Feyenoord
Mais um jogo de pré-época, mais uma goleada. Com a satisfação de, como de costume, parecer ter sido obtida da forma mais natural possível, como se aquilo que vimos fosse algo a que os nossos jogadores já estão habituadíssimos a fazer.
Com várias alterações do meio campo para a frente em relação ao último jogo, com o Sunderland, e ainda o regresso do Roberto à baliza, o Benfica iniciou o jogo da pior forma possível, pois aos três minutos de jogo já perdia, resultado de um erro do Rúben Amorim, que com um mau atraso isolou um adversário. O Benfica demorou cerca de vinte minutos até se reencontrar, mas depois não deixou quaisquer dúvidas sobre quem era a melhor equipa sobre o relvado. Foi para cima do adversário, e as oportunidades de golo começaram a surgir frequentemente. Apenas por infelicidade (remate do David Luiz à trave) e alguma ineficácia é que acabámos por sair para intervalo em desvantagem no marcador, resultado que era claramente injusto.
Para a segunda parte, quatro alterações, com as entradas do Cardozo, Jara, Airton e do regressado Ramires para os lugares do Kardec, Carlos Martins, Aimar e Javi, e o Benfica a experimentar mais uma vez jogar num esquema mais próximo do 4-3-3, aproveitando a mobilidade do Saviola e Jara, tendo o Cardozo como referência no ataque. O cariz do jogo não se alterou em relação ao que já víamos no final da primeira parte, e a pressão do Benfica ainda se acentuou mais. Bastaram cinco minutos para vermos aquilo que já começa a ser uma cena habitual nesta pré-época: assistência do Coentrão na esquerda e finalização do Cardozo. Desmarcado após um grande trabalho do Saviola, o Coentrão centrou rasteiro para o centro da área, onde o Cardozo finalizou facilmente de primeira. A pressão do Benfica continuou a ser muito intensa, sendo importante o trabalho do Jara neste aspecto, já que não pára quieto e passa a vida a morder os calcanhares aos defesas. O Cardozo enviou nova bola ao ferro, desta vez de cabeça na sequencia de um canto, depois foi o David Luiz, em novo remate de fora da área, a acertar no poste, e aos setenta e dois minutos o Cardozo voltou mesmo a marcar, isolado após um passe soberbo do Ramires. Má sorte a de um clube que tem um jogador destes, que tudo o que sabe fazer é marcar golos...
Como sabemos, para este Benfica estar em vantagem no marcador não é sinal para abrandar, e portanto o massacre ao Feyenoord continuou. Três minutos depois do segundo golo, veio o terceiro. Foi um livre sobre a linha da área (conquistado pelo Jara, mais uma vez a pressionar os defesas e a forçar o erro), e quando todos esperariam o remate de pé esquerdo do Cardozo para o hat trick, foi o Menezes quem rematou de pé direito, fazendo a bola passar entre a barreira para o golo. As oportunidades sucediam-se, até porque o Feyenoord mal conseguia passar do meio campo (resultado da pressão intensa que começava logo à saída da sua área), e após nova iniciativa do David Luiz, o Cardozo falhou o seu terceiro golo por muito pouco, cabeceando cruzado para fora. A cinco minutos do final, o Rúben Amorim pôde redimir-se do erro e fixou o resultado final, aproveitando o trabalho do Cardozo para rematar de primeira de pé esquerdo. Na 'brincadeira' dos penáltis no final, o Benfica voltou a vencer, marcando todos os seus cinco penáltis contra quatro dos holandeses.
À medida que os nossos mundialistas vão regressando, a máquina vai ficando mais afinada. Foi muito bom voltar a ver o Ramires com a camisola oito, e a verdade é que a presença dele naquele meio campo faz uma grande diferença. O passe que ele faz para o segundo golo do Cardozo, imediatamente após cortar uma bola, é fantástico. E o trabalho de cobertura e pressão que ele, em conjunto com o Aírton (mais um belo jogo) fizeram foi uma das principais razões para o sufoco do Feyenoord. O Fábio Coentrão continua a mostrar porque tem meia Europa atrás dele. Terceira assistência noutros tantos jogos e este ano é bem capaz de vir a ser o principal desequilibrador da equipa. Do Cardozo pouco mais há a dizer: a vocação dele é marcar golos, e não tem parado de o fazer desde que regressou, mesmo sem ritmos ou treinos. Quatro golos em três jogos (em tempo efectivo nem devem chegar a um jogo e meio) mostram que esta época podemos esperar mais daquilo a que ele nos habituou. Referencia ainda para as boa entradas no jogo do Menezes e do Jara e, por fim, para o incrível David Luiz. Não sei se haverá outros centrais como ele no futebol mundial. A capacidade que ele tem para subir com a bola controlada e causar desequilíbrios (para além de ser um xerife na defesa) é muito rara. A fazer isto como ele, no Benfica, só talvez o Humberto. E ele não tinha tanta capacidade técnica (mas marcava muito mais golos).
Mergulhado em problemas, amedrontado, e sofrendo de outros disparates do mesmo quilate que tenho visto escritos por aí, a verdade é que continuo a ver no nosso Benfica tudo aquilo que o ano passado fez de nós a melhor equipa portuguesa, a larga distância dos nossos adversários. Em oito jogos da pré-época, vamos com vinte e cinco golos marcados. É verdade que sofremos mais golos, mas teimam em esquecer-se dos três mundialistas que nos faltavam na defesa (para não falar do Ramires). Mantenho a confiança numa época de alegrias para as nossas cores.
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