travar a saída do Nuno Tavares para um contra-ataque. Depois, o Chiquinho rendeu o De Tomas e veio dar outra dinâmica ao ataque. Cinco minutos depois, surgiu o terceiro golo. O Nuno Tavares (a aparecer mais vezes adiantado na segunda parte) descobriu o Chiquinho na área, que cruzou para o Seferovic empurrar para a baliza. E passados outros cinco minutos, o quarto, desta vez com o Nuno Tavares a assistir o Pizzi para um remate cruzado de ângulo muito apertado, que fez a bola entrar junto ao poste mais distante. Depois deste golo o Benfica fez duas alterações, continuando a apostar no ataque. Estreia do Vinícius, que entrou juntamente com o Jota, rendendo o Rafa e o Samaris - o Chiquinho passou para o meio campo e o Vinícius foi formar dupla no ataque com o Seferovic, ficando o Jota na esquerda. Jota que esteve muito perto de marcar o seu primeiro golo oficial pela equipa principal, mas o guarda-redes conseguiu desviar para canto. Não marcou ele, marcou o Vinícius no minuto seguinte, quando faltavam seis para acabar. Cruzamento rasteiro do Nuno Tavares na direita, e finalização ao segundo poste para se tornar no segundo jogador a marcar esta noite na estreia para a Liga pelo Benfica.


Homem do jogo, para mim, o Nuno Tavares. Apesar das dificuldades por estar a jogar adaptado a uma posição que não é a sua, o golo que começou a demolir a resistência do Paços e duas assistências na estreia no Estádio da Luz é simplesmente brilhante. O Pizzi também merece destaque, pois marcou dois golos e, apesar do mérito ser quase todo do Nuno Tavares, para todos os efeitos a assistência para o primeiro golo é dele. O Florentino voltou a estar em bom nível.

Um óptimo resultado na estreia para a Liga, para ajudar a afastar cada vez mais aquela maldição que tivemos durante várias épocas de quase nunca ganharmos estes jogos. E melhor ainda quando complementada com a derrota de um dos adversários directos contra outra equipa recém-promovida. Agora é começar já a pensar no jogo contra a única equipa que a época passada conseguiu tirar-nos pontos desde que o Bruno Lage tomou o comando. Todo o cuidado é pouco.

1 Comments:

At 8/11/2019 7:22 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica é o espelho daquilo que se passou em campo.


A dificuldade que tivemos na primeira parte, sobretudo até chegarmos á vantagem, muito se deveu a não termos um lateral de raiz e deste modo só termos um flanco em pleno bastou eles bloquearem o nosso flanco esquerdo acabando por deixar o nosso direito completamente a descoberto mas que quase nunca conseguimos ter largura nesse franco por falta de capacidade do lateral, depois a verdade é que só um jogador esquerdino conseguia um pontapé daqueles mas para a estratégia global da equipa é muito melhor ter um lateral natural naquela posição, ainda para mais quando a estratégia e ter os extremos a jogar por dentro.
Não sei se todas as escolhas de campo por parte dos adversários tem a ver com uma questão psicológica e de nos tentar enervar penso que alguma das vezes é uma questão de habito das equipas jogarem num determinado sentido, alias acontece o mesmo quando jogamos fora não são raras as vezes em que também escolhemos o lado em que os outros mais preferem iniciar o jogo e não penso que ao fazermos isso temos o intuito de chatear os outros mas pelo facto de estarmos habituados a jogar num determinado sentido.
O nosso ponta de lança continua a falhar lances de forma absolutamente incrível desta vez ainda foi pior já que em nenhuma foi sequer o guarda redes a fazer oposição mas sim lances em que nem sequer acertou na bola ou o fez de forma muito defeituosa é que com alternativas, e pelo que já demonstram, validas nem faz muito sentido apostar em quem tem tantas falhas e ou o seu desempenho melhora ou tem de dar lugar a outro porque senão vamos passar por dificuldades desnecessárias.

 

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