segunda-feira, maio 19, 2014

Tripleta

Foi difícil, bem mais difícil do que se poderia esperar. Mas após o sofrimento o jogo teve um final feliz, e o Benfica pôde celebrar a conquista da sua vigésima-quinta Taça de Portugal, recuperando um troféu que nos fugia há dez anos. A conquista significou ainda a nossa décima 'dobradinha', o que já não acontecia desde a longínqua época de 1986/87 (ainda me lembro bem dela, e dos dois golos com que o 'Diamante' abateu o Sporting no Jamor), e ainda uma inédita tripleta, que ainda não havia sido conquistado desde que existe a Taça da Liga.


O jogo teve duas partes muito distintas. Na primeira o Benfica, que teve o Enzo e o Salvio de regresso mas não viu o Siqueira recuperar a tempo de jogar, foi claramente superior. O Rio Ave optou por uma estratégia de contenção pura, sem ter sequer um ponta-de-lança em campo, e o Benfica dominou como quis, com uma posse de bola esmagadora e o jogo a disputar-se quase todo no meio campo do Rio Ave. Chegámos à vantagem num belíssimo golo do Gaitán, que mesmo à entrada da área controlou a bola e num pouco usual remate de pé direito levou a bola a entrar imparável junto ao ângulo. Poderíamos até ter ampliado a vantagem e estivemos perto de o fazer num cabeceamento do Garay, que só precisava ter desviado a bola um pouco mais do guarda-redes. Na segunda parte o Rio Ave entrou mais forte e pressionante, enquanto que a nossa equipa deu o estouro fisicamente. Os primeiros minutos foram complicados, depois conseguimos sacudir um pouco a pressão, mas à medida que o jogo ia caminhando para o final o objectivo passou mesmo a ser aguentar o resultado, já que não conseguimos responder muitas vezes aos ataques do Rio Ave (lembro-me apenas de uma grande ocasião do Markovic). Passámos por alguns sustos (levámos com uma bola no poste), mas o espírito de sacrifício e entreajuda dos nossos jogadores e intervenções do nosso fantástico guarda-redes impediram males maiores e deram-nos o direito a festejar com o apito final.


Nos jogadores, destaque óbvio para o Oblak - às vezes é fácil esquecer que tem apenas vinte e um anos. Temos aqui um guarda-redes para muitos e longos anos, se não no-lo vierem buscar entretanto. Bom jogo da dupla de centrais e do Maxi.


Depois da tempestade que foi o final da época passada, que se arrastou para o início desta, era difícil prever que este fosse o resultado final. Acabou por ser uma das melhores épocas da história do Benfica, e que só não foi ainda mais memorável por termos falhado a conquista da Liga Europa da forma que sabemos. Estas conquistas são acima de tudo o resultado da crença no trabalho desenvolvido até aqui e na viabilidade de um projecto para o futebol. Quem lê o que eu escrevo aqui sabe bem que mesmo nos piores momentos do final da época passada defendi a continuidade do Jorge Jesus. Para mim, sempre foi uma questão meramente racional: quando se falham objectivos por meros pormenores, parece-me mais lógico trabalhar para corrigir esses pormenores que falharam do que deitar tudo abaixo e recomeçar do zero. Fico satisfeito pelo facto dos resultados terem recompensado quem se atreveu a decidir por essa via e não pela previsivelmente mais fácil via populista.


O final do jogo de hoje não significa que o trabalho esteja terminado. Pelo contrário, espera-nos ainda mais trabalho para a próxima época. Porque se a exigência no Benfica já de si é alta, depois de uma época destas aumenta ainda mais. Não queremos que se repita 2010/11, em que depois de sermos campeões na época anterior perdemos tudo. É fundamental mantermos a nossa posição de supremacia no futebol português, continuando a vencer jogos e a conquistar troféus. E para isso seria importante tentar manter o máximo possível desta equipa - é que confesso que há muito, muito tempo que não tinha a sensação de termos um grupo tão unido como o que vi esta época, e isto foi para mim uma das principais chaves do sucesso.

quarta-feira, maio 14, 2014

Injustiça


E para não variar, perdemos. Fomos a equipa que mais quis vencer o jogo, fomos aquela que mais o tentou fazer, mas apanhámos pela frente uma equipa que passou o jogo quase todo a defender e a jogar para os penáltis. Depois, como o futebol é tantas vezes injusto, é recompensada nessa lotaria. Podemos queixar-nos dos jogadores indisponíveis, do azar (temos dois extremos suspensos e logo nos primeiros minutos vemos outro sair lesionado), do árbitro que não quis marcar nenhum dos penáltis durante o jogo e que deixou o Beto defender um quando estava uns dois metros adiantado, mas acima de tudo a queixa maior é de nós próprios. Pela primeira parte fraca, pelas oportunidades desperdiçadas, ou até mesmo pela incompreensível escolha do Cardozo (falha sempre penáltis decisivos) ou do Rodrigo (que eu me lembre, falhou todos os penáltis que eu o vi marcar) para marcar penáltis.

Vitórias morais destas não servem de nada, nem me sabem a nada. Aprecio o esforço da nossa equipa, o facto de terem conseguido ser claramente a melhor equipa em campo apesar de todas as contrariedades, mas o que me deixa mais triste não é tanto perder, mas sim perder assim. Jogar duas finais seguidas, ser a melhor equipa dentro de campo em ambas, e não ganhar nenhuma é injustiça a mais.

Enfim, há que recuperar, que no próximo domingo temos uma dobradinha que nos escapa há muitos anos para tentar conquistar. Com a equipa toda.

sábado, maio 10, 2014

Digna



Steven Vitória, João Cancelo, Victor Lindelöf e Bernardo Silva. São estes os nomes dos mais novos campeões nacionais pelo Benfica e foi o que mais me interessou neste jogo que encerrou o campeonato, no qual o Porto até precisou da ajuda de um seu adepto - que por acaso andava por ali dentro do campo com um apito - para levar de vencida uma muito secundária equipa do Benfica, onde apenas Enzo e Salvio se podem considerar titulares habituais (o Markovic entrou a meia hora do final).

O Porto entrou melhor e marcou cedo, num remate cruzado do Ricardo. A nossa equipa ainda demorou algum tempo a acalmar e a conseguir jogar precisamente como equipa, já que na fase inicial os jogadores pareciam demasiado desgarrados e optavam muito por iniciativas individuais. Um penálti claro cometido pelo Reyes (cada vez gosto mais deste tipo) sobre o Salvio permitiu ao Enzo empatar, mas sabemos bem que o 'pecado' de assinalar um penálti no Porto contra a equipa da casa tem que ser rapidamente compensado, por isso foi só esperar que algum jogador do Porto se deixasse cair dentro da nossa área. Foi o Jackson, que se encostou ao André Almeida e teve uma súbita fraqueza nas pernas, sendo depois recompensado com a marcação do respectivo penálti. Na segunda parte jogámos de forma bem mais organizada e unida, e até poderíamos ter chegado ao empate (o Djuricic meteu uma bola na barra). No cômputo geral fiquei satisfeito com a equipa, que nos representou de forma digna tendo em conta os condicionamentos para este jogo.

As opções tomadas foram as esperadas e perfeitamente lógicas. A nossa equipa bateu-se bem e provavelmente, sem uma arbitragem que deixaria um Calheiros orgulhoso, até poderíamos ter saído do Porto com outro resultado. Parabéns a todos os que jogaram, e em especial aos jovens que se estrearam hoje no campeonato nacional pelo Benfica. Agora, é tempo de pensar e preparar Turim.

quinta-feira, maio 08, 2014

Inquestionável

A primeira final está ganha. Uma vitória inquestionável da nossa equipa esta noite deu-nos o segundo troféu da época, sendo que o a vantagem de dois golos se calhar até peca por escassa, já que o Rio Ave pode agradecer à inspiração do seu guarda-redes (e à má finalização dos nossos jogadores) o facto de ter conseguido manter-se no jogo até bem perto do final.


O Benfica entrou obviamente em campo com o mais forte onze disponível, no qual o Rúben Amorim ocupou a posição seis, pois o Fejsa continua lesionado. O treinador do Rio Ave tinha dito antes do jogo que sabia como e onde magoar o Benfica, e a estratégia dele talvez tenha sido tentar surpreender-nos com uma entrada forte e agressiva. E de certa forma conseguiu-o, pois o Rio Ave entrou muito bem no jogo e durante a fase inicial da partida foi a equipa mais perigosa. Exploraram bem o espaço nas costas da nossa defesa (em particular o nosso lado esquerdo) e os males só não foram maiores porque o Oblak, com uma grande defesa a um remate do isolado Pedro Santos, evitou o golo do Rio Ave logo aos cinco minutos. Aos poucos o Benfica foi assentando o seu jogo e empurrando o Rio Ave para trás, passando a ter cada vez mais bola e a levar o jogo a disputar-se maioritariamente no meio campo adversário. Os remates começaram a surgir, as ocasiões de perigo também, e o atrevimento inicial do Rio Ave acabou por esfumar-se, com o Benfica a terminar a primeira parte já claramente por cima no jogo. Foi já perto do intervalo que demos expressão no marcador a essa superioridade. No seguimento de um canto do Gaitán (depois de uma grande defesa do Ventura a um remate do Rodrigo, na conclusão de uma bonita jogada de ataque da nossa equipa), o Rúben ganhou a bola de cabeça no centro da área e enviou-a para o Rodrigo, que na zona do segundo poste a controlou e rematou rasteiro para o fundo das redes.


A segunda parte foi a continuação do final da primeira, mas de forma ainda mais evidente. O Rio Ave praticamente desapareceu do jogo, e o Oblak foi quase um espectador privilegiado. Só mesmo o desacerto dos nossos jogadores quer na finalização, quer na altura do último passe, aliados à inspiração do guarda-redes Ventura, foram mantendo alguma dose de incerteza no resultado. O Benfica, controlou e dominou o jogo como quis, e os meus nervos iam aumentando à medida que via o tempo passar e o segundo golo a não aparecer. Foi especialmente escandaloso o falhanço do Gaitán, que depois de uma bola recuperada pelo Maxi ainda no meio campo adversário viu-se isolado em frente ao guarda-redes, com todo o tempo e espaço para marcar, mas acabou por permitir que o seu remate fosse defendido pelo Ventura. Da parte do Rio Ave, já nem contra-ataques existiam, e qualquer iniciativa morria na melhor das hipóteses à entrada do nosso meio campo, quando não era logo perto da sua área. Foi preciso esperarmos até faltarem apenas doze minutos para os noventa para que acabassem quaisquer dúvidas sobre o vencedor. No melhor pano cai a nódoa, e depois da boa exibição que estava a fazer o guarda-redes do Rio Ave decidiu sair até bem longe da sua baliza para disputar uma bola aérea vinda de um livre do Enzo. Falhou a intercepção, e o Luisão, num cacho de jogadores, cabeceou para a baliza vazia. Antes do final até poderíamos ter ampliado a vantagem, mas o Lima falhou de forma incrível um golo quase feito, após passe do Rodrigo.


No geral gostei de toda a equipa e não tenho grandes destaques a fazer. Gostei que tivéssemos levado esta final muito a sério, que apresentássemos o onze mais forte, do empenho demonstrado por todos os jogadores (ver o Markovic, já a ganhar por 2-0, a correr como um louco para ajudar a recuperar a bola é um exemplo disso) e do ritmo que conseguimos impor na segunda parte, que me deixou com a sensação de que a equipa está bem fisicamente.

O Benfica soube fazer, ao longo destes anos, da Taça da Liga uma competição 'sua'. Cinco troféus em sete edições e apenas uma derrota sofrida atestam a nossa superioridade. Este ano conseguimos mesmo terminar a prova sem qualquer golo sofrido, o que é inédito. Por mais que outros desdenhem esta competição, eu gosto de a ganhar, e achava que a vitória hoje era fundamental. Porque temos mais duas finais para disputar e era importante manter a dinâmica de vitória e os jogadores confiantes e motivados. Agora temos uma semana para preparar a difícil final de Turim, onde as ausências de jogadores-chave se poderão fazer sentir. Pelo meio temos uma visita ao Porto para cumprir calendário, e agradou-me a possibilidade aventada pelo Jorge Jesus de utilizarmos jogadores da equipa B nesse jogo.

domingo, maio 04, 2014

Descompressão

Num jogo em que houve mais festa do que futebol, um Benfica em clara descompressão fez um jogo fraquinho e acabou por empatar com um Setúbal que, por algum motivo que desconheço, meteu na cabeça que um empate esta tarde na Luz valia ouro.


Foi com uma equipa obviamente bastante diferente da habitual que o Benfica entrou em campo - apenas três dos habituais titulares de início (Maxi, Luisão e Siqueira) e oportunidade para o Paulo Lopes ser também efectivamente campeão nacional. Foi uma opção lógica e que eu esperava e espero aliás que se repita na próxima jornada, tendo em conta as três finais que temos por disputar. Sobre o jogo propriamente dito na primeira parte, pouco há a dizer. O Benfica foi demasiado lento e até apático, criou poucas ocasiões de golo, e acho que o Setúbal até deve ter rematado mais vezes. As poucas tentativas de dar algum safanão eram feitas sobretudo pelo André Gomes, acompanhado pelo Maxi e o Salvio na direita, mas era difícil causar muito perigo quando o ataque do Benfica praticamente não existia. Quer o Cardozo, quer o Djuricic estiveram demasiado estáticos, raramente criando uma linha de passe para os colegas, e na maior parte das vezes estragando até as jogadas sempre que a bola lhes chegava aos pés. O jogo foi-se arrastando sonolentamente até ao intervalo, com o mais que justificado nulo no marcador.



Voltámos do intervalo um pouco mais espevitados - a troca do Djuricic pelo Lima também ajudou a isso - e pela primeira vez no jogo vimos o Benfica a carregar claramente sobre a baliza adversária. Esta pressão exercida na reentrada acabou por resultar em golo, quando se completava o primeiro quarto de hora, numa tabela entre o André Gomes e o Cardozo (provavelmente a única contribuição positiva que conseguiu fazer em todo o jogo) que deixou o primeiro entrar na área para depois marcar num remate de pé esquerdo. O Setúbal respondeu ao golo com uma ocasião em que levou a bola, depois de defendida pelo Paulo Lopes, a tocar ainda na barra da nossa baliza, e o Benfica teve uma ocasião soberana para fazer o segundo, em que o Enzo (tinha entrado entretanto para o lugar do Siqueira) falhou o alvo depois de isolado pelo Lima. A um quarto de hora do final o Setúbal empatou, através de um penálti (claro) cometido pelo Maxi, e a partir daqui o Benfica, num assomo de brio, tentou carregar na procura do golo da vitória. Mas apesar da vontade, faltou algum jeito para procurar esse golo, até porque do outro lado o Setúbal parecia estranhamente convencido de que este empate era valiosíssimo, e dedicou-se a queimar o máximo de tempo que podia até final. Já mesmo a acabar tivemos a melhor oportunidade para voltar a marcar, mas o remate do Lima foi cortado em cima da linha de golo por um defesa adversário.



Os jogadores que me agradaram mais foram o André Gomes, Siqueira e Salvio. O Maxi também, mas fica com a exibição manchada pelo penálti cometido, que deu o empate ao adversário. No extremo oposto, o Cardozo e o Djuricic estiveram francamente desinspirados.

Não foi a despedida ideal dos adeptos em casa, mas a poupança de esforços e jogadores era completamente justificada. Temos três finais para disputar, e obviamente que desejo poder ganhá-las todas. Incluindo a da Taça da Liga, que é já o jogo que se segue. Um troféu é sempre um troféu, e o Benfica é um dos clubes que mais tem valorizado esta competição.

sexta-feira, maio 02, 2014

Mística

Num jogo já à partida dificílimo, a que se foram somando ainda mais algumas contrariedades, o Benfica arrancou a ferros o nulo de que precisava em Turim para carimbar a presença na segunda final consecutiva da Liga Europa, e o regresso à mesma cidade para defrontar o Sevilha.


Como seria esperado, o Benfica entrou em campo com o onze mais forte disponível, faltando apenas o Fejsa para que fosse o onze base mais habitual - no seu lugar jogou o Rúben Amorim. A entrada do Benfica no jogo foi boa e confiante, deixando boas indicações para o que poderia acontecer durante o resto da partida - o ambiente adverso em nada pareceu afectar os nervos dos nossos jogadores. Durante os primeiros minutos parecemos controlar com relativa facilidade o ímpeto adversário, e jogámos até mais perto da sua área, mas com o decorrer do tempo a Juventus foi tomando conta do jogo e impondo o seu futebol. O Benfica retraiu-se para mais perto da sua área, começámos a não ser capazes de manter a bola em nosso poder, e com isso deixámos de conseguir construir lances de contra-ataque, que era o que a Juventus mais temia em nós. Verdade seja dita que os italianos também nunca estiveram particularmente inspirados no ataque e portanto nunca nos submeteram a um verdadeiro sufoco. Foram poucas as ocasiões de muito perigo criadas pela Juventus: um remate do Tévez no seguimento de um canto, que passou por cima da baliza, uma cabeçada do Bonucci ao primeiro poste, também depois de um canto, que cruzou toda a pequena área sem que alguém aparecesse para emendar, e uma única grande oportunidade de golo, já em cima do intervalo, em que foi o Luisão em cima da linha a evitar o golo do Vidal quando o Oblak já estava batido.


Na entrada para a segunda parte o Benfica pareceu querer sacudir a pressão da Juventus, e o Rodrigo até dispôs de uma boa ocasião, rematando no entanto demasiado por alto. O jogo e o tempo corriam claramente a nosso favor, e a Juventus era menos ameaçadora do que tinha sido no final da primeira parte - apenas num livre directo em que o Pirlo tentou surpreender o Oblak conseguiram causar perigo. Mas depois, no espaço de pouco mais de cinco minutos, o Enzo viu dois cartões amarelos e com metade da segunda parte por jogar vimo-nos reduzidos a dez. Não coloco em causa a justiça dos amarelos, apenas lamento que o critério do senhor Clattenburg não tenha sido mais uniforme, porque senão jogadores como o Asamoah também poderiam ter saído mais cedo, isto para não falar de outros lances com o Lichtsteiner, Chiellini ou Pogba, que conseguiram acabar o jogo ilesos. Se a preocupação principal do Benfica durante todo o jogo já era defender, a partir daqui então deixou de haver qualquer outro objectivo. Felizmente o Porto nos últimos tempos proporcionou-nos um bom treino para esta situação. A Juventus respondeu à vantagem numérica da forma mais tradicional e previsível. Meteu mais avançados em campo e desatou a despejar bolas para a área, o que até nem nos causou grandes problemas. O sofrimento era grande, obviamente, porque a pressão da Juventus era constante e a bola não parava de rondar a nossa área, mas o Benfica defendeu bem e conseguiu evitar grandes ocasiões para a Juventus. Houve um grande susto, quando a Juventus até meteu a bola na nossa baliza, mas o lance foi bem anulado por fora-de-jogo. Aguentámos os noventa minutos, aguentámos os seis minutos extra de compensação (que se estenderam até aos oito), aguentámos ficarmos reduzidos a nove depois do Garay ter sido atingido na cara pelo Pogba, e no final festejámos.


Toda a equipa foi grande, cada um dos jogadores um herói. Mesmo tendo havido alguns jogadores que fizeram exibições fantásticas, não quero destacar ninguém, porque seria injusto para todos os outros que trabalharam tanto.

Estamos em mais uma final, e a perspectiva de uma época de sonho continua. Não tenho palavras suficientes para conseguir descrever o orgulho que sinto em cada um dos jogadores que defendem a nossa camisola da forma como os vimos fazer hoje, e têm feito ao longo de toda a época. Na final teremos baixas importantes - Enzo, Markovic, Salvio - mas neste momento todos confiamos nos 'manéis' que ocuparão os seus lugares para nos ajudarem a tentar esquecer a injustiça do ano passado. Não interessa quem joga, o que interessa é que terão a águia ao peito e todo o nosso apoio incondicional. A Mística também é isto.