quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Curto

Foi mais difícil do que se esperaria, mas o Benfica acabou por conseguir manter o registo 100% vitorioso em 2011. A vitória pela margem mínima é um resultado curto face ao domínio do Benfica, em especial na segunda parte, e é sobretudo o resultado combinado da eficácia do Estugarda e do desperdício do Benfica.

Onze sem surpresas, com o Jara a ocupar o lugar do ausente Saviola. Com alguma surpresa, foi o Estugarda quem entrou melhor no jogo, parecendo ter estudado bem o Benfica. Com um meio campo muito povoado, mantinham o Aimar sempre sob vigilância apertada, e fechavam bem as alas, em particular o nosso lado direito, onde conseguiam travar eficazmente o Salvio e as subidas do Maxi. O Benfica não conseguia libertar-se disto, e foi portanto atipicamente pouco perigoso durante os primeiros minutos, quase não criando oportunidades de golo. E após vinte e um minutos, com a típica eficácia das equipas alemãs, o Estugarda chegou mesmo ao golo. Bastou uma pequena desatenção do Coentrão, que não acompanhou a diagonal do médio do seu lado, para que este aproveitasse uma bola metida nas costas da defesa e depois finalizasse de forma perfeita, com um chapéu ao Roberto. O jogo mudou após o golo, e o Benfica pareceu acordar um pouco (ou foi o Estugarda que recuou), mas apesar de passar a ter algum ascendente no jogo, o Benfica continuava a revelar dificuldades para atacar com perigo e criar oportunidades de golo, sendo talvez neste período que mais se terá notado a ausência do Saviola e das suas movimentações. No entanto, o crescendo em que o Benfica terminou a primeira parte, encostando o Estugarda cada vez mais à sua área, deixavam antever uma segunda parte muito melhor do que a primeira, julgo que nos podemos queixar de um possível penálti não assinalado sobre o Coentrão, já perto do intervalo, num daqueles lances clássicos em que o guarda-redes não chega à bola e acaba por tocar no jogador. Nove em cada dez lances destes acabam em penálti. Este, infelizmente, foi um daqueles que não acabou.

A segunda parte acabou por confirmar as indicações que o final da primeira parte tinha deixado, e teve muito pouco a ver com a má imagem que o Benfica deixou nos primeiros quarenta e cinco minutos. O Estugarda foi completamente encostado às cordas - deve ter demorado mais de meia hora até que conseguissem fazer um remate - e o Benfica foi acumulando oportunidades de golo. O sufoco acentuou-se ainda mais quando os nossos alas trocaram de posição, obrigando os médios que os acompanhavam a vir para dentro de forma a acompanharem as diagonais que faziam, e isto abriu muito mais espaço para que os nossos laterais subissem com perigo. Mas apesar de todo o domínio, a bola continuava a teimar em não entrar, ou por ineficácia nossa, ou por mérito do guarda-redes alemão, que em determinada altura mais parecia uma espécie de super-herói, defendendo remates que pareciam ser golo certo (por exemplo, do Aimar ou do Gaitán, para citar dois exemplos). Só a vinte minutos do final o enguiço foi quebrado, quando o Cardozo, com um remate de primeira após um alívio da defesa, conseguiu finalmente vencer a resistência do Estugarda. Não abrandou o Benfica, e depois de tanta infelicidade acabou por ser recompensado a dez minutos do final com um golo algo feliz, já que o remate do Jara, de muito longe, ressaltou num defesa e fez a bola passar sobre o guarda-redes, batendo na trave e depois para lá da linha (o Cardozo ainda confirmou o golo, mas a bola já estava mesmo dentro da baliza após o remate do Jara). A vitória do Benfica era uma justiça que este jogo merecia, ainda que a injustiça se mantivesse na margem escassa desta vitória. E a injustiça ainda poderia ter sido maior, já que na única oportunidade que criaram na segunda parte, através de um livre directo, os alemães atiraram a bola ao poste. E como que para confirmar que merecíamos mais, nos minutos finais o Benfica ainda voltou a desperdiçar mais quase uma mão cheia de oportunidades para marcar - as mais flagrantes pelo Kardec e Javi, de cabeça, e pelo Menezes e Cardozo.


Não consigo escolher alguém para melhor em campo com muita clareza. Mas elogio o jogo feito pelo Maxi, em especial quando se conseguiu libertar na segunda parte. Do outro lado, o Coentrão também correu quilómetros. O Jara merece sempre ser mencionado pelo menos pela atitude, pois mesmo se as coisas não correm bem, ele nunca desiste de lutar e de tentar. Gostei também, como vem sendo habitual nos últimos jogos, do Gaitán.


A vitória desta noite dá-nos uma vantagem mínima na eliminatória, cujo desfecho continua completamente em aberto. O jogo mostrou que somos muito superiores ao Estugarda, mas todos sabemos da malapata que temos com equipas alemãs, e em particular nos jogos realizados na Alemanha. Para além disso, não poderemos contar com o Javi no jogo da segunda mão. Vai ser preciso um Benfica ao seu melhor - e muito mais eficaz - para ultrapassarmos o Estugarda.

2 Comments:

At 2/18/2011 3:12 da tarde, Anonymous Anónimo said...

44000 espectadores para um encontro a meio da semana às 18h é muito bom.

O Cardoso falhou mais uma grande penalidade no jogo anterior e agora até a eficácia nos livres directos está mal.

Péssimo jogo do Salvio. Todas as bolas que por si passavam, iriam de seguida para os pés do adversário.

No golo do Estugarda o Sidney não poe ser papado daquela forma.

Também me parece que pode muito bem ser... curto, até porque o encontro da próxima 2ªf vai desgastar a equipa física e psicológicamente.

 
At 2/19/2011 9:18 da tarde, Blogger joão carlos said...

Muito boa a tua crónica como já vem sendo habitual.


Anonymous este livre como os dois anteriores não são livres quer para o Cardozo quer para qualquer dos jogadores que temos na equipa, jogadores que marcam em força e que normalmente contornam a barreira por baixo precisam que a bola esteja a quatro ou cinco metros da área. Desde o Simão que não temos um marcador de livres por cima da barreira isto para não falar das folhas secas do Diamantino.
O Sidnei tem culpas no golo mas o maior culpado é o Coentrão o extremo direito é da sua responsabilidade alem de que ele esta sempre de frente para o lance ao contrario do Sidnei que é apanhado pelas costas.


Mas o grande problema da equipa este ano desde o inicio da época e que ainda não foi resolvido é a eficácia no ataque, este ano a equipa precisa em relação ao que era necessário o ano passado de mais uma ou duas oportunidades por cada golo que marca.

 

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