domingo, setembro 22, 2019

Uff!

Uma vitória arrancada no último suspiro de um jogo complicadíssimo, em que a qualidade do nosso futebol esteve bastante longe daquilo que esperamos da nossa equipa. Por falta de inspiração nossa (apenas dois remates em vinte e um levaram a direcção da baliza) e também por mérito do Moreirense.


O Benfica apresentou um onze mais próximo do habitual, com os regressos à titularidade do André Almeida, Rafa, Seferovic e Fejsa, em comparação com a equipa que jogou na Champions. O Cervi passou directamente do campo para a bancada. A entrada do Moreirense no jogo foi bastante boa e serviu imediatamente de aviso para o Benfica que não teria uma noite fácil. Só ao fim de um quarto de hora é que o Benfica deu o primeiro verdadeiro sinal de perigo, numa boa jogada entre o Seferovic e o Pizzi, que terminou com um remate deste último às malhas laterais quando estava um muito boa posição. Esse lance pareceu despertar o Benfica, que nos minutos que se seguiram conseguiu encostar o Moreirense bem atrás, recuperando quase sempre a bola ainda dentro do meio campo adversário e raramente permitindo qualquer saída para o ataque. vi diversas vezes os nossos centrais bem metidos no meio campo adversário, e o Fejsa a recuperar bolas à entrada da área adversária, o que era indicativo da atitude da equipa. Mas no que diz respeito a criar situações de golo e rematar à baliza não conseguimos ser competentes - devemos ter feito no máximo meia dúzia de remates durante a primeira parte, o que é manifestamente pouco em jogos destes contra equipas que se fecham bem atrás. Houve pouca velocidade no nosso jogo, que só parecia ser dada quando a bola chegava aos pés do Rafa. No lado direito achei o André Almeida demasiado encolhido, e faltou profundidade por esse lado.


A segunda parte começou da pior forma possível, com o Moreirense a chegar à vantagem logo nos instantes iniciais. Um cruzamento a partir da direita sofreu um desvio no centro e fez a bola ir cair do lado oposto, onde estava um adversário completamente à vontade para finalizar com um remate cruzado. A partir daqui a nossa tarefa ficou exponencialmente mais complicada. Com bastante mérito para o Moreirense também, diga-se. Foi uma constante durante todo o jogo a forma organizada como jogaram, com os jogadores sempre muito solidários, conseguindo assim limitar muito o nosso jogo. Fiquei sempre com a sensação de que não conseguíamos encontrar espaço para jogar, especialmente espaço entre linhas, que é algo em que o Benfica insiste sempre muito. Mas esse espaço simplesmente não existiu durante quase todo o jogo. A meio do segundo tempo trocámos o Fejsa pelo regressado Gedson e pareceu-me que foi uma alteração benéfica para o nosso jogo. De qualquer forma o cenário continuou a parecer muito negro para as nossas cores. Falta de vontade ou atitude nos nossos jogadores não me pareceu que faltassem, mas faltava sim inspiração e espaço para chegar ao golo. Até que a cinco minutos do final o Rúben Dias despejou a bola para a área, um defesa do Moreirense desviou-a e fez com que fosse ter com o Rafa, que de cabeça e parecendo quase que um bocado por acaso fez o empate. E de repente os benfiquistas que ocupavam a maior parte das bancadas pareceram acreditar que ainda seria possível chegar á vitória, e essa crença que incendiou as bancadas passou para a equipa. A dois minutos do final ainda fizemos entrar o Jota para o lugar do André Almeida e passámos a jogar apenas com três defesas (ou na prática dois, já que o Grimaldo era mais extremo do que defesa). O bom do Soares Dias fez o que lhe competia e, com o jogo empatado, deu três minutos de compensação, que isto de seis, sete, oito minutos quando se está empatado é só para alguns. Para azar dele, já no período de compensação o Rúben Dias voltou a fazer um despejo para a área e a bola seguiu para a ponta esquerda. Aí, o Jota recolheu-a e fez um cruzamento perfeito para que o Seferovic, entre os dois centrais do Moreirense, cabeceasse para a vitória. E como os três minutos já tinham sido dados, o jogo acabou logo a seguir - aposto que se o 2-1 tivesse surgido antes do minuto noventa o Amigo Soares Dias teria dado uns seis minutos de compensação.


Num jogo com vontade mas pouco brilho da nossa equipa acho que o melhor em campo foi o Rafa. Fez o importante golo do empate e durante todo o jogo foi quase sempre o principal responsável por imprimir velocidade e verticalidade ao nosso jogo, indo à procura dos espaços que teimavam em não aparecer.

E também com jogos destes que se ganham títulos. Foi importantíssimo regressarmos a Lisboa com os três pontos, até porque não custa muito imaginar o circo e o chinfrim que se montaria em redor da nossa equipa se isso não acontecesse. A julgar pela forma por vezes quase vil como o nosso treinador foi atacado depois da derrota na Champions, por ter tomado opções que pareceram pouco menos que inevitáveis (até uma 'guerra interna' vi um canal descobrir no Benfica) é óbvia a sede de sangue que têm as hienas que rondam o nosso clube.

1 Comments:

At 9/22/2019 7:00 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica esta com a qualidade que nos tens habituado.


Mais uma vez não se percebe o tardio das substituições com a equipa a não produzir a ter poucas ou nenhumas ideias e com jogadores muito abaixo daquilo que podem e sabem fazer não se percebe como é que não se altera muito mais cedo para mais como se viu depois que as mesma surtiram algum efeito embora quis parecer que no banco faltava outra opção atacante.
Pelos vistos fez bem a passagem pelo banco ao nosso ponta de lança não é que tenha feito um exibição sequer boa mas pelo menos não foi tão horrível como as que vinha a fazer e mais importante num ponta de lança é que voltou a finalizar, agora se calhar era bom fazer isso a outros é que insistir em jogadores que estão com falta de confiança só faz com que essa falta de confiança vá cada vez sendo maior em vez de a adquiris.
O grande mérito do nosso treinador o ano passado foi adaptar a táctica e a maneira de jogar da equipa aos melhores jogadores que tinha disponíveis no plantel esta ano mantendo a táctica, mas com jogadores com outras características, esta a fazer o contrario que é encaixar jogadores numa táctica para a qual eles não tem características e é claro que pese embora um ou outro jogador esteja em baixo de forma o problema começa a ser de falta de dinâmica no ataque principalmente no duo mais adiantado e ou o treinador altera a táctica, mesmo que ligeiramente, e com ela muda um ou outro jogador ou vamos passar por muitas dificuldades.

 

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