Brilhante
Parece que lhe tomámos o gosto. Durante não sei quanto tempo, o que se dizia era que o Benfica não conseguia dar a volta ao resultado quando começava a perder (verdade seja dita que também não foram assim tantas as ocasiões em que começámos a perder). Agora, depois de invertermos o resultado com o Marselha e o Liverpool, foi com a Naval, acrescentando ainda o factor de dificuldade extra, que foi estarmos a perder por dois. Se intitulo este post de 'brilhante', não é por achar que a nossa exibição esta noite foi brilhante. Mas a atitude e querer da equipa foram-no. Foi quase como se aqueles dois golos e a má entrada em jogo não tivessem tido qualquer efeito negativo na equipa.
Apesar das dúvidas, o Luisão jogou mesmo na Figueira. De resto, a equipa esperada, mas com uma surpresa no ataque, onde apareceu o Weldon a fazer dupla com o Cardozo, e com o Ramires a ser poupado, avançando o Rúben Amorim para a titularidade. Quanto à posição dez, na qual o Carlos Martins e o Aimar têm alternado ultimamente, a escolha foi para o Aimar. A entrada do Benfica no jogo foi perfeitamente desastrada. Creio que ainda não tinha visto a nossa equipa cometer tantos erros a defender esta época. Após pouco mais de um minuto, já a Naval estava na frente, num golo consentidíssimo e em que entre o Fábio Coentrão, o David Luiz e o Javi García não sei quem terá dado mais facilidades ao avançado da Naval, que entrou na área pelo lado esquerdo, e de ângulo apertado fez o golo (fez-me recordar um golo que também sofremos naquele estádio, marcado pelo Fogaça, e que nos custou um empate, no ano do Koeman). O desacerto continuou, e aos doze minutos (entretanto já o Quim tinha sido obrigado a uma defesa apertada) a Naval aumentou a vantagem para dois. Num contra-ataque em que o avançado da Naval foi mais rápido do que o Maxi, ele ganhou a linha de fundo pelo lado direito e centrou para o segundo poste, onde apareceu um colega para finalizar. Neste lance, ficou evidente alguma falta de velocidade dos nossos jogadores para recuperarem a posição, já que quando o centro foi feito apenas o Fábio Coentrão estava na área, para dois jogadores adversários. Nesta altura o cenário era definitivamente preocupante, com uma desvantagem no marcador e a equipa, nestes primeiros minutos, a mostrar uma desorganização defensiva pouco habitual e ainda dificuldades para construir jogo atacante de qualidade, com o Aimar a não conseguir pegar no jogo e, consequentemente, a equipa a optar demasiadas vezes pelos lançamentos compridos para a frente.
O segundo golo da Naval pareceu finalmente despertar o Benfica, e felizmente não foi preciso esperarmos muito tempo para que a recuperação tivesse início. Pouco passava do primeiro quarto de hora quando o Benfica reduziu. Foi só à terceira tentativa que a bola entrou, já que o primeiro remate do Di María e a recarga do Maxi foram defendidas, e depois surgiu o Weldon, quase em cima da linha, de cabeça a confirmar o golo. E volvidos três minutos, estava feito o empate: canto do Aimar na esquerda, o David Luiz arrastou os defesas com ele para o primeiro poste (pareceu-me que não chegou a tocar na bola) e depois dentro da e completamente liberto de marcação, surgiu mais uma vez o Weldon para empurrar de cabeça. O pendor da partida já tinha mudado completamente para o nosso lado, e a reviravolta completa no marcado esteve quase para acontecer logo dois minutos depois, mas o cabeceamento do Luisão, após livre marcado pelo Aimar na esquerda, passou a centímetros do poste quando o guarda-redes já estava batido. Pouco depois, após novo canto, foi o Cardozo quem viu o golo ser-lhe negado pelo guarda-redes Peiser, que correspondeu com uma boa defesa ao seu cabeceamento. Ainda passámos por mais um susto, quando só uma boa defesa do Quim impediu que a Naval voltasse à vantagem no marcador, mas quase nem deu tempo para nos preocuparmos, porque na resposta o Benfica fez o terceiro. Foi um passe fantástico do David Luiz, que estando pouco à frente da nossa área conseguiu isolar o Di María no outro meio campo. A velocidade e o talento do Argentino fizeram o resto, e com um único toque na bola fez golo. Simples, directo e eficaz, com apenas dois toques o Benfica fez a bola viajar da entrada da nossa área até ao fundo das baliza da Naval. Estava agora decorridos trinta e oito minutos de jogo, o que significa que o Benfica demorou pouco mais de vinte e cinco minutos a inverter completamente uma desvantagem de dois golos. Até ao intervalo, o Rúben ainda esteve perto do golo, e depois uma invenção do incompetente Elmano resultou num amarelo injusto para o Maxi Pereira, que o coloca fora do próximo jogo.
A segunda parte foi completamente controlada e dominada pelo Benfica. Foram dez minutos até que o Benfica pusesse um ponto final em quaisquer dúvidas que ainda subsistissem, marcando o quarto golo. Mais uma vez o Weldon no lance, indo à direita buscar uma bola passada pelo Cardozo e que parecia ir perder-se pela linha de fundo, que depois centrou atrasada para o remate do Rúben Amorim. O Peiser ainda defendeu este remate, mas já nada pôde fazer perante a recarga do Cardozo. O Carlos Martins entrou logo de seguida (já estava até preparado para entrar quando o Benfica marcou) e entrou muito bem, permitindo ao Benfica fazer posse de bola dentro do meio campo da Naval e ir ameaçando ampliar a vantagem no marcador. Apenas por uma vez durante os segundos quarenta e cinco minutos a Naval incomodou a baliza do Quim, obrigando-o a uma defesa apertada a um remate de fora da área, e fazendo depois a recarga para fora. Quanto ao Benfica, esteve sempre muito mais próximo do quinto golo do que de voltar a sofrer: Carlos Martins (um grande pontapé num livre, a levar a bola a barra), Di María e Cardozo (Peiser a defender os seus remates) foram quem mais perto esteve de marcar. Apesar da vitória por 4-2, a segunda parte até acaba por deixar a sensação que um resultado ainda mais dilatado seria mais justo.
Para não variar, o maior elogio que se pode fazer é à equipa num todo. Nota-se a falta do Saviola, como seria difícil não notar a ausência de um jogador com o seu valor, mas a equipa adaptou-se a um estilo de jogo algo diferente e encontrou as soluções para corrigir um início de jogo que poderia ter sido desastroso. O Weldon acaba por ser, obviamente, a figura do jogo. Não chegou a estar uma hora em campo, mas nesse tempo marcou dois golos importantíssimos, nos quais teve o mérito de aparecer no local certo, e esteve directamente ligado ao quarto golo, não desistindo de uma bola que parecia perdida. O David Luiz esteve ligado ao primeiro golo que sofremos, mas depois disso esteve sempre ao nível a que nos habituou, e redimiu-se com uma assistência incrível para o terceiro golo. Terceiro golo que foi marcado pelo Di María, que mais uma vez foi um dos mais dinâmicos da equipa. Boa exibição (mais uma) do Fábio Coentrão e, conforme disse antes, gostei bastante da entrada do Carlos Martins em jogo.
Mais um pequeno grande passo dado na direcção do título. Faltam agora cinco jogos, e o Benfica continua a não ceder. A forma como, com toda a naturalidade e eficiência, a equipa respondeu e deu a volta a uma situação que parecia ser desastrosa reforça ainda mais a nossa confiança. E de certeza que não deixará de desmoralizar quem ainda alimenta esperanças, mantidas vivas com recurso aos truques mais rebuscados e sujos do seu arsenal, de conseguir roubar-nos a mais do que merecida consagração para o futebol que esta equipa tem mostrado esta época: o título de Campeões Nacionais.
5 Comments:
Sorte.
Foi com um pouco de sorte que invertemos esta situação, mas também com "querer".
A equipa entrou a dormir e, como consequência, estava a perder 2-0 aos 10minutos.
No primeiro golo sofrido o David Luís falhou redondamente abordando o lance de forma desplicente e o resultado foi o que observámos.
O Quim demonstrou também aí, as grandes deficiências que ostenta. Convido a reverem o lance e vão verificar que o nosso GR não cria qualquer oposição ao adversário (que está a 1metro da linha de fundo), estando quase estático até o adversário rematar e aí ainda roda sobre si, quase virando as costas à bola.
No segundo golo sofrido é verdade que o Maxi perde em velocidade, mas também é verdade que a equipa não recuperou, pois após o centro estavam na área totalmente sozinhos o jogador que fez o golo ao segundo post e ainda outro, também sozinho, na zona da grande penalidade.
Com sorte, "apareceram" dois golos nossos "quase do nada" e sem a equipa ter trabalhado para tal.
Mesmo depois do 2-2 foi a Naval que teve mais posse de bola e ainda criou alguns desiquilibrios na nossa defesa.
Até aqui o Ruben Amorim nada jogou e o Aimar estava a jogar do adversário. Até este momento, o Aimar perdeu TODAS as bolas que passaram pelos seus pés. Houve apenas duas excepções quando em dois lances, este devolveu a bola aos centrais.
O Aimar à muito tempo que não faz um jogo decente.
A partir dos 55minutos, aqunado do 4º golo do Benfica, o Jorge Jesus, começou a prepaar a equipa para Liverpool, colocando em campo as unidades que pretende usar na 5ªfeira.
Era de facto um jogo determinante, e com esta vitória e com esta "sorte de campeão", estamos muito mais perto.
Segue-se o jogo em Liverpool com a equipa nada "fresca" e alguns jogadores a revelarem alguma fadiga mas, aparentemente, o mesmo se passa com os jogadores do Liverpool.
O prestigio internacional do nosso clube está muito em jogo nesta eliminatória e detemos actualmente o melhor conjunto de jogadores desde à muitos anos.
Seria muito, mesmo muito importante estar numa final Europea.
Tenho confiança na equipa mas dispenso mais sustos destes até final da época. Se bem que não me tenha sentido particularmente apreensivo mesmo quando sofremos o 2-0.
O Maxi até esteve bem na jogada do 2-0. Vendo que não tinha pernas para o adversário estorvou o suficiente para o afastar de uma posição em que conseguisse rematar. O meu medo era que ele fizesse falta e o El Mano aproveitasse para lhe mostrar o vermelho.
Tb concordo que o Maxi esteve bem na jogado do 2-0. Quem dá tudo o q tem...
Tb nunca fiquei nervoso com o resultado negativo dos primeiros minutos...Não é só a equipa que respira confiança...eu também...e mesmo que perdessemos, paciência..acontece, não somos imbatíveis.
Mais um grande post.
Anonymous os golos não se merecem marcam-se e quantas e quantas vezes nesta e noutras alturas temos produzido jogo merecemos marcar e não o fizemos, mais até parece que uma equipa que marca um golo aos dois minutos de jogo, no seu primeiro remate a baliza, já trabalhou para ele isto para não falar de que o nosso primeiro golo só aparece á terceira tentativa seguida. Não podemos ter dois pesos e duas medidas se uma equipa marca nas duas primeira ocasiões isso é eficácia se o Benfica marca nas duas primeira ocasiões é sorte e não fizemos nada para o merecer.
Discordo completamente de que depois do 2-2 tenham sido eles a ter mais posse de bola, devemos ter visto um jogo diferente, eles alias acusaram muito os dois golos e foi a partir dai que passamos a ter o domínio do jogo e só por uma vez eles criaram perigo foi naquela grande defesa do Quim.
JFilipe concordo plenamente em relação ao Maxi Pereira ele hesitou em fazer falta com medo de levar amarelo ou pior ser expulso.
È verdade João, a eficácia também deve ser valorizada.
Depois do 2-2 foi mesmo a Naval que teve maior controlo de bola. Eu tenho esses dados.
E nesses periodo também foram mais acutilantes que o Benfica
Mas já estamos a pensar em Anfield,... seria muito importante a qualificação para as meias finais.
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