domingo, abril 15, 2012

Tetra

Vitória magra e algo sofrida, mas inteiramente justa na final da Taça da Liga frente a um Gil Vicente batalhador, e que nos permitiu fazer o tetra nesta competição. Aquela que, como o Benfica a ganha, outros fingem desdenhar. Depois alguns desses continuam a falar da final perdida há três anos, enquanto que outros se convencem que a Supertaça é muito mais importante.

O onze inicial, que incluía o Rodrigo e o Nélson Oliveira, apontava para uma possível insistência na táctica de dois pontas-de-lança, mas afinal o Rodrigo encostou-se à direita, permitindo um trio no meio campo composto pelo Matic, Witsel e Aimar. No banco ficaram jogadores como o Artur, Emerson, Javi, Gaitán e Cardozo, juntando-se ao castigado Luisão nas alterações ao onze mais habitual. A primeira parte foi bastante disputada, com o Benfica a parecer ter um pouco mais de posse de bola e com o Gil Vicente a assumir uma postura mais expectante, para depois responder sempre em contra-ataques bastante rápidos que levavam perigo à nossa baliza. O Benfica foi ganhando alguma superioridade na zona do meio campo, resultado das acções do Witsel e Matic, que me pareceram os jogadores mais esclarecidos, e acabou por chegar ao golo com meia hora decorrida. O Bruno César, depois de uma boa iniciativa individual na esquerda, onde deixou dois adversários pelo caminho, tirou um cruzamento longo bem puxado ao segundo poste, onde apareceu o Rodrigo a rematar cruzado para golo. Apesar de ainda ter ameaçado num bom remate, o Gil Vicente pareceu perder algum ímpeto com o golo sofrido, e antes do intervalo foi o seu guarda-redes quem evitou, com uma grande defesa, que o Witsel aumentasse a vantagem do Benfica.

Regressámos para a segunda parte com o Gaitán no lugar do Nélson Oliveira (passou o Rodrigo para ponta-de-lança), e com alguma vontade de resolver o jogo. Com o Gil Vicente a mostrar-se incapaz de responder como tinha feito durante a primeira parte, foi o Benfica quem jogou mais no meio campo adversário e ameaçou o segundo golo, vendo-o ser negado mais uma vez pelo guarda-redes Adriano, desta vez num remate do Rodrigo. Pouco depois da hora de jogo, o Aimar saiu (aparentemente tocado), entrando o Cardozo e, sem surpresa, o jogo ofensivo do Benfica ressentiu-se. O Gil Vicente continuava a ser pouco mais que inofensivo no ataque, e à medida que o tempo foi passando foi tentando arriscar cada vez mais, mas a verdade é que a bola pouco rondava a nossa baliza. Mas a dez minutos do final (numa altura em que se preparava a entrada do Javi para reorganizar a equipa visto que, mais uma vez, os dois avançados com o Rodrigo a fazer de Aimar não estavam a resultar), talvez no primeiro remate que o Gil Vicente conseguiu fazer à nossa baliza na segunda parte, chegou ao empate. O nosso treinador emendou a mão e mandou para dentro do canto o Saviola em vez do Javi. E não foi preciso esperar muito tempo pelo resultado: um minuto depois de ter entrado, na primeira vez que tocou na bola, o Conejo aproveitou uma defesa incompleta do Adriano (uma grande defesa, diga-se) a um remate do Witsel para voltar a colocar o Benfica na frente, situação que foi depois mantida até final sem sobressaltos.

Melhores do Benfica, para mim, Matic e Witsel. Numa final sem grandes brilhos, pareceram-me ser os jogadores mais esclarecidos e com melhor atitude em campo. O primeiro sobretudo nas tarefas defensivas - onde parece mostrar franca evolução, sobretudo no posicionamento e compensações aos colegas da defesa, e o segundo nas transições para o ataque.

Cumprimos a obrigação e vencemos a Taça da Liga, como se exigia. Não é uma conquista que por si só nos satisfaça, mas é um troféu oficial e perdê-lo é que também não era admissível. Agora é normal que várias pessoas tentem com afinco desvalorizá-lo ao máximo, visto termo-lo conquistado. No fundo, o Rodrigo conseguiu definir a situação na perfeição: "Se tivéssemos perdido as pessoas iam achar que era a Liga dos Campeões. Como vencemos vão tratar este troféu apenas como a Taça da Liga." Por mim, fico contente com a conquista. Agora é concentrarmo-nos em vencer todos os jogos que faltam até final da época.

2 Comments:

At 4/15/2012 6:37 da tarde, Anonymous JFilipe said...

Deve ter uma explicação psicológica qualquer mas inicialmente li o título como «treta» e não tetra. Teria sido importante uma vitória inequívoca e robusta.

Estou um bocado farto de resultados sofridos, vitórias, quando as há, à justa, sofrer golos em quase todos os jogos. A época passada foi má mas ao menos nunca nos deu grandes ilusões. Esta arrisca-se a deixar um amargo na boca muito maior.

 
At 4/16/2012 7:55 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma analise na perfeição.


Mais um título é bom mas não chega principalmente pela qualidade e quantidade deste plantel como se viu por este jogo em que mais de metade dos titulares não o são habitualmente.
Mais uma vez o treinador comete sempre o mesmo erro a ganhar tem a equipa equilibrada a controlar o jogo e o adversário pode a qualquer momento aumentar a vantagem e eis que decide trocar um médio por um avançado acabamos ofensivamente porque os avançados ficam completamente isolados e perdemos o meio campo o que permite ao adversário ter mais bola e aproximar-se mais vezes da nossa área é verdade que o golo nasce de uma bola parada que pode acontecer em qualquer altura do jogo mas desde aquela substituição não só diminuímos em muito as chances de marcar e matar o jogo como permitimos que eles se aproximassem e assim terem mais possibilidades de aparecer um lance como foi o que lhes deu o golo o que valeu foi a atitude dos jogadores em querer ganhar o jogo.
Não á volta a dar com este treinador e a teimosia de não mudar as suas ideias como se por muito que se faça uma coisa errada ela se torne certa não nos vai dar a lado nenhum e claramente a soma das partes no total dos três anos é claramente insuficiente não só para aquilo que pretendemos para o clube mas sobretudo para a qualidade dos jogadores que teve á disposição durante este período.
Este treinador quando veio para o clube apontou que queria vencer títulos e valorizar jogadores e apontou que não queria ser como o treinador do arsenal que formava grandes jogadores que depois ganhava poucos títulos mas aquilo em que este treinador esta transformado é precisamente nisso que ele não queria ser tem valorizado muito e muitos jogadores mas não transforma essa valorização em títulos e este clube sempre quis e vai querer espero eu é títulos ou mudamos ou vamos ter mais um ano só a valorizar jogadores.

JFilipe o problema desta final, tal como a anterior ter sido sofrida, vem do facto de ambas sucederem a derrotas que implicaram a saída e a perca de competições o ano passado a taça de portugal este ano o campeonato e a equipa esta mais preocupada em vencer pura e simplesmente do que em vencer bem e confortavelmente.

 

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