domingo, novembro 28, 2010

Confiança

Vitória importante num terreno difícil, e que não me parece poder ter qualquer contestação. O Benfica foi claramente a melhor equipa em campo, e aproveitou da melhor maneira o regresso do seu goleador para somar três pontos, que nos isolam no segundo lugar e aproximam ligeiramente do primeiro.

Com a ausência do Aimar, avançou naturalmente o Carlos Martins para a sua posição. Mais importante, foi o Rúben Amorim o escolhido para ocupar o lado direito do meio campo. Desde a saída do Ramires que defendo que é ele o jogador que no plantel tem as melhores características para o substituir. Na frente, o Cardozo ocupou o 'seu' lugar, regressando o Kardec para o banco. A entrada do Benfica no jogo foi a todo o gás. Não sei se esta época já tinha visto o Benfica dominar de forma tão clara e avassaladora como durante a primeira meia hora deste jogo. O Beira Mar foi completamente impedido de jogar, porque não conseguia ter a bola o tempo suficiente para fazer três ou quatro passes seguidos, fruto da pressão dos nossos jogadores e do facto deles se anteciparem quase sempre aos adversários. A má onda (ou azar) que tem acompanhado a equipa também se fez sentir: o Saviola quase marcava, mas o guarda-redes fez uma defesa por instinto que levou a bola a bater na trave e a ressaltar quase para cima da linha de golo. E houve um penálti claro por assinalar a nosso favor, por mão na bola de um jogador do Beira Mar. Finda esta primeira meia hora, o Benfica abrandou um pouco a pressão, o que permitiu ao Beira Mar respirar um pouco e até ensaiar alguns tímidos remates. Mas já sobre o final, a justiça no marcador foi dada através de um penálti convertido pelo Cardozo, a castigar uma falta que ele próprio sofreu na marcação de um canto.

Na segunda parte, e apesar de não termos tido nem metade do caudal ofensivo da primeira, acabámos por marcar dois golos e resolver a questão. O Beira Mar até entrou bastante decidido, tendo o seu melhor período no jogo e criando duas boas ocasiões de golo, levando mesmo a bola ao poste da nossa baliza - mas a verdade é que o Benfica não esteve encolhido durante este período, e até podia ter resolvido as coisas mais cedo, pois logo na reentrada viu o Cardozo falhar o segundo de uma forma incrível, após cruzamento do Rúben Amorim (que estava, no entanto, em fora-de-jogo no início da jogada). Mas o mesmo Cardozo, com um golo fantástico - remate cruzado da direita, a levar a bola a entrar junto ao poste mais distante - acabou por arrumar mesmo a questão quando se completava o primeiro quarto de hora. Sete minutos depois, foi altura do Saviola regressar aos golos (finalmente!), e podemos agradecer este golo mais uma vez ao Cardozo, que fez a 'sua' finta (eu acho que é a única finta que o Cardozo sabe fazer, mas a verdade é que quando a tenta, a faz quase sempre bem) para se libertar de um defesa e ganhar a linha de fundo, e depois centrou rasteiro e atrasado para a finalização fácil do Saviola. Depois deste golo o Benfica limitou-se a gerir o resultado, e o Beira Mar foi à procura do golo de honra, que conseguiu a cinco minutos do final, aproveitando um corte incompleto do Luisão.

O homem do jogo é obviamente o Cardozo, com dois golos e uma assistência. Bem ou mal amado por alguns, é um jogador fundamental nesta equipa, e agora que regressou é que se calhar reparamos na falta que fez este tempo todo. Gostei também muito do jogo que o Rúben Amorim fez, e mantenho a convicção de que será ele a opção mais correcta para ocupar aquela posição na nossa equipa. Além disso, sendo ele benfiquista como é, dá-me sempre um prazer especial ver a forma como sente a camisola, e festeja cada golo como se fosse mais um adepto na bancada. Jogo muito bom também do Luisão, e o Maxi parece estar lentamente a subir de forma. Mesmo no jogo de má memória de Israel, já tinha ficado com essa ideia.

Talvez os nossos jogadores se sintam neste momento revoltados pelo exagero dos ataques de que têm sido alvo na comunicação social, sempre sedenta de sangue quando se fala do Benfica, e que aproveita qualquer mau momento para tentar deitar ainda mais abaixo.
O que eu sei é que gostei mesmo muito de ver a resposta da equipa às críticas que sofreram após a derrota em Israel, e a forma como eles festejaram os golos. Vi união e entreajuda dentro do campo, vi vontade de dar um pontapé no mau momento, e isso dá-me confiança para o futuro próximo.

3 Comments:

At 11/29/2010 12:26 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Parece que sempre que o Aimar não joga as coisas são mais fáceis. Será porque são 11 a correr em vez de 10 ?

Uma palavra de apreço pela equipa de Futsal.
Numa fase em que as modalidades não estão bem, o nosso futsal garantiu hoje, na Sérvia, o apuramento para a Final Four da UEFA.

Está assim garantida a defesa do titulo que nos pertence

 
At 11/29/2010 4:24 da tarde, Anonymous JFilipe said...

Continuo a achar que jogámos melhor em Israel, a diferença é ter um Cardozo finalmente em forma. O próximo jogo é para a goleada.

Dos reforços para esta época o Gaitan começa a afirmar-se, os outros três parecem acomodados ao banco. O Jara foi o único que se esforçou um bocado.

 
At 11/30/2010 5:57 da tarde, Blogger joão carlos said...

Como nos tens habituado mais um belíssimo post.

Anonymous como já sabemos o Aimar é o teu ódio de estimação, mas agora não tens o mínimo de razão porque nas duas maiores derrotas este ano em ambas se existiu jogador que correu e lutou até ao fim e que para mim foi sem duvida em ambos os jogos o que esteve menos mal foi o Aimar, alias em Israel foi o segundo jogador que mais correu em campo. O Carlos Martins corre sem dúvida mais que o Aimar mas depois existem jogou em que ele se esquece de correr.

JFilipe o Jara ao inicio demonstrou potencial mas com a falta de minutos de jogo e o tempo que passa no banco cada vez mais me parece que tal como outros que passaram pelo clube nas mesmas condições se vai apagando cada vez mais e não tem capacidade para dar a volta por cima.

 

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