quarta-feira, novembro 27, 2019

Desconsolo

O que dizer depois de um jogo em que durante 89 minutos o Benfica pareceu ter tudo para ressuscitar na Champions, e depois deitou tudo a perder? Fica o desconsolo pela forma inacreditável como o Benfica conseguiu não ganhar mais um jogo na Champions, ainda por cima depois de ter feito uma boa exibição contra a equipa mais forte do grupo, conseguindo ser uma equipa bem mais personalizada do que em qualquer outro dos jogos que fizemos esta época na Champions.


Foi um jogo em que fomos, conforme esperado, pressionados durante a maior parte do tempo. Ficámos em vantagem ainda na primeira parte, com um golo do Pizzi, e conseguimos suster relativamente bem o ímpeto do Leipzig. Na segunda parte fomos sujeitos a uma pressão mais intensa mas, com uma hora de jogo decorrida, num contra-ataque rápido o Vinícius aproveitou uma escorregadela de um defesa alemão para se isolar e fazer o 2-0. Este resultado garantia automaticamente que o apuramento para os oitavos ficava completamente nas nossas mãos: bastaria ganhar em casa ao Zenit para que tal acontecesse. A partir daqui a pressão do Leipzig foi avassaladora. Mas era feita de uma forma tão indiscriminada que ficava a sensação de que se conseguíssemos organizar minimamente uma saída em contra-ataque poderíamos arrumar com o jogo. Isso esteve muito perto de acontecer quando o De Tomas, que tinha entrado para o lugar do Vinícius a dez minutos do final, quase marcou um dos golos do ano: um remate do meio campo que só não entrou no ângulo porque o guarda-redes do Leipzig se esticou todo e ainda tocou muito ao de leve na bola com a pontinha dos dedos. Esse lance até pareceu assustar os alemães, cuja pressão esmoreceu um pouco. Mas aos oitenta e nove minutos o Rúben Dias cometeu um penálti tão disparatado quando escusado, ao deixar o braço para trás de forma a segurar um adversário que tentava rodar para a baliza, e o inferno voltou. Tinha o mau pressentimento que se o Leipzig conseguisse marcar um golo, seguramente chegaria ao empate, o que infelizmente acabou mesmo por suceder ao sexto minuto de compensação (foram dados nove devido ao tempo que a partida esteve interrompida para dar assistência ao guarda-redes do Leipzig, que saiu lesionado do lance do nosso segundo golo). O Rúben foi até à lateral atrás do Werner e não foi feita a devida compensação, o que permitiu que o Forsberg surgisse completamente sozinho bem no centro da área para cabecear à vontade.


A substituição do Vinícius pelo De Tomas exigia-se e foi bem feita. Mas já me custou a compreender que não tenhamos fechado a zona defensiva do meio campo naqueles minutos finais - o Benfica entrou sem nenhum médio defensivo, a jogar mais em 4-5-1 do que em 4-4-2, já que o Chiquinho foi sempre mais um terceiro médio com o Taarabt e o Gabriel do que um verdadeiro apoio ao avançado. Esperava a entrada do Florentino, que nunca veio a acontecer, e ainda mais incompreensível para mim foi a entrada do Caio para o lugar do Pizzi quando ainda estava 2-1 (a entrada do Jota nos últimos segundos foi uma medida de desespero e já pouco alteraria).


Com este resultado o nosso destino na Champions está traçado. Se queremos continuar para a Liga Europa, creio que será necessário ganhar ao Zenit na Luz por 2-0 na última jornada para não ficarmos dependentes do resultado do outro jogo. Enfim, coisas para nos preocuparmos na altura, que eu já não estou para me incomodar muito com a Champions. Espero é que no sábado somemos mais uma vitória frente ao Marítimo.

1 Comments:

At 11/29/2019 6:38 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mas pelos vistos foi preciso chegar ao quinto jogo na competição para perceber qual a estratégia e a táctica que tem de ser adoptada nestes jogos, sobretudo nos jogos fora, e que não se pode fazer gestão físicas nestes jogos e que os melhores e mais experientes tem que jogar nestes jogos mais difíceis pena é que se ande a fazer experimentalismos numa competição que pela sua dificuldade e por ser tão curta não o permite e que pelos vistos só se acorde quando estamos aflitos.
Nos últimos anos temos assistido a uma desvalorização constante da nossa participação nesta prova e não é com chavões e slogans que parecem dizer o contrario que lá vamos, independentemente dos slogans, e eles até podem nem existir, o que tem de acontecer é uma valorização da nossa participação e não fazer dela uma competição para dar experiência a quem não a tem é que depois todos nós sabemos que quem vai beneficiar no futuro dessa experiência é que não vamos ser nós mas outros como o passado nos tem mostrado.
Já sabíamos que o nosso treinador tarda em muito as substituições, mas que em norma são boas e ajustadas mas tardias, mas para alem de cada vez ele as tardar mais, e até parece que só servem para queimar tempo, desta vez conseguiu nem sequer as fazer bem, à excepção da primeira, é que ou eles as fazia cedo para refrescar e fazer com que a equipa não recuasse tanto ou se eram para ser tão tarde era para reforçar a defesa e o meio campo defensivo e ou ele aprende finalmente que tem de mudar a maneira como encara as substituições, sobretudo o seu tempo de as fazer, ou vamos passar por dificuldades.

 

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