segunda-feira, janeiro 20, 2014

Tranquila

Uma vitória tranquila do Benfica (por vezes até excessivamente tranquila) permitiu mantermo-nos isolados no topo da classificação. Num jogo disputado grande parte do tempo a um ritmo muito pausado, as coisas ficaram resolvidas na primeira parte, e só faltou que na segunda tivéssemos aproveitado as oportunidades para construir um resultado mais dilatado. Foi a oitava vitória consecutiva, e a décima segunda nos últimos treze jogos (apenas o empate com o Arouca pelo meio estragou esta série).


Jogámos com apenas uma alteração no onze que venceu o Porto, tendo o Fejsa, como era mais do que previsível, ocupado o lugar que era do Matic. A primeira coisa a saltar à vista desde o início do foi a aparente pouca intensidade metida pelo Benfica no jogo. Continuo a achar que o estado actual do relvado - parece-me demasiado pesado, devido à chuva constante - não ajuda muito a que se disputem os jogos a uma velocidade muito elevada, mas mesmo assim pareceu-me que a 'calma' do Benfica chegou a ser excessiva. Por vezes o jogo parecia ser um jogador com a bola nos pés e os dez colegas parados a olhar para ele, à espera de ver o que é que iria fazer. Houve excepções, como o Gaitán ou o Markovic, que procuravam acelerar assim que a bola lhes chegava aos pés, mas o jogo foi em geral enfadonho. Num jogo que até então praticamente não tinha tido oportunidades de golo, o Benfica inaugurou o marcador numa das primeiras ocasiões que criou, que nasceu precisamente de uma arrancada do Gaitán. O passe a solicitar o Lima foi cortado por um defesa do Marítimo, mas o corte deixou a bola à disposição do Rodrigo, que descaído sobre a esquerda rematou rasteiro, de primeira, para o golo. Depois do golo, obtido aos dezanove minutos, o jogo animou. O Benfica ameaçou o segundo, num cabeceamento do Garay e num centro do Gaitán a que o Rodrigo não chegou por muito pouco, e o Marítimo respondeu com um período de alguns minutos de pressão e cantos consecutivos, que obrigaram o Oblak a algumas defesas mais apertadas. Mas foi quando o Marítimo estava na sua fase melhor que o Benfica chegou ao segundo golo, numa altura em que faltavam dez minutos para o intervalo. Infantilidade do último defesa do Marítimo, que se agarrou à bola sobre a linha do meio campo quando estava pressionado pelo Rodrigo e pelo Markovic, e a bola acabou por sobrar para o primeiro, que correu metade do campo sozinho e finalizou sem problemas - o golo é no entanto precedido de ilegalidade, já que o Rodrigo estava adiantado quando o Markovic desarmou o defesa. O segundo golo acabou com o ímpeto do Marítimo, e o jogo arrastou-se calmamente até ao intervalo.


As coisas não mudaram muito após o intervalo. O Benfica preocupou-se sobretudo em gerir o resultado e controlar o jogo, o que conseguiu sem muitos sobressaltos. O Marítimo tentou subir no terreno na busca de um golo que relançasse o jogo, mas com isso ficou exposto aos contra-ataques do Benfica. Mesmo sem grandes correrias, o Benfica acabou por ter pelo menos quatro grandes oportunidades, de que me recorde, para ampliar a vantagem, quase todas construídas precisamente em saídas rápidas para o ataque. Uma para o Rodrigo/Markovic, que acabaram por trocar demasiado a bola entre si sem que nenhum deles se decidisse pelo remate na altura ideal. O Lima teve duas, ambas negadas por boas defesas do guarda-redes. Na primeira há mérito no remate espontâneo do Lima, mas na segunda, apesar de ser uma grande defesa, julgo que naquela situação o Lima poderia ter feito melhor, pois estava sozinho em frente ao guarda-redes e tinha tempo para fazer o que quisesse. Finalmente, houve também uma bola na barra, num raro cabeceamento do Enzo. A única resposta do Marítimo foi uma ocasião já a poucos minutos do final, a que o Oblak respondeu com uma defesa apertada que ainda fez a bola embater no poste. Não esqueço também o que me pareceu um penálti evidente sobre o Markovic, que o Hugo Miguel, com toda a sua experiência em não marcar penáltis a favor do Benfica (lembremo-nos do que ele fez em Coimbra há dois anos, em que transformou um penálti sobre o Aimar em falta ofensiva) conseguiu dar amarelo ao nosso jogador. Provavelmente o Markovic deveria era ter-se deixado cair sem que ninguém lhe tocasse, ainda fora da área. Isso parece resultar melhor com o Hugo Miguel (ou isso, ou não equipar de vermelho).


O Rodrigo tem que ser considerado o homem do jogo. Está definitivamente a atravessar um grande momento de inspiração no que diz respeito aos golos, e a fazer lembrar o jogador que era antes do Bruto Alves o ter ceifado. Se calhar há umas semanas atrás a perspectiva de o vender por uma quantia interessante até não me incomodaria muito. Hoje, e ainda para mais com a indisponibilidade do Cardozo e a franca desinspiração goleadora do Lima, já não me sinto tão tranquilo com essa possibilidade. Para além do Rodrigo, agradaram-me também as exibições do Gaitán, Enzo e Markovic.

Completámos hoje uma volta do campeonato sem conhecer a derrota. Falta-nos apenas o encontro do próximo fim-de-semana contra o Gil Vicente, para a Taça da Liga, para fecharmos um mês de Janeiro perfeito, no qual até agora contamos por vitórias todos os jogos disputados, isolámo-nos no primeiro lugar da Liga, apurámo-nos para os quartos-de-final da Taça de Portugal, para as meias-finais da Taça da Liga, e não sofremos um único golo. Nada mau para uma equipa em crise e sob críticas constantes.

1 Comments:

At 1/20/2014 5:52 da tarde, Blogger joão carlos said...

A análise é um espelho fiel daquilo que se passou em campo.


Este treinador sempre me deu a ideia de que antes do jogo já tem as substituições programas quem sai com entra e em que altura o fará mas com isso não consegue responder aquilo que o jogo vai pedindo em determinadas altura por volta da meia hora foi evidente que alguns jogadores deram o estoiro e a partir dai foi evidente o recuo da equipa que eles aproveitaram mas que felizmente não conseguiram explorar impunha-se ai pelo menos uma substituição para inverter a situação essa acabou por demorar dez minutos e feita voltamos a dominar e fruto disso tivemos três lances de perigo num curto espaço de tempo e isto nem era muito difícil de prever.
Os dois jogadores que primeiro saíram fizeram-no porque tiveram em duvida para o jogo tudo muito certo nem outra coisa seria de esperar o que já é estranho é o momento da saída do segundo elemento aos oitenta e nove minutos, a serio é que nem o jogador que sai é poupado nem o que entra, seja lá ele quem for, tem tempo para tirar proveito dessa entrada quanto mais fazer qualquer coisa de jeito.
O ponta de lança que tem sido nos últimos tempos o titular esta numa forma deplorável existe que advogue que tem de jogar sempre para poder adquirir os índices de confiança, até pode ser, mas a verdade é que insiste-se, insiste-se mas tudo continua na mesma ou pior acho que esta na altura de se utilizar outra estratégia o banco talvez seja uma boa solução.

 

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