Expressiva
Vitória por números expressivos num jogo em que, durante a primeira parte, a Naval se bateu olhos nos olhos com o Benfica, e criou-nos problemas sérios. Ainda assim, e a espaços, o Benfica acabou por mostrar pormenores e jogadas bastante interessantes, construindo ocasiões de golo em número suficiente para justificar o resultado dilatado. Mas pelo que a Naval, julgo que mereceria não sair da Luz a zero.
Muitas alterações no onze inicial, devido às diversas indisponibilidades para este jogo. Maxi, Carlos Martins e Luisão suspensos, Javi Garcia lesionado. Para os seus lugares avançaram as escolhas óbvias: Rúben Amorim, Salvio, Sídnei e Airton. O jogo mostrou logo, desde o apito inicial, uma Naval muito atrevida e apostada em causar problemas. Os jogadores rápidos que tinha no ataque conseguiam libertar-se com alguma facilidade dos nossos defesas, e praticamente na primeira jogada do encontro criaram um lance de perigo. Aos sete minutos já o Roberto era obrigado à defesa da noite, impedindo que a Naval se colocasse em vantagem. Por outro lado, o atrevimento ofensivo também abria espaços atrás e dava alguma liberdade aos nossos jogadores no ataque, pelo que o Benfica também ia criando oportunidades, o que resultou num jogo bastante aberto e interessante de seguir, com os golos a parecerem poder surgir em qualquer uma das balizas. O Benfica foi mais eficaz e marcou cedo, logo à passagem dos dez minutos. Depois de uma boa iniciativa do Salvio, este desmarcou o Saviola na direita, que à segunda tentativa fez um centro rasteiro para o Kardec encostar.
Ao golo seguiu-se um bom período do Benfica, em que criámos ocasiões para dilatar a vantagem, o que só não aconteceu por acção do guarda-redes da Naval, que conseguiu negar o golo ao Aimar e ao Saviola, quando estes lhe apareceram isolados pela frente. A resposta da Naval foi atirar a primeira bola ao poste, na sequência de um livre, e a partir daqui o jogo entrou num período em que ambas as equipas conseguiam criar perigo de cada vez que atacavam. Houve mais oportunidades de parte a parte, mas no período final da primeira parte o Benfica pareceu acusar um pouco a aparente inferioridade física do Kardec, que aparentemente não recuperou por completo de um lance em que se lesionou sozinho (ao falhar uma oportunidade flagrante, não acertando na bola quando tinha tudo para marcar). A Naval voltou a atirar uma bola ao poste, aproveitando alguma passividade do sector recuado da nossa equipa, que permitia que os jogadores adversários progredissem no terreno sem que lhe fosse movida grande oposição. A vantagem mínima ao intervalo aceitava-se, mas até se aceitaria um resultado com mais golos de parte a parte, e não escandalizaria se a Naval saísse em vantagem.
A segunda parte foi diferente. O Benfica resolveu a questão da incerteza no marcador logo a abrir, com um grande golo do Gaitán, aproveitando a recarga a um remate do Aimar (sendo que esse lance já poderia ter dado golo). Pouco depois o inferiorizado Kardec foi substituído pelo Jara, e este facto veio ajudar também a melhorar o nosso jogo, já que a mobilidade e combatividade do Jara vieram causar à defesa da Naval problemas que o Kardec não lhes tinha criado. As oportunidades começaram a a suceder-se para o nosso lado, e a Naval, apesar de continuar sempre a tentar, já não conseguia criar o perigo que tinha criado na primeira parte (também por algum maior acerto dos nossos jogadores mais recuados). O terceiro golo apareceu pouco depois do primeiro quarto de hora desta segunda parte, novamente pelo Gaitán, que apareceu solto no segundo poste a finalizar de primeira um centro do Salvio do lado direito. E a sensação que tínhamos era de que mais golos poderiam acontecer, porque o Benfica continuava a criar oportunidades de golo. O Aimar ainda acertou no poste (e bem merecia esse golo), mas só mesmo perto do final da partida é que o marcador voltou a funcionar, num dos momentos altos da noite. O recém-entrado Nuno Gomes disputou uma bola já fora da área com o guarda-redes da Naval, e depois de ganha a bola, já em dificuldade (tenho a certeza que sofreu falta) e de um ângulo apertado, fez o golo. Foi o final ideal para este jogo.
O melhor jogador do Benfica esta noite foi, para mim, o Aimar. É um privilégio poder ver a camisola do Benfica envergada por um jogador com esta qualidade. Nota-se imediatamente a diferença quando a bola lhe chega aos pés, porque o nosso futebol é logo pensado com outra qualidade. Na primeira parte a Naval ainda tentou limitar-lhe as acções durante uma boa parte do tempo, mas na segunda parte já não conseguiu fazê-lo e ele aproveitou para encher o campo. Bom jogo também do Salvio. Sempre muito combativo, deu profundidade ao nosso jogo pela direita, esteve em dois golos, e deu uma preciosa ajuda a defender. Só precisa de controlar algum excesso de voluntarismo, que o leva a complicar ou falhar algumas jogadas por querer fazer demasiado. Menção também para o Roberto, que fez um jogo sem falhas.
Era importante uma vitória dilatada, após a jornada negra do fim-de-semana passado, e isso foi conseguido, mesmo com praticamente meia equipa ausente. Escusados eram os sobressaltos da primeira parte, em que só graças ao Roberto e aos postes é que não sofremos golos. O que temos que fazer agora é ir pensando jogo a jogo, e cumprir a nossa obrigação de vencer. Estamos no segundo lugar (apesar da campanha individual do Pasquim para estabelecer a sua própria classificação da Liga), não queremos largá-lo, e quanto ao resto logo se vê.
5 Comments:
Ilusão,...
Um golo no primeiro remate à baliza adversária não chegou para equipa estabilizar, pois de seguida sofremos duas bolas nos postes da baliza do Roberto.
É uma agonia ver esta equipa.
Jogar com o ultimo classificado, em casa, com um conjunto de jogadores bem superior e a quem o Presidente do clube apelidou de equipa mais cara de sempre do Benfica e o que este elementos têm para apresentar aos seus adeptos, após 5 meses de trabalho é, utilizando as palavras do D´Arcy.... "mostrar pormenores e a espaços"
Como consequência, temos uma fraca casa como hoje se apresentou o que equivale a dizer, várias dezenas de milhares de Euros perdidos.
Já agora, para quem não sabe e que reflecte o que se passa com os adeptos e com os getores do nosso clube:
Andebol:
Benfica 21 - Sporting 28
Basquetebol:
Porto 91 - Benfica 74
Para quem não sabe também, nestas modalidades, tal como no futebol, o nosso clube é o que tem maior têm o maior orçamento.
No Futebol, no Basquet, no andebol, os jogadores estão a ganhar acima do que valem desportivamente.
E na semana passada em Hóquei:
Benfica 5 - Porto 7
Está na altura de rever o dinheiro com os jogadores que representam o clube consomem, versus, o seu desempenho e méritos desportivos
Não concordo com os elogios à Naval, a estratégia foi completamente suicida e assim aquele treinador não vai longe. A Naval deu o litro todo na primeira parte e depois rebentaram. Nos últimos 30 minutos então nem podiam com uma gata pelo rabo. Isto com Cardozo e Carlos Martins em campo tinha sido jogo para 8.
Kardec marcou mas continua a não convencer-me, gostei muito mais do Jara na posição de ponta de lança.
E o Nuno já leva 162 golos no Benfica.
Mais uma vez uma crónica muito boa.
Anonymous mas neste jogo até era expectável e entende-se essa instabilidade, vínhamos da ressaca de uma derrota pesadíssima e não nos podemos esquecer que sessenta por cento da nossa defesa não era titular e estava claramente sem ritmo, e viu-se bem a intranquilidade foi só a defender a atacar a equipa esteve sempre tranquila sem ansiedade, o que não se entende é noutras ocasiões em que a equipa esta moralizada e sem baixas na defesa.
Mais uma vez como eu já disse aqui orçamentos não ganham jogos, no caso especifico do futebol não podemos dizer que os jogadores ganham demais este anos só porque não estão a fazer uma boa época o ano passado quando estavam a ganhar ninguém veio queixar-se disso e os jogadores são os mesmos nos erros maiores deste ano não estão certamente os jogadores.
Também não nos podemos esquecer que este ano tal como em épocas no passado tínhamos as melhores equipas mas éramos afastados da luta pelo título tal como este anos por que outros investiam menos que nós mas investiam mais noutras coisas como fruta por exemplo.
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