terça-feira, março 08, 2005

(In)justiça

O CD da Liga decidiu arquivar (com toda a justiça) o processo sumaríssimo que tinha sido instaurado ao Simão, após o recurso apresentado pelo Benfica. Imediatamente se insurgiram os adeptos do FC Porto, logo se juntado ao coro de protestos os seus fiéis acólitos que apoiam o clube do Lumiar (sempre que for para atacar o SLB, tornam-se todos portistas de gema sem reflectirem um instante que seja).


Para demonstrar a injustiça, apresentam como termo de comparação o sumaríssimo instaurado ao Seitaridis. Na verdade, como já escrevi neste blog, considero que o sumaríssimo ao Seitaridis um perfeito disparate, à semelhança do sumaríssimo ao Simão. Mas a semelhança pára aqui. As situações não podem ser comparadas porque o FC Porto, pura e simplesmente, resolveu não apresentar recurso.O Benfica foi para a frente com o recurso, e viu os seus argumentos aceites. O FC Porto não, e viu o Seitaridis suspenso por dois jogos.

Argumentam os que defendem a tese de que o Benfica 'está a ser levado ao colo' que o recurso no processo Seitaridis não foi apresentado devido ao que se passou como McCarthy. Isto é comparar alhos com bugalhos. Ao contrário do Seitaridis, o sumaríssimo ao McCarthy foi mais que justificado. Se houve erro do CD da Liga, foi em ter suspendido apenas por dois jogos um jogador que já foi apanhado pelo menos três vezes pelas câmaras a esmurrar adversários, o que não é comparável à pseudo-cotovelada do Seitaridis. Na minha opinião, é preciso não ter mesmo vergonha nenhuma na cara para ainda assim se apresentar recurso desta situação, e estar à espera que o jogador fosse despenalizado. Claro que o CD da Liga cometeu depois um erro ainda mais grave do que suspender o McCarthy apenas por dois jogos, que foi modificar a pena inicial. Dois errados não fazem um certo, e ainda bem que este erro foi posteriormente corrigido.

Mas estar a usar isto para se dizer que o arquivar do sumaríssimo ao Simão é um favorecimento ao Benfica é anedótico. Em termos do lance em si, o caso do Simão é comparável ao do Seitaridis (embora com menor intensidade). O Benfica recorreu, o castigo foi levantado. O FC Porto não recorreu, o castigo ficou. Estarem a querer atacar o Benfica com base em suposições ('se recorrêssemos o castigo era agravado ou então ficava na mesma') não é apenas injusto; é um perfeito disparate.

3 Comments:

At 3/10/2005 10:11 da tarde, Blogger Quetzal Guzman said...

E mais uma vez me deparo com um post em que encontro total sintonia com a minha opinião.

Também é bom relembrar a forma como foram preparados os diferentes recursos. O departamento jurídico do Benfica fez as coisas com profissionalismo e juntou as testemunhas necessárias para fazer valer a sua posição. Já o Porto limitou-se ao argumento do puto queixinhas, "os outros também fazem", sem apresentar dados novos ou qualquer testemunha. Imagine-se agora o Sá Fernandes no tribunal de Sta. Clara a dizer: "sim, o sr. Carlos Cruz comeu uma ou outra criancinha mas como há mais pedófilos em Portugal que a justiça nunca conseguiu deter, o sr. Carlos Cruz deveria ser ilibado dos crimes que cometeu..."

ps- Não faço processos de intenções, logo, até decisão judicial considero o Carlos Cruz inocente.

 
At 3/12/2005 11:03 da manhã, Blogger Ry said...

Insisto na ideia da anormalidade que é um processo por agressão em que o agredido é testemunha de defesa. Nem os Monty Python...

Ry
Anti-Anti-Benfica

 
At 3/12/2005 2:20 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Sim, mas o agredido foi testmunha apenas no recurso. Quando instauraram o sumaríssimo, de certeza que não estavam à espera que o Alex avançasse como testemunha abonatória do Simão :)

 

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