domingo, novembro 03, 2019

Convincente

As melhorias apresentadas no último jogo prolongaram-se hoje e conseguimos aliar o resultado a uma boa exibição, a que só ficaram a faltar mais golos. Foi uma vitória convincente num jogo marcado pelo controlo quase absoluto do Benfica no mesmo e uma arbitragem simplesmente lamentável do Xistra enquanto o nulo se manteve no marcador.


Desta vez foram menos as alterações no onze: apenas três. Ferro, Florentino e Pizzi ocuparam os lugares que tinham sido do Jardel, Samaris e Gedson no jogo contra o Portimonense. A fase inicial do jogo não foi entusiasmante. O Rio Ave mostrou ter a lição bem estudada e entrou no jogo preparado para anular o nosso futebol. Duas linhas bem juntas a bloquear as tentativas de jogo interior, tentativa de pressionar logo na saída de bola, e os nossos laterais amarrados por dois extremos velozes - Gabrielzinho e o nosso ex-jogador Nuno Santos. Na esquerda a constante ajuda defensiva do Cervi ainda permitia ao Grimaldo soltar-se um pouco mais, mas do outro lado o André Almeida tinha que estar mais preocupado com o seu adversário directo, pois o Pizzi não é tão dado a essas tarefas. O primeiro sinal de perigo foi dado num remate do Cervi que obrigou o guarda-redes a uma defesa apertada, mas ironicamente acabou por ser a actuação do eterno Carlos Xistra a revelar-se um rastilho para incendiar a Luz e espicaçar a nossa equipa. Isto graças a uma série de decisões incompreensíveis que incluiram amarelos perdoados, ignorar faltas que dariam origem a livres perigosos perto da área do Rio Ave e um penálti sobre o André Almeida quando este poderia marcar um golo quase idêntico ao que marcou contra o Portimonense - não percebo sequer como não houve intervenção do VAR, já que não houve qualquer intenção do defesa do Rio Ave em jogar a bola e simplesmente foi empurrar o nosso jogador. Aliás, a 'inspiração' do homem começou logo a revelar-se no primeiro minuto de jogo, quando conseguiu vislumbrar um suposto jogo perigoso do Vinícius num lance em que ele e o Cervi ficariam numa situação perigosa para a baliza do Rio Ave. Para azar do Xistra, no pontapé de canto na sequência do penálti ignorado, o Rúben Dias cabeceou de forma fulgurante para dentro da baliza a bola cruzada pelo Pizzi. Mais uma vez um defesa na sequência de uma bola parada a ser responsável por desfazer o nulo, a exemplo do que aconteceu nos últimos jogos. O Benfica já estava bem por cima no jogo antes do golo, e depois dele essa tendência apenas se acentuou. Uma única excepção já perto do intervalo, quando o Nuno Santos se conseguiu escapar pela esquerda ao André Almeida e depois rematou de ângulo bastante apertado, acertando com estrondo no poste. Acabou por ser a única ocasião de perigo criada pelo Rio Ave em todo o jogo.


A segunda parte só se pode descrever como domínio total do Benfica. É que foi mesmo quase jogada só dentro do meio campo do Rio Ave, com o nosso adversário desta noite a ser incapaz de criar qualquer jogada de perigo. Só numa ou outra investida individual por parte do Nuno Santos (acredito que se não tem tido aquela lesão gravíssimo, a carreira dele no Benfica poderia ter sido bem diferente) é que conseguiam trazer a bola para mais perto da nossa área. O Benfica foi muito eficaz na pressão sobre o adversário, cortando quase todas as tentativas de saída para o ataque quase no seu início (com o Florentino a evidenciar-se nas recuperações) e empurrando o Rio Ave para junto da sua baliza. Convém salientar que isto não foi postura do Rio Ave - eles não se apresentaram com qualquer autocarro e vieram à Luz para tentar jogar futebol, simplesmente foi o Benfica que conseguiu remetê-los a esta situação. Também como aconteceu contra o Portimonense, fizemos o segundo golo muito cedo na segunda parte - aos cinco minutos. Passe do Gabriel a solicitar o Grimaldo na esquerda, combinação com o Cervi, e passe atrasado deste para a entrada da área, onde o Pizzi com uma simulação tirou dois adversários da frente e rematou para o golo. Depois só ficámos a dever-nos a nós próprios um resultado mais dilatado, porque ocasiões para isso não faltaram. Conforme escrevi, o domínio do Benfica foi completo e os dois golos de diferença acabam por ser um resultado enganador, porque na minha opinião esta até foi uma das exibições mais conseguidas do Benfica desde o início da época. Faltou talvez uma melhor definição das jogadas no ataque para ampliarmos o resultado como merecíamos. Por vezes fiquei com a sensação que as coisas estavam a correr tão bem e conseguíamos encontrar e criar espaços no ataque de forma tão fácil que havia a tentação de enfeitar ainda mais as jogadas com mais um passe de primeira para um colega que estivesse em ainda melhor posição e acabava por se perder a oportunidade de remate. De qualquer forma a partir de uma certa altura também fiquei com a sensação que já não era para forçar muito, talvez já a pensar no jogo da Champions, e até o Grimaldo foi substituído apenas para gestão de esforço. Mas nada belisca a justiça da nossa vitória.


Gabriel, Rúben Dias ou Cervi foram dos melhores no jogo desta noite. Ao argentino só ficou mesmo a faltar-lhe um golo para coroar a exibição, pois bem fez para o merecer. O Pizzi acaba o jogo com uma assistência e um golo e a ser mais uma vez decisivo. Como habitualmente, ganha protagonismo quando aparece nas zonas mais centrais do campo, porque quando está encostado à ala desaparece muito do jogo.

Foram duas boas vitórias seguidas com exibições que só podem aumentar a confiança dos adeptos e da própria equipa. Nestes jogos já conseguimos ver a nossa equipa conseguir aproximar-se mais daquilo que já a vimos produzir, e agora esperemos que esta tendência seja para manter.

1 Comments:

At 11/03/2019 7:02 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta um espelho daquilo que se passou em campo.


Neste jogo o nosso ponta de lança teve muito menos oportunidade até porque teve muito pouco espaço na área mas é neste tipo de jogo que o segundo avançado tem de aproveitar os espaços que aparecem pelo facto do ponta de lança estar muito marcado a verdade é que eles apareceram e o segundo avançado estava lá nessas ocasiões mas finalizou mal como tem feito muitas vezes, quem joga nesta posição para alem da construção tem de ter finalização e até agora neste capitulo tem demonstrado pouco e necessitamos de mais.
Durante o período que medeia entre a altura em que aumentamos a vantagem e a substituição do nosso defesa esquerdo tivemos uma pressão que por vezes era sufocante e um domínio absoluto mas depois nunca conseguimos traduzir isso em muitas oportunidades, e as poucas que tivemos desperdiçamos, quase sempre porque definíamos mal o passe final, é verdade por algum exagero em elaborar as jogadas sempre com mais um toque, passe ou adorno, mas sobretudo por mal execução do passe de ruptura.
O nosso treinador exagera no retardar das substituições o que faz com que quando as faça os jogadores que estão a ser necessitados de ser substituídos por questões físicas estejam mesmo no limite, como foi o caso neste jogo, o que é um risco que de todo não precisamos de correr é que já bastam os vários factores que vamos tendo para a lesões sem precisar de ter mais nenhum é que nem se percebe é que opções existem com ritmo porque tem jogado e tem cumprido quando jogam e ou ele não retarda exageradamente as substituições que faz e assim deixando os jogadores no limite da lesão ou vamos aumentar as mesmas e assim passar por dificuldades.

 

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