Magra
Vitória incontestável do Benfica, num jogo em que a sua superioridade foi por demais evidente ao longo dos noventa minutos. Se calhar a exibição não leva uma nota artística elevada, mas foi mais do que suficiente para vencer claramente este Portimonense, e mais uma vez podemo-nos queixar da escassez do resultado, tantas foram as oportunidades de golo desperdiçadas - a maior parte delas por mérito do guarda-redes do Portimonense, Ventura.
Sem Coentrão, foi o Peixoto a ocupar o lugar na esquerda da defesa. O resto da equipa foi o esperado, mas com o Carlos Martins a ocupar uma posição mais central, de organizador de jogo, e o Aimar mais perto dos flancos. Numa opinião pessoal, não gosto desta opção. Prefiro ter o Aimar no centro, porque me parece que o nosso jogo perde velocidade quando tem que ser o Carlos Martins a fazer o transporte da bola nas transições ofensivas. A entrada do Benfica em jogo foi morna, permitindo ao Portimonense algum empertigamento durante os primeiros minutos, tendo neste período aproveitado alguns livres laterais - quase todos conquistados pelo Candeias - para levar a bola até à nossa área, mas sem conseguir causar perigo. Findos estes primeiros dez minutos, acabaram-se as veleidades, e o Benfica passou a mandar completamente no jogo, não voltando mais a abdicar dessa posição até ao apito final do árbitro. E começámos então a ver o desfilar de oportunidades do Benfica, e as consecutivas boas intervenções do Ventura a negar-nos o golo. O Benfica poderia ter chegado ao golo pelo menos em três ocasiões, nos pés ou cabeça do David Luiz, Luisão e Saviola. O nulo ao intervalo era preocupante apenas pelas ocasiões desperdiçadas, mas era evidente que se o jogo continuasse com o mesmo pendor, o golo seria inevitável.
E felizmente, ele surgiu logo no início da segunda parte. Após um livre na direita, apontado pelo Carlos Martins, o Javi García teve uma movimentação muito parecida à do Luisão no golo que marcou ao Arouca (o próprio Luisão já tinha tentado isto na primeira parte, mas depois de se ter libertado da marcação falhou o cabeceamento) e surgiu solto no centro da área para cabecear para o golo. E se já pouco Portimonense tinha havido antes do golo, depois deste o nosso adversário deixou literalmente de existir. Mesmo jogando num ritmo pausado, o Benfica foi construindo ocasiões de golo num ritmo regular, que justificariam outro resultado que não uma magra vitória por 1-0. Pelo menos as oportunidades do Kardec (duas vezes) e do Jara (também duas vezes, a segunda das quais uma perdida escandalosa numa recarga após mais uma defesa do Ventura a um remate do Kardec) mereciam outra conclusão. Mas como, conforme dito, o Portimonense praticamente não existiu na segunda parte, o mal causado pelas oportunidades perdidas não foi grande, e ficou apenas a frustração pela escassez de golos marcados.
Não houve nenhum jogador em particular do Benfica que me tivesse impressionado grandemente. Não houve exibições de encher o olho, mas também não me pareceu que houvesse quem tivesse comprometido. O Luisão continua a exibir a regularidade do costume, e quando muito o David Luiz terá estado hoje algo acima daquilo que tinha vindo a mostrar ultimamente. O Javi García merece menção, quanto mais não seja por nos ter dado a vitória.
O mais importante, a vitória, foi conseguido, de forma competente e sem sobressaltos. Para o campeonato, foi a quarta vitória consecutiva, e também o quarto jogo consecutivo sem sofrer golos. Negativo foi o facto de termos ficado com dois jogadores à beira da suspensão: Maxi e Carlos Martins. A nossa defesa parece estar a estabilizar, sobretudo agora que o Roberto já calou muitas bocas e acalmou a chinfrineira em seu redor. O que me continua a incomodar no nosso jogo é achar que nos falta velocidade nas saídas para o ataque, que foi algo que nos deu incontáveis golos a época passada - e hoje, com a ausência do Coentrão, isso notou-se ainda mais.
1 Comments:
Mais uma crónica bem conseguida.
Concordo com a tua opinião em relação ao Aimar e ao Carlos Martins e á sua troca de posições mas entanto neste jogo até porque foi ocasional a ida do Aimar para a direita e motivada pela marcação homem a homem que lhe estava a ser feita a decisão de ir para a direita até se entende já que procurou livra-se da marcação e por outro lado abrir mais espaço no meio, o que veio a acontecer permitindo varias entradas do David Luiz, já no jogo anterior é que não fez qualquer sentido já que o Aimar foi encostado o jogo todo na direita sem qualquer resultado e sem que existisse alguém que ocupasse o centro e este nem estava particularmente congestionado.
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