quinta-feira, janeiro 27, 2011

Inquestionável

Vitória inquestionável do Benfica num jogo emocionante e agradável de seguir, e passagem carimbada para as meias finais, onde defrontaremos a quarta equipa da primeira liga neste percurso.

A única alteração inesperada no onze foi a presença do Airton em vez do Javi García, sendo já esperada a alteração na baliza, onde jogou o habitual titular da Taça, Júlio César. O Rio Ave é uma equipa que tem normalmente optado por jogar um estilo de futebol bastante aberto e balanceado para o ataque, e entrou na partida empenhado em demonstrar isso mesmo. Nos primeiros minutos respondeu sempre bem ao Benfica e acercou-se da nossa baliza, acabando por ser recompensado com um penálti ainda antes dos dez minutos de jogo. O Júlio César resolveu a questão defendendo o remate do João Tomás. Este lance pareceu espicaçar a nossa equipa, que a partir desse momento tomou conta do jogo e passou a exibir uma superioridade clara, apesar da constante vontade mostrada pelo Rio Ave em contrariar isto. Logo a seguir ao lance do penálti, o guarda-redes do Rio Ave deu início a uma noite inspirada, evitando o golo ao Maxi Pereira, que lhe apareceu isolado. A dez minutos do intervalo o Benfica teve uma oportunidade soberana para se adiantar no marcador, ao beneficiar de um penálti por mão na bola do Ricardo Chaves dentro da área, mas o Cardozo, insistindo em tentar colocar a bola em vez de fazer aquilo que sabe fazer melhor (marcar em força), permitiu a defesa ao guarda-redes Felgueiras. A inspiração do guarda-redes adversário continuou logo a seguir, negando o golo ao Salvio após mais uma boa jogada no nosso ataque. E quando parecia que sairíamos para intervalo com um nulo frustrante no marcador, houve novo penálti a nosso favor, por empurrão ao Saviola dentro da área. Desta vez o Cardozo marcou em força, e o guarda-redes nem teve tempo para reagir, porque a bola já estava no fundo das redes.

O Rio Ave tentou reagir no início da segunda parte, mas o Benfica não lhe permitiu grandes veleidades, dominando este período de forma ainda mais clara. Foi muito agradável ver o Benfica colocar em prática de forma regular as transições rápidas para o ataque que nos costumam render vários golos, tendo criado várias situações em que os nossos jogadores apareceram em superioridade numérica perante a defesa do Rio Ave. Mas a regularidade com que este tipo de jogadas foram feitas só tem comparação com a regularidade com que as mesmas foram mal finalizadas. Muitos remates tortos, ou um passe a mais, ou demasiado tempo para finalizar a permitir a intervenção de um defesa, ou até mesmo alguma infelicidade (bola do Saviola ao poste) foram arrastando a vantagem mínima no marcador durante muito mais tempo do que seria necessário, e provocando um certo e desnecessário nervosismo nos adeptos. O desperdício foi tal que incluiu mesmo mais um penálti desperdiçado, por mais uma mão na bola dentro da área. Desta vez foi o David Luiz quem, encarregue da marcação, atirou por cima da baliza. Quanto ao Rio Ave, que ia resistindo conforme podia, apenas por uma vez ameaçou seriamente a nossa baliza, quando aos oitenta minutos o Bruno Gama, com um remate cruzado, obrigou o Júlio César a mais uma excelente intervenção. A questão só ficou definitivamente decidida a três minutos do final, com um remate frouxo do Cardozo que desviou num defesa do Rio Ave e acabou no fundo da baliza.

O Cardozo, com os dois golos, acaba por ser o homem do jogo. Mas ele não se limitou a marcar os golos, e neste jogo esteve bem mais activo e participativo no ataque do que tinha estado nos últimos jogos. Muito bem o Júlio César, sempre seguro e com duas enormes defesas. Bem também a dupla de centrais, incluindo o David Luiz, que fez um jogo 'à David Luiz' e só manchando a exibição com o penálti muito mal marcado. Gostei do Saviola, mas esteve pouco inspirado na finalização. Referência também para o Airton: desta vez, e ao contrário do jogo em Coimbra, não notei a falta do Javi.

Estamos nas meias finais, e agora entre nós e o Jamor está o habitual jogo de golfe em ambiente de intifada naquele território sem lei para os lados de Contumil. Teremos que saber ignorar este clima, e continuar a jogar aquilo que temos jogado nos últimos jogos.

1 Comments:

At 1/28/2011 5:21 da tarde, Blogger joão carlos said...

Grande crónica que é o espelho do que se passou.

Só uma palavra para o Aimar neste como no último jogo, na minha opinião esteve bem sem ser brilhante, é abissal a diferença entre aquilo que a equipa produz quando ele está em campo e aquilo que a equipa produz quando ele não esta em campo.

 

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