quarta-feira, dezembro 07, 2011

Preguiça

Vitória alcançada controlando o jogo em serviços (muito) mínimos, primeiro lugar do grupo conquistado. Obrigação cumprida, portanto.

Se calhar a melhor palavra para descrever a exibição do Benfica neste jogo é 'preguiça', dada a forma como pareceu não querer mesmo fazer mais do que o mínimo necessário. Por outro lado, olhando para este jogo de forma meramente racional, lembramo-nos que era um jogo da Champions e vemos que mesmo sem brilho vencemos como se exigia, e controlámos o jogo sem sofrer grandes sobressaltos, crinado algumas oportunidades para marcar mais golos. Paradoxalmente, o Benfica parece ser uma equipa à qual quase sempre faz mal marcar cedo, ou até mesmo colocar-se em vantagem num jogo. Quase de imediato parecemos meter imediatamente uma mudança mais baixa, e para o adepto que vê o jogo aparentamos uma sobranceria que chega a roçar mesmo a preguiça. Acaba por ser exasperante por sabermos que a equipa pode e vale muito mais.Desta vez o golo chegou mesmo muito cedo - aos sete minutos, depois de um trabalho muito bom do Witsel na direita, a segurar a bola rodeado de adversários e a soltá-la no momento certo para o Gaitán fazer mais uma assistência na Champions, permitindo ao regressado Cardozo uma finalização fácil na pequena área. Depois disto, foi simplesmente controlar o jogo. Com uma enormidade de posse de bola, por vezes parecia que o Benfica ou não queria marcar mais golos, ou então queria entrar com a bola para dentro da baliza. Nem sequer se arriscavam centros para a área, fazia-se sempre mais um passe, e remates quase que nem vê-los. De tal forma que o Otelul, com pouco mais de 30% de posse de bola, perto do final da primeira parte conseguia ter o dobro dos remates do Benfica. Mas também é verdade que apenas numa ocasião - que acabou por ser a única durante os noventa minutos - ameaçaram seriamente a nossa baliza, permitindo mais uma vez ao Artur mostrar qualidade ao suster o remate de um adversário isolado e ainda desviando a recarga.

A segunda parte foi simplesmente monótona. O Otelul não tinha qualidade para fazer grande coisa, e quanto ao Benfica, acho que se resume a três lances: um a abrir, num remate acrobático do Bruno César à figura do guarda-redes (mais pelo facto de ter sido uma das poucas jogadas com princípio, meio e fim do que pelo perigo causado); outro a meio, numa combinação entre o Nolito e o Cardozo que terminou com uma defesa complicada do guarda-redes; e um a fechar, onde o Rodrigo, isolado, não conseguiu acertar na baliza. Nos períodos entre estes lances viu-se sobretudo um futebol bastante aborrecido (talvez ficasse melhor chamar-lhe 'pragmático'), em que o Benfica parecia seguro da incapacidade do adversário para causar problemas, e demasiado preguiçoso para forçar um pouco mais o andamento e resolver de vez a questão. As alterações feitas pouco mudaram, pois se me pareceu que ficámos a ganhar alguma coisa com a troca do Bruno César pelo Nolito, com a saída do Aimar perdemos um dos poucos jogadores que ainda ia trazendo alguma fantasia aos lances de ataque e criando alguns desequilíbrios, já que o Gaitán, que aparecia aos soluços, já estava a entrar na fase de apagamento e acabou mesmo por sair lesionado. O 1-0 final foi mesmo o espelho fiel deste jogo.

Os melhores do Benfica foram, para mim, os três do meio campo: Aimar, Javi e Witsel. Se calhar acabaram também por estar mais em jogo devido ao facto do Benfica ter passado grande parte dele privilegiando a posse de bola, mas para mim foram mesmo os jogadores que estiveram melhor. O Gaitán apareceu a espaços, mas como vem sendo habitual ultimamente foi-se apagando à medida que o tempo passava. O Bruno César teve um jogo bastante apagado, com demasiados passes falhados e perdas de bola.

O importante foi mesmo ganhar, o que nos permitiu terminar a fase de grupos sem derrotas e no primeiro lugar. Olhando para os segundos classificados, que constituem a lista de adversários possíveis na próxima eliminatória, creio que não há nenhum que seja particularmente assustador. Por mim, desde que evitemos equipas italianas (pronto, é um trauma que tenho depois ver o Benfica ser eliminado por Milan, Roma, Juventus, Parma, Milan outra vez, Lazio, Inter...), fico satisfeito.

5 Comments:

At 12/08/2011 6:57 da manhã, Anonymous JFilipe said...

O que interessa é que ganhámos o grupo, e que pela segunda vez corrémos com o MU da CL. É muito bom.

Fizémos 8-4 em golos, ou seja o nosso típico 2 marcados para um sofrido. Eu já me conformei, as vitórias irão ser sempre à justa, com um deslize ocasional que dá empate ou derrota, o que é mau em provas a eliminar.

Como vencer a CL não está nos meus planos e a taça da cerveja não me interessa por aí além, vou seguir com alguma tranquilidade o campeonato, pois um deslize a cada 3-4 jogos não deverá perturbar a nossa conquista do 33.

 
At 12/08/2011 6:57 da manhã, Anonymous JFilipe said...

O que interessa é que ganhámos o grupo, e que pela segunda vez corrémos com o MU da CL. É muito bom.

Fizémos 8-4 em golos, ou seja o nosso típico 2 marcados para um sofrido. Eu já me conformei, as vitórias irão ser sempre à justa, com um deslize ocasional que dá empate ou derrota, o que é mau em provas a eliminar.

Como vencer a CL não está nos meus planos e a taça da cerveja não me interessa por aí além, vou seguir com alguma tranquilidade o campeonato, pois um deslize a cada 3-4 jogos não deverá perturbar a nossa conquista do 33.

 
At 12/08/2011 10:56 da tarde, Anonymous SLB4EVER said...

Jogo e exibição mediocre, salva-se o resultado e 1º lugar do grupo. Controlar o jogo ñ é jogar a passo depois de marcar o golo, bem que podemos agradecer a Artur ter evitado uma surpresa desagradável.
Declarações do JJ ainda conseguiram ser piores que o jogo por incrivel que pareça. Não havia necessidade...

Só posso esperar que para o Marítimo parte dois se jogue a sério e que jogadores e treinador encarem a partida como se fosse o jogo da vida deles. Vai ser preciso muita raça, empenho e inteligencia, Jorge Sousa já andou a treinar a roubalheira com o Ajax, equipa que ajudou a remeter para a liga Europa. Depois do jogo da taça e sabendo qual vai ser o arbitro ñ existem desculpas para facilitar e haver surpresas.

Espero o regresso de Maxi e Luisão, Amorim a lateral direito é um perigo e Jardel metade das vezes entrega a bola nos pés dos adversários, já chega na defesa o Emerson ser muito limitado.

De acortdo quanto ás equipas italianas, preferia evitar até porque o ataque do Milan e do Nápoles é do mlehor que o dinheiro pode comprar. O Lerverkusen tb dispensava o nosso histórico com equipa alemãs é péssimo. Quanto ás outras ñ tenho grandes preferencias, é bem possível chegar aos 1/4, a ver se temos alguma sorte no sorteio e fazemos jogos bem conseguidos.

 
At 12/09/2011 7:35 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais um post muito bom.


O problema da equipa não é baixar uma velocidade depois de marcar se assim fosse já eu me dava por contente a verdade é que baixamos duas e por vezes três velocidades depois de marcar.
Continuo sem perceber como é que conseguimos marcar normalmente na primeira ou na segunda oportunidade que criamos, fazendo o mais difícil que é quebrando o ânimo do adversário e fazendo com que eles arrisquem mais, mas depois não conseguimos manter o mesmo índice de aproveitamento só marcando depois de cinco ou seis oportunidades criadas.
Mais uma vez as últimas substituições foram péssimas e o pior é que o treinador tem a noção que tem de substituir o Gaitan ou caso contrario o jogador lesiona-se e não faz nada e tira o Cardozo que tinha amarelo mas neste momento estava mais que avisado e não ia levar outro.

 
At 12/09/2011 8:45 da tarde, Anonymous JFilipe said...

Eu até costumava meter a culpa toda no JJ mas parece-me que é um problema com o nosso plantel. O Benfica consegue algum domínio quando o adversário se encolhe. O problema é que quando o adversário avança com um ou dois homens temos problemas devido à pobreza de passe de toda a nossa linha defensiva.

Os médios têm que se encostar aos defesas para recolher a bola. Aí a equipa ou recua para defender de forma compacta, dando o controlo do jogo ao adversário, ou mantendo-se esticada ocupa o terreno de jogo de forma deficiente.

É mais notório quando o Luisão é substituído pelo Jardel. É muito mais evidente esta época devido às saídas de Coentrão e David Luiz, que saíam bem com a bola e passavam bem (com o calafrio ocasional).

O Miguel Vitor parece-me ligeiramente melhor que o Jardel a sair com a bola, mas o JJ embirrou com a estatura dele. Do Emerson nem vale a pena falar.

 

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