quinta-feira, outubro 31, 2019

Melhorias

Apresentando nítidas melhorias em relação aos últimos jogos, o Benfica despachou o Portimonense com relativa tranquilidade e aproveitou para se isolar no topo da tabela da Liga.



Foi quase meia equipa que mudou em relação ao jogo em Tondela - cinco alterações no total. Entraram no onze Jardel, Samaris, Gedson, Chiquinho e Vinícius, por troca com Ferro, Florentino, Pizzi, Taarabt e Seferovic. Curiosidade maior para ver como funcionaria a dupla Chiquinho/Vinícius. O primeiro porque parece ser o jogador do plantel com melhores características para assumir o papel desempenhado a época passada pelo Félix; o segundo porque tem vindo a aproveitar bem as oportunidades que lhe são concedidas, enquanto que o Seferovic tem andado abaixo daquilo que já o vimos fazer. Achei que se viu logo de início mais alguma dinâmica no nosso jogo, mesmo que nem sempre as coisas saíssem bem na primeira parte. Alguma influência do Chiquinho nisto, porque é um jogador com capacidade para fazer recepções orientadas, que procura quase sempre a progressão no campo quando recebe a bola (tenho muita vontade de vê-lo simultaneamente em campo com o Rafa) e movimenta-se muito para oferecer opções de passe aos colegas. Na esquerda, a presença do Cervi pareceu deixar as costas um pouco mais quentes ao Grimaldo, que foi bastante mais ofensivo neste jogo. O Samaris também deu mais alguma agressividade ao meio campo, que resultou numa linha de pressão mais subida. O primeiro sinal de perigo até foi dado pelo Portimonense, naquela que acabou por ser a sua única ocasião de perigo no jogo. O Vlachodimos opôs-se bem ao remate cruzado do japonês Anzai, que surgiu solto ao segundo poste depois de um cruzamento da esquerda da nossa defesa. Mas decorridos poucos minutos, à passagem do quarto de hora de jogo, o Benfica colocou-se em vantagem. Tal como em Tondela, na sequência de um pontapé de canto. Bola metida pelo Grimaldo para a zona do primeiro poste, um primeiro toque do Gabriel, e entrada fulgurante do André Almeida ao segundo poste para finalizar. Um lance estudado que levou a equipa a comemorar com o Veríssimo, responsável pelo treino das bolas paradas. O golo fez com que o Benfica, que já estava por cima no jogo, ficasse completamente à vontade, mas não pareceu haver muita vontade para forçar o andamento em busca de um segundo golo. Houve uma ou outra ocasião, mas as tentativas de remate foram sempre interceptadas por defesas adversários. Ficaram também na retina diversos cruzamentos muito mal feitos pelos nossos jogadores.


A entrada na segunda parte não podia ter sido melhor, pois o Benfica marcou logo na segunda jogada. A primeira tinha sido uma investida do Gedson pela direita que acabou num pontapé de canto. Na sequência deste, o André Almeida cabeceou em balão à trave e a bola foi recuperada pelo Grimaldo, que fez um novo cruzamento para o Rúben Dias finalizar na pequena área. Objectivamente o jogo ficou ganho nesse momento, porque o Portimonense continuava a ser incapaz de causar qualquer tipo de incómodo à nossa defesa. Mas gostei de ver os nossos jogadores mais soltos e a jogar mais à vontade com esta vantagem mais dilatada, o que fez logo antever que a probabilidade de vermos mais golos era elevada. Vi-nos atacar em equipa, com vários jogadores junto da área adversária, em vez de haver aquele fosso enorme entre o ataque e o resto da equipa. O Chiquinho esteve perto de marcar, mas acabou por ser o Vinícius a marcar dois de rajada, no espaço de dois minutos. Aos sessenta e três e sessenta e cinco minutos de jogo ficou selada a goleada. No primeiro destes golos é de realçar o fantástico passe do Grimaldo, de pelo menos meio campo a solicitar a corrida do Vinícius nas costas da defesa. Este resistiu à carga do defesa e teve tranquilidade suficiente para ultrapassar o guarda-redes e rematar para a baliza vazia. No segundo, novo passe longo do Grimaldo a solicitar a corrida do Chiquinho na esquerda, que com um passe de trivela de primeira deixou o Vinícius na cara do guarda-redes para finalizar. Este golo foi para mim uma espécie de regresso ao que de melhor fazíamos a época passada: mobilidade e transições rápidas com ataque ao espaço vazio. É aquilo que me tenho vindo a queixar que sinto falta esta época, já que os jogadores da frente me parecem quase sempre demasaido estáticos para permitir este tipo de jogadas. Como o jogo mais do que decidido o chiquinho e o Vinícius foram poupados á fase final do jogo, altura em que o Gedson esteve muito perto de aumentar o resultado, mas o seu remate foi defendido pelo quarda-redes de forma a fazer a bola viajar ao longo da linha de golo e sair pertíssimo do poste.


O melhor em campo foi o Grimaldo. Conseguiu ser interveniente nos quatro golos da equipa, com duas assistências directas, para o golo do Rúben Dias e o primeiro do Vinícius. Nos outros dois, foi ele quem marcou o canto que deu origem ao primeiro golo, e fez o passe para a desmarcação do Chiquinho no quarto golo. Naturalmente, destaques também para o Vinícius e o Chiquinho, e ainda para o Gabriel, o Rúben Dias e o Cervi. A este último ninguém pode acusar de falta de empenho em aproveitar as oportunidades que lhe são dadas.

E agora uns números: com a vitória de hoje, Bruno Lage venceu 26 dos 28 jogos que fez para a Liga, tendo perdido apenas um. É uma percentagem de vitórias de 93%, com 93 golos marcados e apenas 19 sofridos. Resultados práticos disto são um campeonato ganho em meia época e a liderança isolada na presente época. Desafio qualquer um a tentar encontrar um treinador com números melhores. E no entanto, há para aí uma campanha que não tem outro objectivo que não o de tentar criar instabilidade na nossa equipa que nos quer convencer que Bruno Lage é um treinador contestado e com o lugar em risco. Enquanto que outro treinador - que em meia época conseguiu perder para o Benfica de Bruno Lage um campeonato em que dispunha de sete pontos de vantagem e como bónus ainda recebia o Benfica em casa, que conseguiu perder duas finais de taças para os pelintras caloteiros do Lumiar, que conseguiu falhar de forma estrondosa um dos principais objectivos desta época, o apuramento para a fase de grupos da Champions, que se pega frequentemente com os seus próprios jogadores, que perde as estribeiras em conferências de imprensa - é a imagem da estabilidade. É que não custa nada perceber quem alimenta esta campanha contra o Bruno Lage. Que os comentadores e adeptos dos nossos adversários dêem eco a esta campanha, não é nada que eu não esperasse. Que haja benfiquistas a dar para este peditório é que já me ultrapassa completamente.

2 Comments:

At 10/31/2019 9:14 da manhã, Blogger Islander said...

Essa campanha ontem na SICN teve mais um episódio lamentável, o david borges e mais um anaozinho de óculos a desancar no Lage porque "pensa que vai ensinar o futebol" aos jornalistas com aquela "attitude e maneira de inferiorizar quem já tem muitos anos de futebol",etc... Numa noite em que o sonseição recusou cumprimentar o adversário, mais uma vez refugiou-se em atirar culpas para todo o lado menos para ele e inclusive em mais um episódio de bem tratar os jornalistas, até se cagou para o assunto em directo… surreal os niveís de azia!

Espero estar enganado mas é sempre melhor só passer para a frente no fim para não dar tempo a esta campanha generalizada para nos tirar de lá…. não duvido que o ano passado se chegássemos antes eles não relaxavam e teriam sido campeões.

É como dizes, só temos de nos manter unidos e atentos perante esta Guerra que nos faze

 
At 10/31/2019 7:05 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica esta muito bem conseguida.


Voltamos de facto a ter, principalmente no segundo tempo quando tivemos mais espaço, transições rápidas e isso muito se deve por um lado a termos finalmente a jogar a segundo avançado um jogador que tem algumas das características para o lugar, vamos ver se tem todas, embora seja o único que temos em todo o plantel e por outro um ponta de lança que é melhor finalizador do que aquele que andamos até aqui a utilizar isto para não falar que finalmente conseguimos concretizar uma bola em que estamos completamente isolados só com o guarda redes pela frente.
Continuo sem perceber a demora em fazer substituições desta vez foi a ultima, é que com tão pouco tempo entre jogos e com tantos jogadores em campo a precisarem de descansar não se percebe porque é que com o jogo controlado as substituições não foram feitas todas logo após esse momento e só se tenham feito duas retardando a ultima sem qualquer sentido, até porque isto tem sido recorrente jogo após jogo.
Finalmente deixamos o dogma de só atacar pelo centro e finalmente começamos a atacar pelas alas, agora não convêm é exagerar e só atacar pelas alas como pareceu em alguns momentos no primeiro tempo, de tal forma que os jogadores falharam quase todos os centros que parece que até já estavam desabituados de o fazer e ou conseguimos um equilíbrios entre os dois sistemas, e com isso imprevisibilidade, ou se voltarmos a insistir apenas e só no jogo interior vamos passar por dificuldades.

 

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