quarta-feira, março 08, 2017

Natural

Um desfecho natural e justo. Venceu o jogo quem mais o quis vencer e a melhor equipa passou com (excessiva) facilidade a eliminatória. Entrámos no jogo praticamente a perder, ainda conseguimos encontrar o rumo durante algum tempo, mas o segundo golo (e o terceiro, de rajada) acabaram com quaisquer ilusões.


A estratégia do Benfica passava claramente por segurar a magra vantagem conquistada na primeira mão, como o atesta a presença do André Almeida nas escolhas inicias para jogar no meio campo (cuja principal contribuição para o jogo foi andar a fazer faltas, mas pelo menos elogie-se a extensa área de acção, já conseguiu andar a fazê-las por todo o campo, desde a entrada da área do Dortmund até à entrada da nossa área). Mas qualquer estratégia de gestão da vantagem começou a ruir muito cedo, com o golo madrugador do Dortmund. Na sequência de um canto, bola ganha ao primeiro poste e depois o Aubameyang antecipou-se ao Nélson Semedo no segundo poste para cabecear com sucesso. O Benfica revelou grandes dificuldades para conseguir sair a jogar durante a fase inicial do jogo, e apenas a partir do meio da primeira parte conseguiu assentar um pouco o seu jogo e começar a sair com a bola controlada. Conseguimos manter o Dortmund longe da nossa baliza, e até dispusemos de um par de ocasiões para rematar, mas fizemo-lo sempre com pouca convicção e na direcção do guarda-redes suíço do Dortmund. Enquanto o resultado se mantivesse na margem mínima a eliminatória estava em aberto, e por isso a postura de contenção e de calma do Benfica perante o jogo foi-se mantendo. E nos instantes iniciais da segunda parte até tivemos uma ocasião soberana para dar outro rumo à eliminatória, quando o Cervi aproveitou uma sobra para receber a bola completamente à vontade no interior da área, em posição frontal. Mas o argentino demorou demasiado tempo a executar o remate, e este foi interceptado por um defesa. Este lance foi na prática o canto do cisne do Benfica no jogo, porque não voltámos a criar qualquer ocasião no jogo. 


Depois, jogos como o da primeira mão não acontecem todos os dias. O nível de desperdício que o Dortmund revelou nesse jogo dificilmente se voltaria a repetir, o que aliás já se tinha verificado quando eles marcaram logo na primeira (e praticamente única) ocasião que construíram na primeira parte. E à segunda, voltaram a não perdoar. A bola andou demasiado tempo na zona frontal da nossa área sem que algum dos nossos jogadores saísse a pressionar, o Piszczek teve tempo para levantar a cabeça e decidir o que fazer, e numa segunda vaga (o Ederson já tinha conseguido evitar o golo numa saída rápida aos pés do Aubameyang instantes antes) um passe para as costas da nossa defesa deixou o Pulisic isolado para picar a bola à saída do nosso guarda-redes. E dois minutos depois, a estocada decisiva na eliminatória. Cruzamento da direita, sem levar muita força, mas o Luisão não atacou decisivamente a bola e deixou-a passar para o Aubameyang aparecer completamente sozinho no meio a empurrar com facilidade para a baliza. Com mais meia hora para jogar pareceu-me que já estava tudo decidido, porque não reconhecia ao Benfica capacidade para marcar os dois golos que seriam necessários para se colocar em vantagem, e aliás tinha a sensação que com o Benfica a fazer substituições e muito provavelmente a arriscar mais no ataque, muito provavelmente seria o Dortmund a voltar a marcar. Acabou por marcar mesmo, a cinco minutos do final, numa altura em que o Benfica já era uma balbúrdia táctica (jogávamos com três avançados, depois da entrada do Jiménez), metade da equipa já nem recuava e a maior parte das marcações eram mais feitas com os olhos. Marcou o Aubameyang, que assim completou o hat trick, apesar de estar em posição irregular. Nenhum dos nossos centrais conseguiu interceptar o passe rasteiro feito a partir da esquerda da nossa defesa, e ele limitou-se a aparecer ao segundo poste para empurrar para a baliza deserta.

Agora o mais importante será saber separar as águas e não deixar que esta pesada derrota tenha qualquer influência no próximo jogo para o campeonato. O jogo de hoje passou a ser passado assim que o árbitro apitou para o seu final. Se o Benfica tivesse passado, seria um feito brilhante. Assim imperou simplesmente a lei do mais forte. A prioridade desta época é a conquista do tetra, e por isso é fundamental que a nossa equipa consiga rapidamente limpar a cabeça e regressar às vitórias.

1 Comments:

At 3/10/2017 6:31 da tarde, Blogger joão carlos said...

Discordo que a nossa estratégia mas de contenção ou defensiva tenha ocorrido pela inclusão de mais um médio mesmo que esse médio tenha sido um médio defensivo, e esta escolha acabou por ser natural e motivada pelo facto de as restantes opções mais ofensivas para essa posição ambas venham de lesões e por isso sem o ritmo que se desejava para este jogo, até porque no jogo anterior em casa jogamos com dois médios centro e dois avançados e a estratégia foi a mesmo sendo que ainda fomos mais defensivos e jogamos mais recuados que neste mesmo com mais um médio defensivo.
Para quem vai com uma vantagem curta e com a estratégia com que nós fomos tentando aproveitar o arriscar do adversário para no mínimo igualar a eliminatória não podemos sofrer um golo tão cedo muito menos num lance de bola parada é fatal deita qualquer estratégia por terra e depois não se percebe e já não é nem a primeira, muito menos a segunda, já é a quinta vez que a equipa perante uma adversidade se descontrola e sofre golos sucessivos é inconcebível sobretudo numa equipa com esta experiencia.
Tivemos o mesmo numero de cantos que eles dos cinco eles marcaram num, enviaram a boa ao poste noutro e ainda criaram relativo perigo num terceiro, nós por outro lado em nenhum dos lances criamos perigo sequer não dá para perceber, alias dá pois todos os lances foram executados a com a bola a fugir da baliza, tudo lances em que se tem menos hipóteses de criar perigo, mesmo assim continuamos a insistir no mesmo e sempre com os mesmo resultados, pior que sofríveis, isto para não falar que é sempre o mesmo a marcar e invariavelmente executa mal ou só por uma hierarquia que se deve manter, agora desde que se obtenha resultados, quando eles não existem obrigatoriamente temos de a mudar porque não a mudar nada de bom trás para o colectivo nem beneficia que executa já que este executa sempre mal e os seus níveis de confiança ainda baixam mais por isso ou rapidamente alteramos o marcador das bolas paradas, especialmente os cantos, ou vamos continuar a ter muito pouco aproveitamento nestes lances.

 

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