Superiores
Foi difícil, sofremos por ver o tempo a passar e o golo a não surgir, mas fomos superiores contra onze, fomos muito superiores contra dez, e vencemos com justiça num dos campos mais difíceis da Liga.
Alguma surpresa ao ver o Rodrigo e o Cardozo no onze inicial, mas depois vimos que eles não formavam uma dupla de avançados tradicional, pois o Rodrigo jogava mais encostado à direita - embora depois tenha passado a vaguear mais pelo ataque. O jogo na primeira parte foi muito semelhante ao que tínhamos visto para a Taça. O Benfica com mais posse de bola, muita disputa a meio campo, e o Marítimo a tentar sair em contra-ataques rápidos com bolas para o Sami e o Baba sempre que recuperava a bola. Mas após o primeiro quarto de hora (durante o qual o Marítimo criou a sua única verdadeira oportunidade de golo durante todo o jogo) o Benfica foi progressivamente encostando o Marítimo mais atrás, e conseguindo construir oportunidades para chegar à vantagem. Duas delas flagrantes: primeiro foi o Aimar, que ficou isolado após um passe de calcanhar do Bruno César, mas em vez de rematar preferiu tentar a finta para a linha de fundo e o Peçanha tirou-lhe a bola; depois a mais escandalosa de todo o jogo, com o Cardozo a rematar ao lado após um centro rasteiro do Maxi que o deixou solto de marcação, de baliza escancarada e a pouco mais de dois metros da linha. Falhas graves, que normalmente em jogos desta dificuldade podem significar resultados desastrosos, e que explicam que se tenha saído para intervalo com o nulo no marcador.
Para a segunda parte o Benfica veio tacticamente diferente, com o Witsel mais encostado à direita e o Rodrigo a jogar mais perto do Cardozo no centro. Logo aos dois minutos o Olberdan foi expulso com segundo amarelo, e o domínio territorial do Benfica acentuou-se. A tarefa de chegar ao golo, no entanto, não ficou grandemente facilitada, já que o Marítimo cerrou fileiras junto da sua área e foi conseguindo defender de forma organizada. E quando as duas linhas de defesa falhavam, ainda aparecia o Peçanha a estragar-nos os planos. No último quarto de hora de jogo o Benfica conseguiu aumentar ainda mais a pressão, e as oportunidades começaram a surgir com mais frequência, muito também por influência do Nolito, que apesar de apenas ter entrado a dez minutos do final (na minha opinião, devia ter entrado antes) conseguiu causar bastante mais perigo pelo lado esquerdo do nosso ataque do que o Rodrigo ou o Bruno César, que alternaram nessa posição. A cinco minutos do final o Cardozo redimiu-se do falhanço escandaloso da primeira parte, e aproveitando uma série de ressaltos após um remate cruzado do Nolito (que já veio na sequência de uma grande defesa do Peçanha a um cabeceamento do Jardel) colocou finalmente a bola no fundo da baliza do Marítimo. Nos minutos finais o Marítimo atacou de forma desesperada, não criando qualquer perigo mas deixando muitos espaços atrás, que com um pouco mais de calma poderíamos ter aproveitado para voltar a marcar.
Não houve nenhum jogador que se tivesse destacado muito, numa exibição homogénea da nossa equipa. Os centrais pareceram-me seguros, e o Javi também mostrou a solidez do costume. O Nolito entrou muito bem no jogo, e só foi pena não ter conseguido marcar naquela oportunidade que teve já nos descontos. O Cardozo teve um jogo fraco, mas acabou por fazer aquilo que habitualmente faz, aparecendo no lugar certo para atenuar o jogo menos conseguido com mais um golo decisivo.
Seguimos no topo da tabela, sem derrotas, e caminhamos para o fim de uma primeira volta em que já visitámos o Porto, Braga e os Barreiros. Julgo que temos todos os motivos para nos sentirmos satisfeitos com o desempenho da nossa equipa na Liga. Hoje foi um daqueles jogos que normalmente se consideram marcantes em qualquer trajecto que leve à conquista de um campeonato.
P.S.- Cada vez mais se vai aproximando o momento em que o Benfica poderá dar um chuto na SportTV. E à medida que isso acontece, esta parece ir adoptando um comportamento mais raivoso contra o nosso clube. Foi vergonhosa a entrevista rápida, com o repórter a parecer querer à viva força arranjar polémica com a arbitragem e arrancar declarações aos jogadores e treinador do Marítimo que colocassem em causa a nossa vitória por culpa da arbitragem (ainda há-de chegar o dia em que tentar conotar o Jorge Sousa com o Benfica). O Pedro Martins acabou por fazer a vontade ao desesperado moço que segurava o microfone, acabando por deixar a impressão de que estava inebriado, pois falou de um jogo qualquer que certamente não foi aquele a que assistimos.
4 Comments:
Acabei o jogo com um suspiro de alívio. A equipa está em queda acelerada e felizmente que se aproxima a paragem de fim de ano. Desde Novembro (sete jogos em todas as competições) só por uma vez marcámos mais de 1 golo.
Este jogo foi aos repelões...a equipa não anda a jogar be, garante somente os serviços mínimos e qualquer dia a sorte muda...
Não percebo o que traz de positivo o Bruno Cesar à equipa.
Não percebo o porquê do melhor extremo do Benfica estar no banco.
Tá feito, esta vitória era muito importante, agora é ñ ter vacilos até ao final da 1ª volta.
Digo isto mas espero que este jogo tenha sido o final do ciclo de mau futebol pq isto ñ foi nada.
Invenção com o Rodrigo, nem ele percebeu, o Nolito ñ se entende pq ñ foi titular, ainda mais quando o B.César anda jogo após jogo sem jogar nada, algo recorrente desde que veio da seleção, parece que lhe fez mal, saudades dos tempos que entrava muito bem nas partidas e discutia o lugar com Nolito.
Reação á expulsão tardia assim como a entrada do Nolito.
Grande Javi, de longe o melhor.
A analise ao jogo esta com a qualidade que nos tens habituado.
SLB4EVER concordo contigo se a troca do Nolito pelo Bruno César foi excelente porque o primeiro estava em queda na produção e o segundo em crescendo agora que esta a acontecer o contrario era de esperar o mesmo e não se percebe que não aconteça a não ser por embirração com o Nolito ou por pura teimosia. Mas desta vez o mais lógico era até jogarem os dois nem era preciso estar a inventar na extrema direita.
Continuo a achar que o maior defeito deste treinador é as substituições.
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