domingo, janeiro 23, 2011

Susto

Começámos por tornar fácil um jogo que se antevia difícil. Depois, perto do final, conseguimos complicar um pouco o que estava tínhamos feito fácil, e foi preciso apanharmos um susto para depois respirarmos fundo no último minuto.

Onze sem surpresas, apenas com a obrigatória ausência do David Luiz, que foi substituído naturalmente pelo Sídnei. O Nacional começou o jogo a querer mostrar logo ao que vinha: complicar muito a vida ao Benfica. Com uma boa ocupação dos espaços e exercendo uma pressão muito forte sobre o jogador do Benfica que tinha a bola, os minutos iniciais do jogo pareciam confirmar as dificuldades que se esperava que o Nacional nos causasse. Tiveram mesmo mais posse de bola, e obrigaram o Roberto a uma defesa algo complicada, mas assim que o Benfica fez o primeiro ataque digno desse nome, colocou a bola no fundo da baliza adversária. Foi uma incursão do Salvio (que me pareceu ter sofrido falta para penálti) pelo meio dos defesas adversários, a bola sobrou para o Saviola na direita, perto da linha de fundo, e depois do seu remate ter sido defendido, o Gaitán marcou na recarga. Estavam decorridos oito minutos no jogo, e o golo pareceu encher os nossos jogadores de confiança, já que a partir desse momento nos presentearam com alguns momentos de futebol muito bonito, e um desfilar de oportunidades de golo. Adivinhava-se o segundo golo, que surgiu mesmo aos vinte minutos, num cabeceamento do Sídnei após canto do Aimar. E não abrandou o Benfica, que poderia ter marcado o terceiro imediatamente a seguir, logo na saída de bola a meio-campo do Nacional. A bola foi rapidamente recuperada e o Cardozo acabou isolado em frente ao guarda-redes, permitindo-lhe a defesa. Só dava Benfica nesta fase, e pouco depois foi o Saviola quem falhou o golo de forma incrível, após um desvio de cabeça do Javi. O Nacional não queria baixar os braços, e tínhamos assim um jogo bastante aberto e rápido, que deixava adivinhar mais golos, podendo considerar-se o 2-0 ao intervalo escasso para o caudal ofensivo do Benfica.

A segunda parte iniciou-se um pouco mais lenta, mas com o Benfica a manter a superioridade, que se materializou novamente após sete minutos. foi mais um canto, no qual o Saviola não deu a bola como perdida, recuperando-a em esforço sobre a linha de fundo, e depois o Luisão voltou a tocá-la para que o Cardozo conseguisse fazê-la ultrapassar o guarda-redes e depois, em esforço ainda tocá-la para o fundo da baliza. Com três golos de vantagem no marcador, o jogo parecia resolvido e as facilidades do Benfica eram evidentes, isto apesar da boa atitude do Nacional, que insistiu sempre em procurar o golo. A meia hora do final, o Aimar cedeu o seu lugar ao Carlos Martins e pareceu-me que a partir daí o nosso jogo caiu de qualidade, já que o Carlos Martins não entrou particularmente inspirado. O Nacional passou a ter mais posse de bola, e foi ameaçando um pouco mais a nossa baliza. Mas do nosso lado, ficávamos sempre com a sensação de que seria provavelmente apenas uma questão de tempo até que conseguíssemos aproveitar os espaços concedidos na defesa pelo balanceamento atacante do Nacional.

O jogo parecia continuar sob controlo, mas a quinze minutos do final o Nacional reduziu, após um canto, e o Benfica aparentemente enervou-se com este golo, porque depois disso passámos por cerca de dez minutos que foram claramente o pior período do Benfica no jogo. Pouco depois, foi o Roberto a negar o segundo golo ao Nacional, conseguindo defender o remate de um adversário que apareceu isolado na sua cara. Mas a cinco minutos do final o Nacional conseguiu mesmo fazer o segundo: após um cruzamento largo da esquerda, a bola foi ganha ao segundo poste pelo avançado do Nacional, permitindo uma finalização fácil no lado oposto. Curiosamente, o segundo golo pareceu ter o efeito oposto ao previsto. Em vez de ficar ainda mais nervoso, o Benfica voltou a acordar, e foi em busca do golo da tranquilidade, quando se calhar se pensaria que iríamos tentar preservar a magra vantagem. Esta atitude foi recompensada sobre o final da partida, quando o Saviola teve uma iniciativa individual, ganhou a linha de fundo na esquerda, e cruzou para o poste mais distante onde apareceu o Jara a finalizar de cabeça, colocando o ponto final num jogo muito agradável de seguir e numa vitória justa do Benfica.

Para não variar, o Salvio voltou a ser um dos melhores. Dá uma objectividade muito grande ao jogo de ataque do Benfica, partindo imediatamente para cima dos adversários e em direcção à baliza adversária. Nota-se que está cheio de confiança, e desequilibra quase sempre que tem a bola. O Saviola interrompeu a sua série de jogos consecutivos a marcar, mas esteve também muito bem. Sempre muito activo no ataque, teve intervenção directa em três dos nossos golos, e fez alguns passes absolutamente geniais. Gostei também do jogo que o Javi García fez, dominado quase que por completo a sua zona. Bom jogo também do Luisão. Excepcionalmente, hoje não gostei muito do Coentrão. Teve algumas subidas para apoiar o ataque bastante boas, mas na primeira parte exagerou nas iniciativas individuais, e perdeu a bola em mais do que uma ocasião. Na segunda parte, acabou por ficar directamente ligado aos dois golos do Nacional, já que em ambos os lances foi ele quem perdeu os duelos aéreos. Conforme referi, achei também que o Carlos Martins teve uma entrada no mínimo infeliz no jogo.

Mais um obstáculo ultrapassado, e mesmo considerando o susto perto do final, gostei da maior parte daquilo que vi a equipa fazer esta noite. Houve períodos de jogo que foram brilhantes, e nota-se uma grande confiança na maior parte dos jogadores. Ganhámos doze dos últimos treze jogos para a Liga, e em 2011 estamos 100% vitoriosos. É continuar assim.

2 Comments:

At 1/23/2011 3:30 da manhã, Anonymous Filipe said...

Só fico espantado com o nosso treinador, quando ainda afirma:"Ainda hesitei entre colocar o Jara ou o Weldon" qual é a dúvida!?

A dupla Jara Saviola, deveia era aparecer mais vezes em campo. Não é nada contra o Cardozo, mas por vezes dá jeito ter avançados que saibam jogarn à bola e dar outra dinâmica ao ataque.

 
At 1/24/2011 7:48 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma vez um grande post.


Filipe ele esteve indeciso foi entre por o Weldon ou o Felipe Menezes e esta indecisão quase nos custou o jogo porque com o golo mais se acentuou a nossa perca do meio campo, o Gaitan já tinha dado o berro já á algum tempo, e ele não soube mexer para evitar o segundo golo isto tudo porque ele escolheu mal os suplentes não tinha ninguém para jogar na esquerda, não faz sentido ter no banco dois jogadores que jogam exactamente nas mesmas posições Carlos Martins e Felipe Menezes e não ter ninguém para a esquerda o César Peixoto por exemplo, e eu nem gosto do Peixoto mas até nem tinha jogado mal na quarta e dava mais e melhores opções que o Menezes no banco.

 

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