Tangencial
Uma vitória tangencial em Tondela num jogo que para mim ficou marcado sobretudo por pouca ambição da parte do Benfica. Obtida a vantagem, a prioridade foi gerir o tempo e o resultado com talvez excessiva confiança em que o Tondela seria incapaz de marcar.
O regresso do André Almeida foi o principal destaque num onze onde o Cervi manteve a titularidade conquistada no jogo da Champions. Taarabt e Pizzi também regressaram à equipa, saindo o lesionado Rafa e o Gedson. O jogo praticamente começou com dois sustos para o Benfica, pois foi necessário o Vlachodimos intervir duas vezes para deter remates perigosos do Tondela que poderiam perfeitamente ter dado golo. Mas a verdade é que essas duas ocasiões iniciais acabaram por ser as únicas que o Tondela criou em todo o jogo, pois não conseguiu voltar a ameaçar seriamente a nossa baliza. O Benfica voltou a mostrar muita lentidão de processos nas saídas para o ataque e demasiada insistência no jogo interior, o que facilitou a tarefa à defesa do Tondela. Mas chegámos à vantagem relativamente cedo, quando estavam decorridos dezanove minutos: um canto na esquerda apontado pelo Grimaldo e o Ferro conseguiu cabecear para golo sem sequer ter que tirar os pés do chão. A partir do golo, sinceramente, não tenho muito mais a dizer. Nem sobre a primeira parte, nem sobre a segunda, porque não se passou quase nada de relevante. O Benfica limitou-se a gerir a vantagem e não pareceu ter qualquer vontade de forçar ou arriscar demasiado para chegar a um segundo golo que desse maior tranquilidade. Por outro lado, o Tondela não revelou ter capacidade para alterar o estado das coisas. Foi um jogo francamente aborrecido - nem tenho bem a certeza se não cheguei a adormecer durante alguns instantes na segunda parte. Basta dizer que nesse período o primeiro remate a qualquer uma das balizas foi feito a menos de quinze minutos do final. Não houve qualquer lance de perigo junto da nossa baliza e objectivamente a nossa vitória nunca esteve em risco. Mas um golo é sempre uma vantagem magra e dá para ficarmos nervosos até final com receio de algum lance fortuito que resulte no empate. Um ponto positivo acabou por ser o regresso do Chiquinho à competição após a lesão, tendo entrado durante a segunda parte mas sem grandes resultados práticos.
Talvez o Gabriel tenha sido dos melhores do Benfica neste jogo, e o Grimaldo também esteve bastante em jogo, mas não houve ninguém que se destacasse muito.
Foram três pontos sempre importantes e agora seguem-se dois jogos em casa num curto espaço de tempo, nos quais temos que somar a pontuação máxima. Apesar da nossa vitória não ter sido posta em causa, a exibição esteve longe de ser convincente. Continua a faltar-nos muita dinâmica nos processos ofensivos e nesse aspecto a equipa chega a lembrar os piores tempos sob o comando do Rui Vitória. É imperioso melhorar a qualidade do nosso jogo.
1 Comments:
A analise esta um espelho daquilo que se passou em campo.
Pese embora após nos encontrarmos em vantagem termos deixado de arriscar tanto acho que não entramos imediatamente em gestão do resultado, que só aconteceu claramente na segunda parte, o que aconteceu no primeiro tempo foi uma completa inocuidade no ataque que alias já acontecia antes de termos chegado à vantagem é que quer antes quer depois do lance que selamos o resultado não criamos mais nenhuma oportunidade e a duvida que continuo é se não termos segundo avançado e um ponta de lança que é uma nulidade explicam tudo.
Já passamos por vários períodos, com vários treinadores, num passado mais recente ou longínquo em que jogamos muito pouco, muitas vezes até mal, mas o que difere este período de outros é a nossa completa incapacidade para criar oportunidades e foi de certeza pouquíssimas as vezes em que num jogo tivemos uma única oportunidade é que pior do que o nosso jogo ser lento ou pouco dinâmico é ser completamente inócuo ofensivamente.
Na posição de segundo avançado já passaram praticamente todos os jogadores do plantel acho que só falta mesmo testarmos um qualquer dos guarda redes para vermos o que dão e quase sempre com as mesmas prestações, fracas e fraquíssimas, ficando evidente que não temos no plantel ninguém de raiz e um ou outro que ai até possa disfarçar será sempre uma adaptação e terá sempre melhores desempenhos na sua posição de origem por isso ou fazemos uma alteração à táctica com que jogamos adaptando aos jogadores que temos disponíveis, em vez de fazer o contrario, ou então vamos passar por dificuldades.
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