terça-feira, novembro 02, 2010

Importante

Podia ter sido uma noite histórica, a assinalar o 125º aniversário do nascimento daquele que foi um dos nossos fundadores e um dos maiores benfiquistas de sempre. Infelizmente, borrámos um bocado a pintura no último quarto de hora, e assim acabamos por nos alegrar 'apenas' com a importante vitória alcançada frente ao Lyon, que nos permite continuar a pensar no apuramento para a próxima fase, já que continuamos dependentes apenas de nós próprios.

A surpresa no onze foi dada pela ausência de última hora do Aimar, saltando o Salvio para a equipa inicial. Este foi jogar encostado à direita, cabendo ao Carlos Martins o papel de organizador. Na esquerda, desta vez o Coentrão jogou a lateral esquerdo, cabendo ao Peixoto a função de médio. O jogo começou equilibrado, e com o Benfica a jogar com alguma velocidade, sobretudo pelo lado direito através do Salvio. O Lyon mostrava ser capaz de criar perigo, e das duas primeiras vezes que rematou, introduziu mesmo a bola na nossa baliza, mas ambos os lances foram anulados por fora-de-jogo. A resposta do Benfica foi dada primeiro com remates do Salvio e do Coentrão, e aos vinte minutos marcámos o primeiro. Foi um livre na esquerda, marcado pelo Carlos Martins, ao qual o Kardec deu o melhor seguimento, cabeceando para o fundo das redes. O jogo continuava a mostrar algum equilíbrio na posse de bola, mas era o Benfica quem conseguia criar maior perigo, sobretudo por conseguir sair com velocidade para o ataque quando recuperava a bola, através sobretudo do Salvio e do Coentrão.

Foi numa destas saídas, após uma recuperação da bola no meio campo defensivo, que surgiu o segundo golo. O Benfica construiu uma situação de superioridade numérica, e o Coentrão, descaído para a esquerda da área, correspondeu ao passe do Carlos Martins com um remate de primeira que só parou no fundo da baliza. O Benfica ganhava uma vantagem de dois golos pouco depois da meia hora de jogo, o que parecia ser ideal para enfrentar o resto do jogo com alguma tranquilidade. Este segundo golo pouco alterou o pendor do jogo. O Lyon mostrava-se incapaz de furar a nossa defesa, e o Benfica continuava a criar perigo através de transições rápidas. O Salvio voltou a estar perto de marcar, mas o guarda-redes Lloris negou-lhe o golo com uma boa defesa, para depois o Peixoto falhar a recarga de forma incrível, não acertando na bola. Mas não foi preciso esperarmos muito para que o marcador voltasse a funcionar a noss favor. Dois minutos depois (quando faltavam apenas três minutos para o intervalo), canto do Carlos Martins e o Javi García, aproveitando a desconcentração da defesa francesa, apareceu à vontade na pequena área para marcar um golo aparentemente fácil. Três a zero ao intervalo, e o jogo parecia estar mais do que resolvido.

A segunda parte começou como nos convinha: muito morna. O Lyon tinha agora ainda mais posse de bola, até porque o Benfica parecia estar mais na expectativa, mas continuava a mostrar-se incapaz de causar perigo no ataque. O Benfica limitava-se a esperar por alguma oportunidade para voltar a criar perigo em contra-ataque, e acabou por chegar mesmo ao quarto golo desta forma. Novamente o Salvio a sair com a bola, colocando-a nos pés do Carlos Martins, e este, com a quarta assistência da noite, deixou o Fábio Coentrão isolado, aproveitando este a saída do Lloris para batê-lo com um chapéu. Com quatro golos de vantagem e a vinte minutos do final, fez-se a natural poupança de alguns jogadores, mas a equipa pareceu acusar demasiado as trocas e não voltou a ser a mesma. Sem estar a culpabilizar directamente os jogadores em questão, a verdade é que sabemos que no plantel há jogadores que dão perfeitamente para consumo interno, mas para a Champions já é outra história, e o último quarto de hora foi penoso de assistir. Até porque a equipa pareceu também ceder um pouco em termos físicos. O Lyon marcou três golos: primeiro pelo Gourcuff, a quinze minutos do final, rematando um centro rasteiro vindo do lado esquerdo da nossa defesa; depois pelo Gomis, a cinco minutos do final, na sequência de um canto e aproveitando um desvio ao primeiro poste; e finalmente pelo Lovren, na última jogada do encontro, tirando o melhor partido de uma saída desastrada do Roberto a um livre despejado para a área, desentendendo-se com o Javi.

A escolha das figuras do jogo é óbvia: Carlos Martins e Coentrão. O primeiro conseguiu fazer as assistências para os quatro golos. Fazer quatro assistências num jogo já é obra, e duvido que muitos jogadores se possam gabar de o ter feito num jogo da Champions. Cumpriu na perfeição o papel de organizador de jogo, e quando saiu, esgotado, a equipa acusou bastante a sua ausência. Quanto ao Coentrão, jogou a lateral esquerdo, conseguiu marcar dois golos e ser um dos jogadores mais perigosos da equipa. Se anda muita gente interessada nele, então depois deste jogo no palco da Champions, a sua cotação deve ter subido ainda mais. É justo também mencionar o bom jogo do Salvio, sempre muito activo do lado direito, e com contribuição importante em dois dos golos.

Foi pena aqueles quinze minutos finais e os golos sofridos, porque desperdiçámos a possibilidade de ficarmos em vantagem sobre o Lyon no confronto directo. Mas o mais importante, a vitória, foi conseguido, e a velocidade nas saídas para o ataque e eficácia demonstradas nos primeiros setenta e cinco minutos são de realçar. Não deixa de ser algo preocupante a aparente quebra física nos minutos finais, mas também é verdade que os nossos jogadores foram obrigados a correr muito para se superiorizarem ao Lyon daquela forma.

3 Comments:

At 11/03/2010 12:26 da manhã, Anonymous Filipe said...

Se o Salvio se aguentar a jogar assim, seria o reforço ideal para a direita, pois era importante ter mais alguém para além do Coentrão a dar profundidade ao ataque.
Para o jogo com o Porto trocava só o Peixoto pelo Aimar.

 
At 11/03/2010 11:00 da manhã, Anonymous Anónimo said...

O desleixo e falta de seriedade são inimigas do sucesso e foi o que se observou no ultimo quarto de hora

37394 pessoas para ver um jogo da Champions.
Lembro que a época passada para ver o Worskla Poltava estiveram 34177 e para ver o BATE Borisov estiveram 34953. Lembro que ambos os jogosse disputaram às 5 da tarde.
Isto diz bem do que esta esta equipa não tem dado aos seus adeptos e a desilusão que tem sido a presente época, resultado da má gestão do plantel.

 
At 11/04/2010 7:41 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma análise de grande nível, apenas o título podia e devia ser outro “Amarga” porque foi esse o sentimento que praticamente todos ficamos no fim do jogo.

Anonymous desleixo, falta de concentração e descansar sobre o resultado já a pensar no próximo jogo sim agora falta de seriedade não vi. O primeiro quer se queira quer não é natural foi uma boa jogada e a equipa já acusava um pouco de cansaço, agora o segundo e terceiro são também um acumular de erros, do treinador terceira substituição feita como se estivéssemos a jogar com o Arouca, erro dos árbitros, erros individuais e colectivos a somar aos defeitos apresentados.
Só um reparo o jogo com o Poltrava não foi ás cinco da tarde terá sido ás sete ou sete e meia não é que mude muito a tua conclusão mas ás cinco não foi.

 

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