Agradável
Vitória tranquila e dilatada sobre o
Marítimo, num jogo em que o Benfica entrou muito bem e dominou
claramente, depois relaxou durante alguns minutos, e após apanhar o
tradicional susto voltou a acordar e não mais cedeu o controlo. No todo,
uma exibição agradável.
Com o Capdevila e o Matic a manterem a titularidade, o Benfica surgiu ainda com o Saviola e o Nolito
de regresso à titularidade. E foi um feliz regresso, já que ambos
tiveram influência directa no bom início de jogo do Benfica, e nas
contas finais da vitória. O nosso início de jogo foi a todo o gás,
empurrando o Marítimo para a sua baliza e jogando em velocidade, com
trocas constantes de posição entre os jogadores e fazendo a bola
circular rapidamente e ao primeiro toque. Para isto contribuiu também o Saviola,
que apareceu a jogar bastante solto e a fazer uso da sua inteligência
para ocupar os espaços certos na altura certa. O Marítimo viu-se
completamente desorientado e não estou a exagerar se disse que durante o
primeiro quarto de hora nem sequer conseguiu passar da linha do meio
campo. Foi precisamente a fechar este primeiro quarto de hora que o
Benfica deu expressão à sua superioridade, com um golo do Nolito, que finalizou com um remate de primeira, de pé esquerdo e no interior da área, uma boa assistência do Aimar após mais uma incursão do Maxi pela direita. Sem abrandar o ritmo, quatro minutos depois o mesmo Nolito fazia o segundo golo, picando a bola sobre o guarda-redes após ser isolado por um grande passe do Saviola.
Só por volta da meia hora de jogo é que o Benfica relaxou um pouco,
permitindo finalmente ao Marítimo ter um pouco de bola, mas o sinal mais
durante a primeira parte continuou sempre a ser do Benfica, que até
poderia ter dilatado mais a vantagem.
O Marítimo veio diferente para a segunda parte, jogando com um ponta-de-lança
mais fixo, e com melhor atitude. Aproveitando talvez algum relaxamento
do Benfica, cedo criou perigo e obrigou o Artur a brilhar por duas vezes
no mesmo lance, mas sete minutos após o reinício do jogo marcou mesmo,
com o Sami a aproveitar um
buraco no centro da defesa e a desviar a bola à saída do Artur. Durante
alguns minutos após o golo o Benfica acusou o golpe, e o Marítimo terá
acreditado que seria possível chegar ao empate, mas a vinte e cinco
minutos do final o Jorge Jesus mexeu na equipa, tirando a dupla
argentina Aimar/Saviola, que já acusava desgaste, e colocando em campo o Javi
e o Rodrigo, arrumando a equipa num 4-4-2 mais clássico. As
substituições foram felizes, já que no mesmo minuto, e logo na primeira
vez em que tocou na bola, o Rodrigo fez o terceiro golo do Benfica. Foi
uma finalização fácil à boca da baliza, a passe do Nolito da esquerda e
após uma boa jogada do nosso ataque. O Marítimo ainda voltou a obrigar o
Artur a brilhar, mas quatro minutos depois do terceiro golo veio o
quarto, que sentenciou de vez o jogo. Mais uma vez o golo nasceu nos pés
do Nolito, que com um grande passe a rasgar da esquerda para a direita,
por entre os defesas do Marítimo, deixou o Bruno César na cara do
guarda-redes, tendo este finalizado sem grande dificuldade. Depois deste
golo, e mesmo com a entrada do Nélson Oliveira, o ritmo do jogo caiu
bastante, e o Benfica praticamente limitou-se a gerir o resultado até
final.
O homem do jogo só pode ser o Nolito.
Dois golos e dias assistências deixam-no directamente ligado a todos os
golos do Benfica. Foi um feliz regresso à titularidade, num jogo em
quase tudo lhe saiu bem. Gostei muito da primeira parte do Saviola, ao
nível do melhor a que ele nos habituou. Bom jogo também do Artur, com
duas ou três intervenções de grande nível, e também do Maxi, no habitual papel de dinamizador do lado direito.
Pouco
mais podemos fazer agora senão ir ganhando os nossos jogos até final.
Hoje isso foi conseguido com eficiência, e o resultado foi pelo menos
importante para aumentarmos a vantagem sobre o terceiro classificado.
Foi também agradável voltar a ver futebol à luz do dia na Luz, o que
terá ajudado a chegarmos aos 40.000 espectadores. Infelizmente foi
necessário um horário menos habitual num jogo importante de um
campeonato estrangeiro para que pudéssemos ter este pequeno prazer.
1 Comments:
A crónica também ela esta muito agradável.
Bastou uma melhor gestão do plantel e não se ter inventado para retornarmos aos resultados robustos e ás boas exibições só que já vem tarde, vem tarde dois meses e quando pouco ou nada vem alterar a nossa má situação.
Não sei se esta mudança de atitude se deve ao aumentar do numero de críticos e uma tentativa de aliviar a pressão para se manter no posto ou se é mera coincidência mas não nos iludamos se continuar para o ano ele não muda a teimosia vai continuar tal como nestes dois últimos anos.
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