Injustíssimo
Foi um duro contacto com a realidade do campeonato português esta noite. Reviver um cenário tantas vezes repetido. Encontrar pela frente uma equipa que apenas quer, a todo custo, evitar a derrota; que nada - nada - faz para vencer o jogo, que desde o primeiro minuto adopta as técnicas mais grosseiras de desperdício de tempo (e tendo em conta a regularidade com que isto acontece quando jogamos contra equipas orientadas por ele, ninguém me consegue convencer que isto não são instruções específicas do merdas do Carvalhal - peço desculpa pelo termo, mas aquele tipo não me merece o mínimo de respeito) e que, por ironia do destino, parece ter toda a sorte do mundo do seu lado. É a bola que bate no poste, é o guarda-redes que arranca uma exibição impossível, é o golo que cai do céu praticamente na primeira e única vez que entram na nossa área, são as oportunidades desperdiçadas em catadupa pelos nossos jogadores, tudo parece estar contra nós. No final saimos do estádio com uma tremenda sensação de injustiça.
Claro que isto não é apenas o destino, o Benfica também se pode queixar de si próprio. A primeira parte foi, comparativamente ao que produzimos na pré-época, mais fraca, sobretudo por falta de velocidade. Houve menos Aimar e Saviola; apesar de bastante activo, menos inspiração do Di María e, sobretudo, muito menos Cardozo, que hoje parecia estar naqueles dias em que se ficasse lá o resto da noite provavelmente não marcaria. Os dois laterais adaptados, David Luiz à esquerda e Rúben Amorim à direita, talvez dêem segurança defensiva mas tiram-nos dinâmica ofensiva. Cedo perdemos o Carlos Martins (num lance em que é ele quem faz uma falta desnecessária à entrada da área adversária), mas não ficámos a perder com a entrada do Coentrão. O Aimar ainda acertou na barra, num livre, mas a primeira parte, pelo menos nos períodos em que se conseguiu jogar (entre as sucessivas assistências médicas ao guarda-redes do Marítimo) já deixava antever que, perante uma equipa que defendia com unhas e dentes, colocando dez jogadores acantonados num espaço de menos de quarenta metros à frente da sua baliza, a nossa tarefa não seria fácil. Mais difícil ficou quando, caída do céu, a vantagem chegou para o Marítimo, através de um penálti, e até ao intervalo não conseguimos ameaçar a baliza adversária em muitas ocasiões.
A segunda parte pode resumir-se na palavra 'massacre'. O mote foi dado nos primeiros minutos, com o guarda-redes adversário, miraculosamente recuperado da fractura múltipla de vértebras de que parecia padecer, defendeu de forma incrível um cabeceamento do Coentrão. A partir daqui foi um festival de oportunidades criadas e de defesas em catadupa ou de falhanços da nossa parte. O Marítimo foi simplesmente inexistente durante a segunda parte, em que o Benfica tudo tentou para chegar ao golo, mas parecia estar escrito que esta seria uma noite de desilusão. Uma estatística chegou a mostrar o incrível número de 75% de posse de bola para as nossas cores, mas quanto ao que realmente interessa, que é a bola entrar na baliza adversária, nada feito. O Benfica já jogava com o Coentrão a lateral-esquerdo, e com três avançados em campo, mas nem sequer de penálti lá chegávamos. Até nem me pareceu que o penálti tivesse sido particularmente mal marcado pelo Cardozo, mas o guarda-redes voou e foi lá buscar a bola. Só muito perto do final, a cerca de três minutos, conseguimos evitar aquilo que seria uma injustiça ainda maior quando, tal como tantas vezes aconteceu na pré-época, o Coentrão marcou um livre para a área que proporcionou um cabeceamento vitorioso. Foi do Weldon, que saiu do banco para marcar. E apesar do pouco tempo que restava para o apito final, ainda conseguimos criar pelo menos três oportunidades para vencer o jogo, mas a falta de acerto dos nossos jogadores acabou por ditar o injustíssimo empate final. A equipa saiu do campo sob aplausos; um reconhecimento justo do esforço que fizeram para alcançar o que seria uma merecida vitória.
Do jogo de hoje resulta sobretudo frustração. Se é para escolher alguém para elogiar, digo que gostei do Coentrão e do Javi García. Menos bem o Cardozo, que nem de penálti conseguiu marcar.
Tanta falta de sorte não se pode repetir muitas vezes. Hoje jogámos mais do que o suficiente não para ganhar, mas para golear. Melhores dias, espero, virão.
7 Comments:
Eh pá, eu nem costumo me queixar da arbitragem (pelo menos após o jogo, numa análise mais a frio) mas pelos vistos isto começa da melhor maneira tanto para os ladrões andrades como para os coitadinhos dos lagartos.
Apesar até de terem começado sem ganhar, conseguiram um prémio nada justo, que foi começarem o campeonato em pé de igualdade com o Glorioso.
Como é que se consegue marcar um pénalti daqueles e deixar passar outro do mesmo género em claro passado apenas uns minutos.
Eu nem sequer acho que fosse pénalti, tanto o do David Luiz como o outro cometido pelo defesa do Marítimo (que agora não me lembro do nome), mas ainda se tivessem acontecido com pelo menos uma semana de intervalo entre ambos, ainda se justificava...
Pior, a não ser que as regras da FIFA tenham mudado, acho que um jogador quando vai marcar o pénalti não pode parar completamente antes de chutar a bola. Presumo que também isso tenha passado ao lado do campo de visão do árbitro.
Esta época começa da maneira a que temos vindo a ser habituados, e a não ser que alguma coisa mude, por melhor que estejamos a jogar, acho que vamos ter mais do mesmo.
A única coisa que me vai deixando um pouco esperançado, é ver que os nossos adversários mais directos não estão a jogar merda nenhuma (desculpem a linguagem).
Mesmo contra tudo e contra todos pode ser que seja este o ano do Benfica!!
Saudações
Grande exibição e apenas não ganhámos porque tivemos azar. A continuar assim vamos ganhar quase todos os jogos e "azares" como este acontecem a todas as equipas uma vez em 100.
No entanto quero avisa-los desde já que quando estamos muito fortes lá vem um ajudinha para o o estádio do ladrão. Vejamos: só é possível tirar aquele fora de jogo no último minuto ao Paços, que de certeza dava golo, estando de má fé. (Porto + 1ponto).
Se o penalti do David Luís existe (apesar de ser mão involuntária) o do marítimo tb. existe. Mas em caso de dúvida apitasse contra nós.
Estou farto de ver este tipo de situações, que foram muito comuns quando o FCP começou a ganhar força nos anos 80.
E quando temos um Benfica forte a sempre a mão forte do ...
Porto +1 (um ponto beneficiado)
Sporting (0)
Benfica (-2)
Prometo que vou ser imparcial nesta apreciação.
Excelente post, apenas discordo no aspecto do Rubem Amorim para quem não esta habituado a jogar a defesa direito até esteve bastante bem, quanto a ao David Luiz já antes do jogo pensava que nos jogos em casa deveria jogar o Shaffer e depois do jogo com mais certeza fico. Denotamos uma excelente condição física, esperemos não seja cedo de mais.
Filipe os árbitros em Portugal são maus porque não sabem dar a lei da vantagem, não tem critérios uniformes durante o jogo e durante toda a época e depois são adeptos da lei da compensação. Eu aceito que se marque o penaltie do David Luiz, embora eu acho que é um caso de bola na mão, agora quando se adopta este critério tem de se marcar penaltie quando o jogador do marítimo no chão impede a bola de seguir depois de um passe do weldon e noutro uma carga nas costas no ar sobre o David Luiz, se fosse fora da área o arbitro de certeza que marcava, e depois marca penaltie quando não é e sobretudo deixou o marítimo fazer anti-jogo. Na marcação da grande penalidade se fosse o jogador do Benfica a fazer a “paradona” era logo repetido. Este árbitro foi ainda pior nos pequenos detalhes do que pelos decisivos e neste já foi mau. Mas sobretudo empatamos o jogo porque não marcamos mas 2 golos, que fizemos por merecer. Agora não estejam tão certos que os azares já passaram o anos passado embora não fizéssemos grandes exibições o azar não nos largou a época toda.
Epá, não comecem com o choradinho ... O Benfica empatou porque não conseguiu marcar mais golos que o Marítimo,tão simples como isso. Se é verdade que o Soares Dias é perito em inventar nos jogos contra o Benfica (é só ver os jogos nos Barreiros e em Braga o ano passado para ver a sua categoria nesse departamento), também é verdade que o gajo nesse departamento ainda não está em forma - ele foi simlesmente mau para os dois lado. Lembrem-se que por exemplo o penalti sobre o Saviola também não existia (é claramente ele que provoca a queda). Quanto ao jogo em si alguém conseguiu ver diferenças entre o Benfica de ontem da 1ª parte e o da época passada? Na 2ª o Marítimo foi-se encolhendo cada vez mais e aí sim, o Benfica dominou (mas lembro-me do jogo do ano passado contra a Académica e nós aí ainda fomos mais dominadores e acabámos por perder o jogo). Quanto a jogadores acho que se notou que o Cardozo estava demasiado cansado para jogar (e que raio é a mania dele de tentar marcar em jeito os penaltis? 2ª vez que tenta marcar assim; 2ª vez que o gr acaba por defender), e os argentinos quase não se viram também (DiMaria, Saviola e Aimar) embora tentassem constrariar a sua fraca perfomance. Realce ainda para Weldon que para já me calou, fazendo mais do que eu estava à espera. Quanto à titularidade de Quim é melhor não comentar, estou ainda à espera do seu pedido de desculpas, além de que claramente não foi o melhor gr. da pré-época.
Por último será bruxedo? Já o ano passado raramente o Benfica conseguia marcar golos na 1ª parte na Luz. Este ano os dos 4 jogos que o Benfica não ganhou 3 foram os disputados na Luz...
Welcome back D'Arcy
Excelente jogo do SLB com a única nota sobre o resultado; este era de facto o jogo para ganhar...Não podemos perder pontos em casa e n aproveitar os pontos que o FCP perde...
Depois de ler tantas comentários e crónicas n consigo responder a uma pergunta básica. Porque n marcámos mais um golito apenas?
Saudaçoes benfiquistas
JJ tem de encontrar rapidamente uma táctica alternativa para combater os autocarros.
A pressão alta usa-se quando o adversário quer e tenta jogar futebol. Quando tal não acontece - como o Marítimo (e eles avisaram antecipadamente)- não há por onde pressionar porque a bola nunca está lá atrás jogável. È só bolas para a frente, para fora e queimas de tempo.
Por outro lado, táticamente mal armada a equipa. Devia ter jogado com Shaffer na esquerda e César Peixoto na direita (porque não ?). Era imperioso atacar pelas pontas. David Luiz inventa muito (se Shaffer não serve, gostava que me explicassem como é que serve D. Luiz a defesa esquerdo!?).Ruben não é , nem nunca será um defesa direito. Defende assim-assim, ataca mal (no sentido em que fica a meio caminho, entre a preocupação de fechar a defesa e ajudar o colega da frente. Nem é carne , nem é peixe.
Já que o Marítimo não queria atacar os laterais subidos seria uma óptima solução.
Cardozo não devia ter sido titular pois andou a passear de avião durante inumeras horas.Recuar um pouco mais o Aimar para poder pegar no jogo um pouco mais cedo e tirar o Saviola do meio dos centrais para os obrigar a abrir.
Arbitragem. Não foi pelo boi de preto que empatamos. Foi uma arbitragem normal à portuguesa. Bem nos penaltys assinalados ( o D. Luiz é useiro nestas merdas de andar na área de patas levantadas). Muito mal no permitir a queima de tempo. Se mostrasse o amarelo ao Peçonha mais cedo (como aliás um boi de preto mostrou ao Moreira o ano passado, logo na 1ª parte, sem que nada o justificasse). Devia ter dado no mínimo 8 minutos de compensação.
Para mim é penalty o corte com a mão , no chão, do madeirense. Aceito o critério diferente.
Ambos os penaltys marcados deviam ter sido repetidos por infracção das regras da permanência dentro da área antes do pontapé ser desferido.
O Sr. Cardozo ou marca em força ou deve ser proibido de marcar penaltys.
Relativamente à queima de tempo, há muito que penso que a FIFA é a culpada disto tudo. Bastava dar instruções claras no sentido de o árbitro parar imediatamente o jogo sempre que um jogador ficar no chão a queixar-se; proibição de entrada em campo de qualquer equipa médica (a não ser naqueles casos inequívocos para toda a gente de que existe gravidade na lesão) e entrada imediata da maca, e retirada do jogador imediatamente para fora de campo e só aí é que recebia assistência.
Na forma actual, gostava que me explicassem para que serve a chamada da maca ou do carrinho, se a maior parte das vezes os gajos os recusam (nestes casos era logo amarelo)e ainda fazem perder mais tempo com o entra e sai. O andar a rebolar pelo chão tem de deixar de compensar.
Acho que faltou destacar o Weldon. Incrível, uma verdadeira seta para a baliza.
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