sexta-feira, outubro 29, 2010

Suficiente

Quinta vitória consecutiva do Benfica na Liga, num jogo em que o Paços de Ferreira deixou uma imagem positiva na Luz, mostrando-se sempre atrevido e dificultando a nossa tarefa. O Benfica, em geral, voltou a não exibir grande fulgor, mas fez o suficiente para vencer este jogo - parece que teremos que nos ir habituando esta época a ver a nossa equipa jogar assim.

A principal novidade foi a ausência do Carlos Martins - nem no banco se sentou (o que provavelmente foi uma boa opção, já que dos quatro jogadores em risco de falhar a próxima jornada, para mim o Carlos Martins seria aquele que maiores probabilidades teria de ver um amarelo). Para o seu lugar no onze avançou o regressado Coentrão, passando o Gaitán para a direita do meio campo. Tal como a semana passada, o Benfica teve uma entrada muito morna no jogo. Foi o Paços quem aproveitou para mostrar que estava na Luz para tentar discutir o resultado, e ao fim de dez minutos já tinham tentado cinco remates à nossa baliza, como Roberto a mostrar a boa fase que atravessa. Só depois disso o Benfica acordou, e teve uma boa oportunidade pelo Saviola que, isolado por um grande passe do Coentrão, viu o guarda-redes do Paços sair rápido e negar-lhe o golo. Esta oportunidade marcou o início do melhor período do Benfica no jogo, sublinhado pelo primeiro golo, obtido perto do primeiro quarto de hora. Foi um lance em que o mérito vai todinho para o Aimar, que foi buscar a bola ainda ao nosso meio campo e depois foi por ali fora, deixando para trás quem quer que lhe aparecesse pela frente, até culminar o lance com um remate muito colocado de fora da área, a não deixar hipóteses de defesa. Um grande golo.

O Benfica continuou a construir boas jogadas de ataque após o golo, tendo o Saviola e o Coentrão disposto de boas ocasiões, mas o Paços não baixou os braços e continuou a levar perigo à baliza do Roberto. Jogando com a linha do meio campo bastante recuada, e próxima da sua defesa, quando recuperavam a bola conseguiam sair rapidamente com vários jogadores para o ataque, obrigando o Roberto a atenção redobrada. Nos últimos dez minutos do primeiro tempo, pareceu-me que o Benfica abrandou demasiado, e foi mesmo o Paços quem esteve melhor.

Esta tendência manteve-se na segunda parte. Foi o Paços quem entrou melhor, e apesar de não conseguir ameaçar seriamente a nossa baliza, era quem se mostrava mais decidido na procura do golo, obrigando o Benfica a recuar para o seu meio campo. Até que, decorridos cerca de vinte minutos, numa jogada de entendimento entre o Saviola e o Coentrão, este último foi derrubado na área. Penálti convertido irrepreensivelmente pelo Kardec, e aqui sim, o Paços abanou e já não conseguiu manter o ascendente no jogo. O Benfica, ou devido à tranquilidade que o segundo golo deu, ou então resultado da troca do apagado César Peixoto pelo empenhado Salvio, melhorou um pouco, e o jogo voltou a ser disputado a um ritmo mais alegre, com ambas as equipas a jogar de forma aberta. A poucos minutos do final o Paços ficou reduzido a dez, e aproveitando isto o Benfica ainda conseguiu desenhar alguns contra-ataques que poderiam ter servido para dilatar a vantagem, mas pareceu-me que houve demasiada hesitação na altura de rematar. E sinceramente, julgo que marcarmos mais um golo já seria um castigo excessivo para o Paços e aquilo que produziram neste jogo.

Melhores do Benfica, os do costume: Aimar, Luisão, Coentrão e Roberto (e que gozo tremendo me dá poder incluir o nome do Roberto nos 'do costume'). Os lances de ataque do Benfica têm sempre mais qualidade quando a bola chega lá à frente conduzida nos pés do Aimar. Está num momento de forma excelente. O Luisão mostrou a segurança habitual na defesa, o Coentrão deu velocidade e criatividade ao ataque, e o Roberto foi esteve simplesmente impecável. Pela negativa, escolheria o Peixoto (quando as coisas lhe começam a correr mal, parece que fica nervoso e vai piorando cada vez mais ao longo do jogo), o Gaitán, que desaproveitou a oportunidade de jogar na direita, lugar pelo qual parece ter alguma preferência, e ainda o Kardec, que na minha opinião passou demasiado ao lado do jogo. É verdade que não lhe chegaram muitas bolas, mas fiquei com a sensação de que se escondeu demasiado, para além de praticamente não ter ganho uma bola de cabeça.

O jogo foi ganho, como se exigia, os jogadores em risco de suspensão safaram-se todos, como desejávamos, e agora é tempo de começarmos a pensar e a preparar o próximo jogo decisivo para as nossas aspirações na Champions. As contas são fáceis de fazer: é ganhar os próximos dois jogos em casa, ou então começar a olhar para a Euroliga.

3 Comments:

At 10/31/2010 4:58 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais um post de grande qualidade.

A chave de um jogo tranquilo e de uma possível goleada esta naquela perdida do Saviola aos vinte minutos a ser concretizada ficávamos a ganhar 2-0 e ficavam a faltar setenta minutos para o fim alem de que era uma grade machadada no adversário, uma das grandes diferença para o ano passado é que não matamos o jogo de imediato depois de estarmos a vencer.
Quanto ao Kardec concordo contigo apenas não me pareceu que se tenha escondido do jogo, mas com um pouco mais de sorte a nossa opinião tinha sido outra, esteve na assistência para o falhanço do Saviola e nos dois lances que foram anulados por fora de jogo ele estava lá.

 
At 11/02/2010 10:32 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Esta equipa continua a léguas do que nos habituou na ultima época.

Jogar 5 vezes mais do que jogámos com o Paços Ferreira, não chegará para ganhar ao Lyon e\ou ao Porto.

Os milhões gastos em reforços continuam a não ter conrespondência por parte do jogadores.

 
At 11/02/2010 10:52 da manhã, Anonymous Anónimo said...

A presente época tem sido tão má que acabámos de bater outro record.

Desde que o JJ é o nosso treinador, que um jogo para o Campeonato não era presenciado por tão pouco publico (29529).

Estamos a perder desportivamente e financeiramente.
Estamos a pagar bem caro a falta de trabalho a sério no defeso.

 

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