Empenho
Exibição em crescendo do Benfica, que com uma segunda parte bastante melhor do que a primeira acabou por justificar uma vitória difícil, podendo uma vez mais lamentar-se da má finalização (sobretudo quando já estava em vantagem).
Onze esperado, com o Lima a ocupar o lugar do lesionado Cardozo na frente de ataque, e o Pérez a confirmar ser neste momento o dono da posição que pertencia ao Witsel. Depois de uma imprevista falha de electricidade, com apenas três minutos decorridos, o Benfica viu-se surpreendido por uma boa jogada do Paços pelo lado direito, logo aos sete minutos de jogo, que terminou em golo. Os potenciais estragos acabaram por ser minimizados porque logo no minuto seguinte, aproveitando uma falha clamorosa do guarda-redes Cássio, o Lima surgiu oportuno para fazer a recarga à bola por ele largada e repor a igualdade. Dois golos logo a abrir o jogo prometiam um encontro animado, mas a verdade é que apesar de muito disputado, a qualidade deixava muito a desejar. Durante a primeira parte o equilíbrio foi a nota dominante, sem que qualquer das equipas se conseguisse impor no jogo. Da parte do Benfica, parecemos revelar dificuldades na luta do meio campo, e fomos quase sempre incapazes de construir jogadas de perigo, com a desinspiração dos jogadores das alas a resultarem em demasiado jogo feito pelo meio. Apenas nos instantes finais o Benfica deu sinal de perigo, numa jogada do Rodrigo pela esquerda, que ofereceu o golo ao Lima, mas o guarda-redes conseguiu defender o primeiro remate, e depois o Salvio falhou a recarga de forma disparatada.
Não foi surpresa a saída do desinspirado Nolito ao intervalo, surgindo no seu lugar o Gaitán. O Benfica surgiu mais subido no terreno e francamente melhor em relação à primeira parte e as oportunidades de golo começaram finalmente a aparecer. A primeira delas foi precisamente do Gaitán, que quase colocou o Benfica na frente no que seria mais um frango do Cássio, mas a bola foi caprichosamente bater na barra. Depois foi o Pérez, que descaído sobre a direita fez a bola passar sobre o guarda-redes, mas desviou-a demasiado da baliza. E quando faltavam vinte minutos para o final, numa altura em que a procura do golo já tinha levado o Benfica a trocar o Matic pelo Carlos Martins, um desarme do Maxi no interior da área do Paços levou a bola até aos pés do Lima, que na cara do guarda-redes não desperdiçou. A partir daqui, em vantagem no marcador e com o Paços a arriscar mais,e ainda com alguma estabilidade adicional no meio campo após a troca do Rodrigo pelo André Almeida, o Benfica podia ter resolver a questão mais cedo: vimos o Lima desperdiçar a possibilidade do hat trick com um chapéu demasiado alto, o Gaitán desperdiçar um golo quando estava solto no meio da área (a bola acabou desviada pela mão de um defesa, mas neste caso pareceu-me claramente fortuito), o Sálvio rematar ligeiramente ao lado após uma boa jogada individual, e o Lima voltar a falhar, ao não conseguir acertar bem na bola cruzada pelo Salvio da direita. O suficiente para podermos acabar o jogo com menos preocupação.
O Lima é o homem do jogo, com os seus dois golos a darem a vitória ao Benfica. Grande jogo do Enzo Pérez, que foi tacticamente perfeito. Esta noite conseguiu jogar na posição oito, a extremo, a trinco, e até temporariamente a central, durante o período em que o Garay esteve de fora a ser assistido. A entrada do Gaitán foi importante na melhoria do nosso jogo, e o Salvio também melhorou muito da primeira para a segunda parte. O Nolito e o Maxi estiveram pouco inspirados, embora o nosso capitão tenha o mérito de ter assistido o Lima para o golo decisivo.
Com maior ou menor qualidade, pelo menos julgo que neste jogo o empenho dos nossos jogadores foi constante, tendo resultado numa vitória importante nesta fase. O Paços é uma equipa complicada em casa e que ainda não tinha perdido, pelo que julgo que haveria muita gente à espera que o Benfica voltasse a escorregar após o que se passou em Coimbra. Agora terão que continuar à espera.