Categórico
Após o 'soluço' em Braga, regresso à normalidade das vitórias, com uma exibição categórica, sobretudo na segunda parte. Face ao outro resultado do grupo, esta vitória deixou-nos à beirinha da qualificação, e só uma conjugação de resultados bastante improvável é que poderia colocar em causa a nossa passagem à próxima fase da competição. E foi tão bonito ouvir os adeptos benfiquistas em Goodison Park cantar 'E ninguém para o Benfica'.
Para além da já habitual troca de guarda-redes na Liga Europa, outras alterações, mais ou menos esperadas: Rúben Amorim no lugar do Maxi, David Luiz na esquerda, entrando o Sídnei para o centro da defesa, e subindo o Coentrão para o meio campo, para a saída da equipa do Aimar. Quanto ao Everton, pareceu que a goleada na Luz os fez ter mais cautelas, já que optaram por jogar com apenas um avançado, apoiado mais de perto pelo Fellaini, e colocaram mais um homem no meio campo, talvez com a intenção de evitar o jogo de passes rápidos do Benfica. A primeira parte pareceu-me ter sido geralmente mal jogada, e foi algo aborrecida de ver. A superioridade do Benfica nunca me pareceu estar em causa, mas houve demasiados passes falhados, e durante alguns períodos entrámos na onda do Everton, optando demasiado por passes longos. Esperava que fosse o Di María a opção para fazer de Aimar, mas a opção caiu preferencialmente sobre o Ramires, e geralmente sem resultados muito positivos, já que nos faltou capacidade para fazer posse de bola no meio campo adversário. Os nossos alas também estiveram discretos nesta fase, e esta primeira parte acabou por ter assim poucos motivos de interesse. Só a cerca de cinco minutos do intervalo houve um safanão na monotonia, quando o Coentrão arrancou um bom cruzamento da direita, e o Cardozo cabeceou a bola ao poste, para depois na recarga o Saviola obrigar o Howard a fazer uma boa defesa. Ainda antes do intervalo, uma preocupação com a lesão do Ramires, que foi substituído pelo Maxi.
A segunda parte foi muito diferente. O Benfica, inicialmente, pareceu estar a jogar num 4-4-2 linear, pois após a saída do Ramires o Maxi foi ocupar o seu lugar na direita da defesa, e o Rúben foi jogar praticamente ao lado do Javi. O Benfica começou a mostrar mais o seu jogo, a trocar muito melhor a bola junto à relva, e a pressionar mais alto. O Di María passou a estar muito mais em jogo, e nas saídas rápidas para o ataque a dar cabo do juízo aos jogadores do Everton. E na altura certa, o Jorge Jesus lançou Aimar para o jogo, para fazer girar o carrossel. Sinceramente, pelo que estava a ver, acho que mesmo sem o Aimar em campo o Benfica acabaria por chegar ao golo. Até porque momentos antes da entrada dele já o Di María, isolado exemplarmente pelo Cardozo, tinha conseguido não acertar na baliza. Mas após alguns momentos com o Aimar em campo, e já de regresso ao 4-1-3-2 habitual, o Benfica chegou ao golo. Após um contra-ataque conduzido pelo Di María, este combinou com o Saviola e, beneficiando de um ressalto, El Conejo fez, de pé esquerdo, o seu quinto golo em seis jogos para a Liga Europa. Faltava então pouco menos de meia hora para o final do jogo, mas após aquele golo ficou-se com a sensação de que a vitória já não fugiria, porque o jogo parecia estar completamente sob controlo. A quinze minutos do final o Cardozo, beneficiando de novo ressalto, deu a machadada final no jogo, e até final os nossos jogadores quase que se limitaram a recrear-se com a bola, sendo o único sobressalto uma grande defesa do Júlio César a um remate à queima-roupa, evitando o golo de honra dos ingleses.
A equipa esteve bem num todo, e foi por ter funcionado bem como um todo que vencemos esta noite. A defesa esteve bastante sólida, não se notando que o Sídnei estava ausente da equipa há tanto tempo, sendo também de destacar a exibição segura do Júlio César, mesmo sem ter tido muito trabalho. O Di María fez um bom jogo, que poderia ter sido muito melhor se não tem desperdiçado aquela ocasião flagrante, e o Saviola voltou a mostrar a sua classe. Mas devo mencionar também o grande jogo que o Javi García fez no meio campo defensivo, e ainda o Rúben Amorim, que foi um jogador de grande utilidade nas diversas funções que acabou por desempenhar ao longo de todo o jogo, tendo passado por três posições diferentes.
Aqueles que esperavam pelo descalabro da equipa após a jorgesousada de Braga vão ter que esperar mais um pouco. Este ano não só a equipa tem mostrado o futebol que sabemos, como tem demonstrado uma solidez mental muito grande, respondendo sempre da melhor forma a um mau resultado. Agora é prepararmo-nos para a visita à Luz de mais um antibenfiquista primário, de seu nome Inácio, na próxima segunda-feira.
4 Comments:
E sem Ramires e Cardozo contra a Naval. Vamos a ver no que dá.
Quanto ao anunciado descalabro, parece que ainda não é desta, vão ter os rivais de aguardar mais um pouco. :D
Se o Di Maria soubesse rematar, já não estava no Benfica!
"Agora é prepararmo-nos para a visita à Luz de mais um antibenfiquista primário, de seu nome Inácio, na próxima segunda-feira."
Um não, dois. E o outro também tem um nome esquisito.
Olha que a primeira parte até nem foi mal jogada, é verdade que não existiram muitas oportunidades de golos e que a espaços se jogou um futebol muito inglês, mas existiu muita pressão, luta, movimento o jogo nunca esteve parado, nós é que já estamos mal habituados queremos sempre mais.
Concordo contigo a entrada do Aimar foi a gota que fez transbordar o copo, mas por todas as análises dos comentadores até parece que o Benfica só começou a jogar e a criar perigo com a entrada do Aimar o que não é justo para o resto da equipa nem é a realidade. Penso que a nova teoria agora é de que o Benfica é dependente do Aimar.
Hoje vamos receber a Naval e avizinham-se algumas mudanças na equipa em vésperas de vários jogadores "fugirem" para as suas selecções.
E este cenário é mais preocupante que o próprio jogo com a Naval.
Já estamos algo condicionados com o Cardoso e com o Ramires, vamos esperar que a visita às selecções não traga mais surpresas, pois o jogo seguinte é a eliminar e depois visitamos o actual 8º classificado.
Quantos seremos amanhã na Catedral ?
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