Banal
Vitória normal contra uma equipa banal. Venceu com naturalidade a melhor equipa, contra um adversário que, na minha opinião, foi a equipa mais mediana que já defrontámos esta época. É o problema das equipas pequenas que jogam contra nós apenas com a ideia de retardar o empate até ao limite, apostando num golito fortuito. Quando se apanham a perder, não existe 'plano B' e ficam sem saber o que fazer. Podemos mesmo dizer que a vitória por dois a zero foi um mau resultado, porque é escasso para as oportunidades por nós criadas e desperdiçadas. E nem foi preciso sermos brilhantes. Bastou sermos competentes.
A surpresa para este jogo foi a titularidade do Peixoto na esquerda da defesa, avançando o Coentrão - que assim controlou as possíveis subidas do João Pereira - e saindo da equipa o Gaitán, que tinha sido titular no último jogo. Também em relação ao último jogo, troca na direita da defesa, surgindo novamente a titular o Maxi, com o Rúben Amorim a ser relegado para o banco. O sportém apareceu a jogar com um meio campo sobrepovoado com cinco elementos - que na verdade pareciam uns seis ou sete, já que andava por lá um indivíduo rotundo com evidentes dificuldades de locomoção e que parecia serem dois ou três jogadores enfiados dentro da mesma camisola - em que os jogadores das alas se tentavam juntar ao escanzelado na frente sempre que tinha a posse de bola. E mostrou toda a sua pujança logo aos quatro minutos de jogo, com um remate de um chileno ao lado da nossa baliza. Foi o primeiro remate do sportém no jogo, e foi também o único que fizeram durante toda a primeira parte, o que é demonstrativo da sua incompetência. Na resposta o Cardozo, lançado pelo Saviola, fez o que quis do central que vale menos que uma maçã podre e atirou ao poste.
Este remate deu o mote para um período forte do Benfica, que tinha um claro ascendente no jogo. Depois de mais algumas ameaças, o golo acabou por surgir mesmo, na sequência de um canto. A cabeçada do Luisão fez a bola ressaltar num jogador do sportém, e esta foi cair nos pés do Cardozo, que no centro da área rematou rasteiro para o fundo da baliza. Estavam decorridos apenas treze minutos de jogo, mas logo ali todo o plano de jogo daquele rapaz sem sobrancelhas ruiu. O sportém tentou responder, é verdade, mas mostrou uma incompetência tão grande que nem sequer falo de rematarem à nossa baliza; a verdade é que eles nem sequer conseguiram levar a bola até dentro da nossa área, de forma a que o escanzelado pudesse tentar uma das suas usuais apoplexias para arrancar algum penálti - isto tem sido a arma mais eficaz deles nesta Liga. Pior ainda, obrigado a correr pelo resultado, abria largos espaços atrás - é difícil compreender como é que, jogando com quatro trincos (André Santos e Maniche), ainda assim havia tanto espaço entre a sua defesa e meio campo por onde os nossos jogadores deambulavam. Só mesmo por desinspiração nossa na altura do último passe é que não voltámos a marcar, porque por mais de uma ocasião houve situações de transição em que os jogadores do Benfica surgiam em superioridade numérica frente aos defesas do sportém. A fechar a primeira parte, o amigo Xistra, que já tinha deixado bem claro que não queria que tocassem nos seus meninos, deu uma demonstração claríssima daquilo que são os critérios disciplinares gerais seguidos nesta Liga, e a melhor explicação para a enxurrada de amarelos com que os nossos jogadores têm sido brindados. O amarelo ao Coentrão, inventado pelo escanzelado (quem mais?), é mais um lance para juntar ao anedotário da época.
A segunda parte começou com a surpresa do Aimar ter ficado nos balneários. Não sei qual o motivo, mas imagino que seja por razões físicas, já que ele estava a ser claramente um dos melhores na primeira parte. Para o seu lugar entrou o Rúben Amorim, que se encostou à direita, passando o Carlos Martins para o meio. E se com um golo de vantagem já parecia muito difícil que o sportém alguma vez conseguisse regressar ao jogo, com dois golos ficou tudo sentenciado. Foi logo após cinco minutos, e da forma mais simples possível: pontapé do Roberto, recepção do Cardozo, que toca de primeira para o Saviola, e este devolve, também de primeira, ao Cardozo. Ainda fora da área, remate colocado de primeira que o Patrício ainda consegue desviar ligeiramente, mas não o suficiente para evitar o golo. Depois, bastou fazer aquilo que de pior podem fazer a uma equipa como o sportém: dar-lhes a bola. Eles andam ali a mastigá-la, sem saberem o que fazer com ela, e quando a perdem é só aproveitar os buracos lá atrás. O que podia e devia mesmo ter acontecido por mais vezes, o que daria uma expressão mais justa ao resultado. O Cardozo esteve perto do hat trick por mais de uma vez, mas sobretudo a perdida do Coentrão (numa jogada que começa com uma recuperação de bola na zona lateral da nossa área) merecia ter tido outro desfecho. Apenas por uma vez o sportém esteve perto de marcar, após um erro do Amorim, que perdeu a bola em zona proibida, dando depois a oportunidade ao escanzelado de, na cara do Roberto, rematar ao lado. Foi isto o sportém esta noite.
O homem do jogo só pode ser o Cardozo. Dois golos, o primeiro pleno de oportunidade e o segundo numa grande finalização, à matador. Podia ter ainda marcado mais, sobretudo em duas ocasiões: no remate ao poste e num cabeceamento cruzado, após centro do Coentrão. A lagartagem gosta muito de falar do escanzelado contra nós, mas se calhar se formos ver bem, a meia dúzia de golos que o Cardozo já lhes meteu em apenas dez jogos se calhar daria para falar muito mais. O Coentrão, para não variar, esteve também num patamar muito alto, e só foi pena não ter coroado a exibição com aquele que seria o nosso terceiro golo. Bem também o Luisão no centro da defesa, praticamente anulando o escanzelado sem grandes dificuldades, e bem também o Carlos Martins. Gostei da exibição do Aimar na primeira parte, e espero que não tenha tido qualquer problema físico complicado.
Hoje vimos mais Benfica. Já vimos mais pressão sobre os defesas adversários, não os deixando sair a jogar. Vimos uma boa entreajuda em toda a equipa, que fez com que mesmo em inferioridade numérica no meio campo, conseguíssemos preencher melhor os espaços do que o adversário. Também é verdade que o adversário não foi dos mais difíceis (pelo jogo de hoje percebe-se muito bem o motivo pelo qual apenas devido a um apito amigo conseguiram não perder com o Olhanense em casa, ou vencer a Naval fora, porque em termos de fio de jogo o sportém mostrou zero), mas é inegável que estamos melhor, e esta vitória sobre o vizinho chato só pode mesmo contribuir para aumentar a confiança da equipa. Hoje até o comportamento do Jesus no banco parecia o do ano passado.
6 Comments:
«quatro trincos (André Santos e Maniche)»
Momento alto da crónica!
O Sporting deu de facto ainda menos trabalho que os israelitas. Aquele moço «que vale menos que uma maçã podre» é de facto muito fraquinho.
Depois da Académica não sofremos mais golos em casa. Fora de casa, os árbitros lá nos conseguiram parar frente a equipas que costumam ser complicadas, mas tenho esperança que as coisas voltem à normalidade (que ganhemos mesmo sendo espoliados a torto e a direito).
Mais uma vez grande post.
Agora só falta o Saviola ganhar ritmo, luta muito vai fazendo os seus passes perigosos, mas continua muito perro nas arrancadas com e sem bola.
Uma vitória, de facto, com pouca oposição do adversário, mas também uma vitória crucial, como serão todos os jogos do campeonato daqui par a afrente.
é o preço que se paga, à 5ª jornada de estar já 9 pontos do primeiro.
Que o resultado comtra o Marítimo seja semelhante.
O Benfica de facto mereceu ganhar. O Sporting mostrou muito pouco.
Mas o campo foi bem inclinado pelo auxiliar do Xistra. foram 6 foras de jogo contra o Sporting dos quais 4! foram mal assinalados que dariam ocasões bem interessantes sem contar com aquele segundo amarelo do do Ruben Amorim.
Pensa-se que é incompentência. Depois vê-se o Cardozo acampado e quase a marcar o terceiro. Reclamar dos arbitros compensa. Mas repito não foi por isso que perdemos, foi por falta de atitude e de jogo . E acho injusta a apreciação dos jogos do Sporting porque ganhar ao Lille não é para todos e já fez melhores exibições.
Toni Mendes Pinto
Qualquer pessoa que diga que o Amorim merece um amarelo no lance em que joga a bola com a mão - na tentativa de jogar uma bola que lhe foi passada por um colega de equipa, não cortando portanto qualquer jogada de perigo ou sequer uma jogada do adversário - não percebe um boi de futebol. Nem sequer o Jorge Coroado, que é o maior pulha antibenfiquista que alguma vez pisou um campo de futebol, consegue dizer que o Amorim merecia amarelo nesse lance.
Ah, como este mundo seria perfeito se a lagartagem pudesse arbitrar todos os jogos do Benfica...
E acusar o lagartão Xistra de inclinar o campo para o Benfica por causa de alguns foras-de-jogo assinalados - que deverão ter cortado jogadas de ataque perigosíssimas do sportém - é a cerja no topo do bolo.
Já a meia dúzia de cartões amarelos mostrados aos jogadores do Benfica, isso não foi para inclinar campo nenhum. Foi para motivar os nossos jogadores, que ao verem amarelo se sentiam picados.
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