quarta-feira, março 01, 2017

Morno

Em dia de aniversário, um resultado positivo num jogo morno e pouco conseguido da nossa equipa deixou-nos com muito boas perspectivas de apuramento para o Jamor. Apesar do Benfica ter sido quem mais procurou a vitória, a qualidade do nosso jogo foi sofrível e isso ajuda a explicar a vitória arrancada quase no último suspiro contra um adversário que mostrou tão poucos argumentos.


Houve mudança na baliza, onde jogou o Júlio César, no centro da defesa, onde o Jardel substituiu o Luisão (também nas funções de capitão) e no meio campo, tendo jogado o Filipe Augusto e o Carrillo em vez do Pizzi e do Salvio. A exemplo da segunda parte contra o Chaves, foi o Zivkovic quem apareceu mais frequentemente a jogar atrás do avançado, e o Rafa encostado à esquerda. O Benfica, na minha opinião, fez um jogo em 'decrescendo'. Pareceu-me que entrámos relativamente bem e a jogar com alguma velocidade, mas ao longo do tempo a intensidade foi diminuindo e a segunda parte foi quase toda jogada a meio gás, com excepção dos últimos minutos. O jogo para mim fica inevitavelmente marcado por (mais) um desperdício inacreditável do Rafa logo nos minutos iniciais - tivesse esse golo sido marcado e provavelmente o jogo seria muito diferente. Depois de receber a bola, à vontade, e perto da linha da pequena área, o Rafa conseguiu acertar com a bola nas mãos do guarda-redes. Não consigo sequer considerar aquilo uma defesa, para mim é um falhanço mesmo porque era uma ocasião ainda mais flagrante do que um penálti. O Estoril jogava simplesmente para o empate, na esperança que algum erro do Benfica lhe proporcionasse um improvável golo, e um disparate do Júlio César, em que entregou a bola a um adversário, quase que satisfez esse desejo - felizmente não havia qualquer adversário no meio para aproveitar o centro quando a baliza estava completamente desguarnecida. O Benfica, apesar de ter mais bola e atacar mais, poucas ocasiões criava mas acabou por chegar ao golo aos trinta e seis minutos, pelo inevitável Mitroglou, que ao segundo poste desviou um cruzamento perfeito vinda da esquerda da autoria do Zivkovic. 


Pensei que o jogo estaria mais ou menos encaminhado, mais ou menos um golo para o Benfica, mas apenas quatro minutos depois o Eliseu cometeu um penálti perfeitamente escusado, ao interceptar um cruzamento com o braço, e o Estoril empatou. Nesse lance o Filipe Augusto lesionou-se e acabou substituído pelo Pizzi. A segunda parte foi, na sua maioria, um bocejo. O Estoril continuava a mostrar-se interessadíssimo num empate que o deixava já em desvantagem para a segunda mão, e o Benfica não parecia lá muito interessado em correr muito para ganhar o jogo. Muitas trocas de bola na zona do meio campo entre os médios e os defesas, quase sempre sem qualquer tipo de progressão no terreno. De relevante, do lado do Estoril um remate cruzado do Kléber que passou perto do poste, e do nosso (ainda) mais uma perdida do Rafa em boa posição. Só nos minutos finais, e já com as presenças do Cervi e do Jiménez em campo (saíram o Rafa e o Carrillo) é que as coisas se animaram um pouco. O Mitroglou deu o aviso, mas o remate após passe atrasado do Cervi falhou a baliza por pouco depois de tabelar num defesa. Mas marcou mesmo a um minuto do final, numa jogada em que o Eliseu, de calcanhar(!) desmarcou o Cervi pela esquerda da área e este fez o passe para o centro, onde o Mitroglou com um toque parou a bola e com outro marcou. Já ouvi dizer que estava adiantado, mas de onde eu estava no estádio é impossível confirmar isso. E antes do apito final foi por centímetros que o Zivkovic, numa cabeçada em salto rente à relva depois de um cruzamento do Cervi, não fez o terceiro golo. Como é fácil notar, há um ponto em comum nestas três situações que referi: o Cervi esteve envolvido em todas elas.


O Mitroglou, e como vem sendo hábito ultimamente, é o homem do jogo. Apesar de alguns cruzamentos sem nexo, gostei do Zivkovic, que foi sempre dos mais activos no jogo, inclusivamente em recuperações defensivas. O Jardel também fez um bom jogo e a entrada do Cervi foi importante, pois mexeu com um jogo que estava praticamente estagnado - custa-me um pouco a perceber a sua súbita perda de protagonismo relativamente à fase inicial da época. É certo que o Zivkovic recuperou da lesão e se tornou uma opção válida, mas por exemplo o Rafa ainda não deu muitos exemplos que justifiquem estar à frente do argentino nas escolhas. Acho que já escrevi isto antes, mas o Rafa é, muito provavelmente, o pior finalizador que eu já vi jogar pelo Benfica. Pode ter outras qualidades que serão úteis à equipa, mas meter a bola na baliza é definitivamente um ponto muito fraco do seu jogo.

Ficámos com a eliminatória bem encaminhada, mas agora é preciso voltar a focar atenções no campeonato. E será necessário jogar bem mais e melhor do que isto para trazermos os três pontos da visita ao Feirense. Porque senão só estamos mesmo a convidar dissabores.

1 Comments:

At 3/01/2017 6:37 da tarde, Blogger joão carlos said...

A análise é o espelho daquilo que se passou no relvado.


Não adianta à falta de segundos avançados, ou por lesão ou por falta de qualidade, continuar a jogar ai com extremos adaptados não funciona e não é uma questão de ser um ou outro jogador que não se adapte aquela posição é uma questão de características dos jogadores todos os nossos extremos não tem características para fazerem a posição sobretudo com equipas que se fecham muito e muito povoadas naquela zona, é que sistematicamente jogamos com um jogador a menos, seja ele quem for, para alem que estamos a desperdiçar as suas qualidades onde eles realmente são bons e fazem falta que é nas alas onde ai sim são perigosos.
A terceira substituição foi feita tarde não porque o jogador que entrou o tivesse feito bem, que nem esteve sequer grande coisa, mas porque voltamos a ter um segundo avançado não adianta jogar com uma táctica quando não se tem jogadores para ela neste caso é preferível alterar a táctica para se adaptar à características dos jogadores disponíveis apenas com um avançado disponível era preferível ter reforçado o meio campo do que jogar como jogamos na mesma táctica mas sem jogadores para a executarem.
Estreamos um novo elemento no meio campo mas infelizmente devido a mais uma lesão não dei para tirar muitas conclusões ainda para mais quando mais uma vez os dois jogadores do meio campo jogaram muito juntos e quando assim acontece ficam sempre muito afastados dos restantes jogadores ofensivos e obriga ainda mais a um jogo para o lado e para trás e isto como tem sido recorrente com jogadores diferente depreendo que não seja má interpretação dos mesmo mas indicações para isso e sendo este o cão é um erro que tem de ser urgentemente corrigido sob pena do nosso jogo se tornar lento e previsível é que deste modo os dois do meio campo são facilmente anulados e diminui as linhas de passes destes.

 

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