Irreconhecível
Um Benfica irreconhecível entrou esta noite no jogo a perder e nunca mais se encontrou, perdendo consequentemente a Supertaça para o fóculporto com toda a naturalidade. Ganhou a equipa que foi melhor em campo, e a justiça desta vitória é incontestável. Devemos, isso sim, olhar para nós próprios e perceber o que falhou.
Talvez se esperasse que Jesus apostasse no 4-3-3 que vinha testando na pré-época, mas o Benfica iniciou o jogo no 4-1-3-2 habitual, alinhando o Peixoto na lateral esquerda e subindo o Coentrão para a antiga posição do Di María. Na direita, o escolhido foi o Carlos Martins, e na posição de trinco confirmaram-se as indicações da pré-época, e o Airton surgiu a titular. Conforme disse, o Benfica entrou a perder no jogo. Logo aos três minutos, após um canto, uma desconcentração defensiva incrível permitiu a um jogador adversário (Rolando) surgir na pequena área, a pouco mais de um metro da linha de golo, a cabecear à vontade. E o que se seguiu a esse golo foi um descalabro da nossa equipa. Estivemos absolutamente irreconhecíveis durante meia hora, durante a qual o fóculporto controlou o jogo à vontade. A nossa equipa raramente conseguia fazer dois passes seguidos, ao contrário do habitual, não começávamos as nossas jogadas de ataque saindo com a bola controlada da defesa, optando em vez disso pelos pontapés longos que resultavam invariavelmente na perda da bola, no meio campo perdíamos sistematicamente qualquer bola dividida ou as segundas bolas, e a habitual pressão alta nem se viu. O nosso adversário, assim que recuperava a bola, saía em contra-ataques rápidos pelas alas e levava regularmente perigo à nossa baliza. O Benfica demorou vinte minutos até fazer o primeiro remate (foi um livre do Carlos Martins), e só no último quarto de hora conseguiu dar um arzinho da sua graça, mas parecemos estar sempre longe de conseguirmos dominar claramente o jogo.
A segunda parte trouxe mais do mesmo, e da parte que me toca, achei surpreendente a insistência na mesma táctica e jogadores que tão mal tinham resultado na primeira parte. O cariz do jogo não se alterou muito em relação aos últimos quinze minutos da primeira parte: o Benfica tinha um pouco mais de bola, mas era o fóculporto, em ataques rápidos, quem ameaçava mais, e continuava a ter superioridade na luta do meio campo. E foi num desses ataques rápidos pelas alas que, aos vinte e dois minutos do segundo tempo, o jogo ficou resolvido. O Varela foi lançado na direita, ultrapassou com facilidade o Luisão, e cruzou para a entrada vitoriosa do Falcao. Apesar de faltarem mais de vinte minutos para o final, não ficaram grandes dúvidas de que o Benfica não conseguiria alterar o rumo desta final. Até porque, sinceramente, não consegui compreender as opções tomadas pelo nosso treinador. Retirar o Aimar e o Coentrão, e deixar em campo durante noventa minutos o Carlos Martins e o Peixoto que, na minha modesta opinião, ainda conseguiram destacar-se pela negativa na mediocridade geral que foi este jogo da nossa equipa, foi uma decisão que me surpreendeu. Nos minutos finais o fóculporto baixou as linhas e o Benfica teve então um período de algum ascendente, construindo talvez a única oportunidade digna desse nome durante todo o jogo, mas o Saviola, isolado, viu o seu remate ser bem defendido.
É difícil, após um jogo destes, fazer algum destaque positivo. Os referidos Peixoto e Martins estiveram bastante mal, sendo quase doloroso ver a falta de velocidade do primeiro para acompanhar os adversários directos, e a quantidade assombrosa de passes errados feitos pelo segundo (para não falar da quantidade de faltas e entradas arriscadas que fez, que lhe poderiam ter valido uma exclusão do jogo). Do outro lado da defesa, jogo muito fraco também do Amorim. O Airton hoje, sinceramente, mostrou que ainda não está ao nível do Javi, e na fase em que o meio campo do Benfica andou praticamente aos papéis foi um dos jogadores mais desnorteados. Já o disse antes que um dos aspectos em que o Javi leva vantagem é nas dobras e compensações aos colegas. Veja-se a sua movimentação no lance do segundo golo, em que o Airton deveria compensar a saída do Luisão para a direita, e perceber-se-á que ainda há trabalho a fazer neste aspecto. Não percebi também o descontrolo dos nossos jogadores em diversos períodos do jogo. Hoje poderíamos perfeitamente ter terminado o jogo sem os onze jogadores em campo, que não seria surpresa nenhuma. Dos avançados não posso falar muito: o Cardozo praticamente não teve bola, e o Saviola foi tentando o melhor que podia.
Enfim, a Supertaça está perdida, resta-nos sacudir a poeira, levantar a cabeça, e entrar com o pé direito na defesa do título que nos pertence. Hoje foi um dia mau, mas melhores dias, seguramente, se seguirão.
6 Comments:
Mau demais, ninguém merece torcer por uma equipa e ver tal exibição...
Técnico e jogadores estiveram a um nível q espero ñ ver nos tempos + próximos; até espero uma agradecimento público do porco-mor amanhã.
Parece óbvio q sem Ramires e Di a táctica do ano passado é para esquecer, o Peixoto é mau demais o NOSSO DEFESA ESQUERDO é o COENTRÃO ñ é preciso inventar(já agora é meter tb o L.Filipe na lateral direita, té parece a distrital, q nível).
Preocupa-me a insistencia do Jesus com o Peixoto (infelizmente ñ foi expulso na 1ª parte como merecia), o afastamento de Schaffer e Urreta e o q ñ percebo mesmo é ñ terem contratado o Eduardo para a baliza. Decepções...
A táctica dos nossos jogadores de fintar meia equipa adversária a partir do nosso meio campo defensivo foi mais q ridículo, se repetem o feito na champions a humilhação é garantida, TENHAM JUÍZO E DESÇAM Á TERRA.
Uma palavra final para o xor apitador q esteve bem ao nível e amigo dos curruptos. um penálti transformado em amarelo e as marcações de faltas nos consecutivos mergulhos da prima-dona do Merdinho ficam registados.
Para esta (desculpem) merda pq é q ñ começam a apostar nos jogadores das camadas jovens? Burros velhos ñ aprendem.
Et pluribus unum
Esta má exibição nada teve a ver com as vendas de di Maria ou de Ramires. Jogadores de quem se esperaria muito mais, estiveram muito mal. Irrita-me sobretudo a forma faltosa como os jogadores do Benfica insistiam em discuti a bola. Ás vezes é preciso pensar um bocadinho. O Porto ganhou muito bem este jogo.
Na análise que fazes aos jogadores sendo correcta não podemos esquecer um facto que foi a alteração que o treinador promoveu para a segunda parte a de ser o lateral esquerdo a ficar e o lateral direito a subir isso ainda pôs mais a nu as dificuldades da equipa porque se o Rubem Amorim já não tinha apoio na primeira na segunda o franco ainda ficou mais livre com a subida do Rubem para mais com o Luisão ainda longe do melhor fisicamente o que lhe obrigou a mais esforço que agravou os problemas que vinha sentindo (se não foi mesmo a causa da lesão) e ainda expôs mais o Airton ao seu pior defeito o não acertar com as compensações. O Melhor que este treinador tem é potenciar as virtudes dos jogadores e montar a equipa tentando minimizar os seus defeitos desta vez ele arriscou demais e montou a equipa e todas as decisões que tomou no jogo expondo muito os jogadores aos seus defeitos.
Concordo com o que dizes sobre o Airton mas a verdade é que foi o Javi que perdeu o lugar e não o Airton que o ganhou porque nas apresentações do Javi este esteve sempre lento desconcentrado cometendo erros incríveis, penso que de todas as alterações feitas pelo treinador acho que esta á a única que tem lógica e que fazia sentido.
Anonymous todos os treinadores são teimosos e morrem em campo com os seus jogadores o caso do Peixoto é evidente foi ele quem o foi buscar e não vale a pena todos os adeptos concordarem que o Peixoto não é jogador para o Benfica e que o Schafer é melhor porque até este treinador continuar á frente da equipa o Peixoto vai ficar nela e será sempre opção.
Concordo contigo nos casos do Schafer e do Urreta mas não no caso do Eduardo que eu acho que não é guarda-redes para o Benfica mas percebo menos como se foi contratar este e por estes valores.
Filipe concordo quando dizes que não perdemos por não ter o Di Maria e o Ramirez mas sim por querer jogar na mesma táctica do ano passado sem ter um extremo esquerdo que não o Coentrão o que obrigou a alterações que desde logo enfraqueceram a equipa.
Afirmei no tópico anterior que muito do nosso sucesso em 2010\2011 passaria pela permanencia do Ramires,... e não foi necessário esperar muito tempo para que isso fosse comporvado.
O Ramires é um jogador como não há outro, equilibra a equipa, coloca uma enorma intensidade de jogo e é super inteligente tácticamente. Não é possivel encontrar um jogador destes no mercado e ainda por cima por míseros 22Milhões.
O Porto acabou a época passada uma semana após o Benfica.
O Porto mudou fortemente a sua estrutura e aposta num treinador sem experiência.
O Porto vende o seu principal jogador da estrutura defensiva.
Mesmo perante estes factores bastou 6 semanas de trabalho do Porto, para dominar completamente uma equipa do Benfica que manteve as suas bases. Elucídativo.
Os jogadores também não ajudam, sofrer um golo aos 3 minutos revela falta de concentralção e uma deficiente postura profissional e competitiva. Ainda por cima quando é uma acção recorrente, pois aconteceu por duas vezes na pré época.
Eram situações que não aconteciam o ano passado , o que revela também o "relaxe" em que esta equipa se encontra.
Este "relaxe" advém também dos responsáveis do clube.
Acabámos cedo o campeonato passado, mas pelos vistos não houve tempo para preparar esta época como deve ser, pois o que se vez foi vender dois jogadores que destruiram a estrutura da equipa e comprámos um gajo para estar na baliza , porém não é GR.
Era estrutural e estratégico manter a mesma "onda" do ano passado.
Faria com que continuassemso a crescer como clube, em associados, em asistência no estádio e isso dizimaria os nossos adversários, pois estes não poderia estar outra época sem ganhar.
Assim, já começamos a perder para eles.
O passo seguinte vai ser gastar os Euros que auferimos com as vendas do Di e do Ramires, mas por jogadores claramente inferiores e, naturalmente, ainda desarticulados da equipa.
Um rombo estratégico este Verão.
Mas o que temos deve chegar para ganhar à Académica
A sobranceria é inimiga do sucesso.
A atitude, empenho e controlo de jogo não são as mesmas da época passada, logo, o sucesso não é o mesmo.
Para piorar as coisas essa característica alastrou-se à Gestão, que não soube (até hoje) preparar a equipa para a ausência do Di Maria e do Ramires.
Estamos piores desportivamente, mesmo depois de Gastar 30M.
Olá comecei agora um blog sobre o Glorioso dá me a tua opinião sff..
http://benficaosmelhores-mssc23.blogspot.com/
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