domingo, fevereiro 06, 2011

Difícil

Não teve talvez o brilhantismo da última, foi difícil e exigiu muito trabalho, mas não deixou de ser merecida a vitória que conseguimos esta noite no Bonfim, contra dois adversários: um brioso e outro manhoso.

A ausência inevitável do Coentrão foi a única mudança em relação à equipa que venceu no Porto - o Peixoto recuou para lateral, e entrou o Aimar para o meio campo. O Setúbal teve uma boa entrada no jogo, que deixou desde logo antever nos primeiros minutos que não teríamos uma noite fácil. O Benfica não conseguia pressionar de forma muito eficaz (não apenas por culpa própria, mas lá iremos) e falhava também mais passes do que é habitual, muito por culpa da agressividade e pressão intensa que os jogadores do Setúbal conseguiam exercer. Após os primeiros quinze minutos, melhorámos um pouco, mas a toada da primeira parte foi essencialmente de equilíbrio. As melhores ocasiões de golo que criámos foram ambas pelo Luisão, na sequência de bolas paradas. Primeiro de cabeça, e depois num remate acrobático, após ter dominado a bola com o peito. Em ambas as ocasiões, o guarda-redes do Setúbal acabou por defender com a ponta dos dedos. Só em período de descontos, quando poucos esperariam, o Benfica desfez o nulo. Numa transição rápida para o ataque, após recuperação da bola no nosso meio campo, o Saviola fez um centro largo da direita para a esquerda, e depois apareceu o Gaitán, que rematou cruzado de primeira e de trivela para um grande golo.

Na segunda parte o Setúbal voltou a entrar bem, e nos primeiro minutos foi a vez do Roberto brilhar, evitando o golo do empate em duas ocasiões, opondo-se ao remate de um adversário isolado, e depois a um bom remate do Pitbull de fora da área. Respondeu o Benfica com um remate do Saviola que passou muito perto da baliza, e que pareceu ter reposto o equilíbrio no jogo. Passámos então por um período mal jogado - mas muito disputado - em que a bola passou grande parte do tempo na zona do meio campo, sem grandes ocasiões de golo para nenhuma das equipas. Quando faltavam pouco menos de vinte minutos para o final, o Benfica substituiu o Aimar e o Saviola pelo Carlos Martins e Jara, e estas substituições acabaram por se revelar decisivas. É que cinco minutos depois de ter entrado, o Jara acabou com as dúvidas no resultado. Foi mais uma transição ofensiva feita em velocidade, desta vez aproveitando um mau passe do Miguelito. A bola foi ter aos pés do próprio Jara, que lançou o Maxi na direita e depois foi finalizar, de forma acrobática, o cruzamento deste. Com o segundo golo sofrido, o Setúbal acabou, e nos doze minutos que decorreram até final o Benfica dispôs mesmo de mais oportunidades para ampliar o resultado - chegou mesmo a marcar, pelo Javi García, mas foi um daqueles lances que ao Benfica é sempre anulado.

Melhores do Benfica, para mim, Roberto, Luisão e Sídnei. Foram os esteios de uma defesa que voltou a não sofrer golos. Também gostei do Javi e do Gaitán, que continua a mostrar ter talento para dar e vender. Não gostei do jogo do Cardozo, e achei também que o Aimar esteve uns furos abaixo daquilo a que nos habituou.

Não é muito habitual falar de arbitragens, mas sinceramente cada vez mais acho o Cosme Machado um adversário perigosíssimo para o Benfica, ao nível de um Jorge Sousa. Grande parte do nervosismo que senti neste jogo foi devido a ele. Já nos roubou três pontos na primeira jornada, e hoje senti que tudo fez para inclinar o campo a favor do Setúbal. Um dos motivos para não conseguirmos pressionar eficazmente foi o facto de que à menor coisa, os jogadores do Setúbal deixavam-se cair, que o Cosme apitava logo. Pelo contrário, os jogadores do Setúbal estavam à vontade para andarem a morder os calcanhares aos nossos jogadores, que só muito dificilmente se marcavam faltas. Só mesmo com uma arbitragem muito habilidosa é que conseguimos o insólito de vermos a equipa que controlou mais o jogo e teve mais posse de bola acabar com mais do dobro das faltas do adversário (24 contra 10). E o melhor é nem estar a pensar em alguns dos amarelos que foram mostrados aos nossos jogadores.

Enfim, o que interessa mesmo é a décima quinta vitória consecutiva, e o manter do registo perfeito em 2011. Com mais ou menos trabalho, com maior ou menor brilhantismo, os adversários vão caindo aos nossos pés.

2 Comments:

At 2/07/2011 4:10 da tarde, Blogger anjoazul said...

não tenho o hábito de comentar, mas...
só bons gostos 0:)

 
At 2/08/2011 5:44 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma analise com a qualidade que nos tens habituado.


Desta vez e ao contrario do que tem acontecido em outros jogos as substituições foram os jogadores certos no tempo certo o que terá também contribuído para que elas fossem um sucesso ao contrario do que ultimamente acontecia.

 

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