sábado, junho 25, 2005

The Man


O capitão marcou uma mão-cheia de golos à rapaziada do Lumiar, sagrou-se o melhor marcador da competição, e o Benfica ganhou mais um campeonato. Este ano, dentro e fora dos pavilhões, ninguém nos parou no pontapé na bola.

terça-feira, junho 21, 2005

Mercado

Como sempre, e à falta de notícias durante a silly season, os jornais desportivos vão-se entretendo a construir e destruir plantéis. No caso do Benfica, continuo a seguir o meu princípio de apenas acreditar numa contratação quando esta for oficial, ou seja, anunciada no site oficial do clube. Fora disso, para mim é tudo especulação. Portanto, para a próxima época, 'reforços' confirmados são o Anderson, o Beto, o Alex e, vindos da equipa B, o João Coimbra, João Vilela, Hélio Roque, e Tiago Gomes. Um dos reforços dado como certo é o russo Karyaka. Mas como ainda não vi nenhum anúncio oficial, continuo a não o considerar como contratado. Apenas o conheço de o ver no Europeu pela selecção russa, e não me pareceu mau jogador. Se na verdade vier, a grande vantagem para o Benfica será a de poder ter um jogador que possa assumir as funções do Simão em caso de necessidade. É uma lacuna que o Benfica teve esta época.

De resto, temos um exército de jogadores nos quais supostamente o Benfica está interessado (todos estrangeiros!): Kezman, Diego, Aliev, Ewerthon, Dedé, Zenden, Trabelsi, Kone... em relação ao facto de serem todos estrangeiros, não consigo deixar de pensar: quem foram os pilares da equipa que conquistou o campeonato? Se começarmos a pensar, vemos nomes como Miguel, Ricardo Rocha, Petit, Manuel Fernandes, Simão... grande parte das figuras da equipa são portuguesas, e apenas três estrangeiros têm lugar 'cativo' no onze: Dos Santos, Geovanni e Luisão (e falam todos português). Não sei se uma aposta tão grande em estrangeiros seria a melhor opção (como já tivemos a oportunidade de provar durante os últimos anos).



Nestes possíveis reforços, o caso do Diego parece-me absolutamente anedótico. Como é que um jogador pode estar a jurar a pés juntos que assinou contrato com o Benfica, e o José Veiga a dizer que não senhor, esse jogador não vem para o Benfica. Quem é que está a inventar? Na minha opinião, o que me parece é que o Diego terá assinado contrato com um empresário, que lhe terá dito que ele iria para o Benfica, mas as contas estão a sair-lhe furadas... Quanto aos outros, é claro que adoraria ver o Kezman na Luz (sou fã do jogador desde os tempos do PSV, e fiquei bastante surpreendido com o fracasso dele no Chelsea), mas sou realista e admito que a possibilidade de o contratarmos, mesmo que por empréstimo, é surreal. Não vejo qual seria o interesse de um jogador como ele vir jogar para o campeonato português. O mesmo se passa com o Dedé. Ele se viesse não seria, como afirmam, como substituto do Fyssas. Ele viria para ser titular indiscutível, porque é um jogador muito acima da média. Mas, mais uma vez, custa-me a acreditar que um jogador que é capitão de equipa do Borussia Dortmund, e que nos últimos anos tem sido consistentemente considerado o melhor na sua posição num campeonato como a Bundesliga pudesse vir para a Superliga.



Enfim, faltam cerca de duas semanas para o início dos trabalhos para a nova época. Até lá, resta-nos esperar para ver quem vem ou não. E desesperar com esta dança de nomes com que os desportivos nos presenteiam todos os dias, e que mesmo tentando ser o mais céptico possível, conseguem sempre pôr-nos a sonhar (sim, eu já dei comigo a imaginar o Kezman vestido à Benfica).

quarta-feira, junho 15, 2005

O meu onze ideal (IV)

Defesa Central

Mozer

José Carlos Nepomuceno Mozer. Esta escolha não deve surpreender ninguém. Julgo que praticamente todos os benfiquistas da minha geração, e mesmo aqueles mais novos mas que tiveram a oportunidade de ver o Mozer jogar pelo Benfica (sobretudo durante a sua primeira passagem por cá) o considerarão um dos melhores defesas centrais que passaram por Portugal, e digno de figurar em qualquer selecção de jogadores do Benfica dos últimos 25 anos.

Chegou ao Benfica no início da época de 1987/88, para formar dupla com o Dito no centro da defesa e tirar o lugar ao Edmundo, naquela que tinha sido a dupla de centrais responsável pela dobradinha da época anterior. E ninguém mais se lembrou sequer que o Edmundo existia. Era um senhor em campo. Impunha respeito a colegas e adversários, quer dentro da nossa área, quer na adversária. Era quase imbatível nas alturas, e uma das imagens que me ficaram desses tempos era que na maioria das vezes os avançados já nem tentavam disputar uma bola por alto com ele. Se o Mozer estivesse no lugar certo, era escusado, que a bola era dele. Sabia sair a jogar, talvez até muito melhor do que à primeira vista poderia parecer para um jogador com o seu porte físico. Conseguia jogar de uma forma elegante, saindo com a bola controlada do meio das maiores confusões. Mas se fosse preciso, também dava chutões para a bancada, e batia forte e feio.

Na primeira época, fazendo parte de uma equipa em que poucos acreditariam, e que passou a ser orientada pelo Toni a partir do meio da época (naquela que foi a sua primeira experiência como treinador principal), chegou até à final da Taça dos Campeões Europeus, perdida ingloriamente na lotaria dos penalties (ele marcou um dos penalties) depois da equipa já estar psicologicamente destroçada pela perda do seu capitão e cérebro Diamantino. No jogo da segunda mão das meias-finais dessa competição lesionou-se gravemente nas costelas, quando o Benfica já tinha esgotado as substituições. O médico diz que não dá para continuar, mas 130.000 pessoas nas bancadas gritam em coro 'Mozer! Mozer!'. Segundo ele, ao ouvir isto esqueceu-se das dores, voltou para dentro do campo e jogou até ao fim. No dia seguinte, um raio X revelou três costelas fracturadas.

No final da época seguinte, em que se sagrou campeão pelo Benfica, soube-se ainda antes da época terminar que sairia para o Marselha. Custou muito saber que iríamos perder o nosso Mozer. Lembro-me de na Luz, nos últimos jogos do campeonato, se verem diversas faixas que apenas pediam 'Mozer Fica!'. Não ficou, não podia ser, e no ano seguinte, ironia do destino, jogou na Luz com uma camisola que não a do Benfica. E os nossos jogadores bem sentiram na pele o empenho dele na defesa das suas cores (Paneira e Magnusson, sobretudo, que o digam).

Regressou em 1992/93 para jogar mais três épocas, e ganhar mais uma Taça de Portugal e um campeonato. Já não era tão rápido, mas mantinha o sentido posicional, o forte jogo aéreo, e continuava duríssimo em campo. Ninguém se esquece da forma como, na segunda mão das meias-finais da Taça das Taças de 1993/94, ao fim de um quarto de hora já estava na rua por acumulação de amarelos. E também ninguém esquece a forma como 'ensinou' o 'menino' Fernando Couto a ir brincar com os da sua idade num Benfica x FC Porto. Nas palavras de Bobby Robson no final da partida: 'O resultado foi: Mozer 2, Fernando Couto 0'.

O Mozer é um caso de amor pelo Benfica totalmente correspondido. Diz ele que um dia, durante um jogo, saiu a jogar, correndo em frente ao terceiro anel da antiga Luz. E ao ver-se naquele estádio, com a camisola vermelha vestida, à frente daquele público, lembrou-se que um dia, muito antes de vir jogar para o Benfica, tinha sonhado com aquela imagem:

"Era ainda jovem, jogava no Flamengo, quando tive um sonho incrível: sonhei que um dia iria jogar num clube com equipamento encarnado e branco, e num estádio com as cadeiras também encarnadas e brancas. Quando acordei, aquilo fez-me confusão porque o meu sonho era jogar no Flamengo como profissional, mas o Flamengo vestia de encarnado e preto. Muitos anos depois, já eu era jogador do Benfica, defrontámos o Salgueiros no Estádio da Luz. Recuperei a bola na defesa e, quando partia para o contra-ataque, olhei de repente para as bancadas e vi as cadeiras encarnadas e brancas. Nesse momento revi o sonho de menino! Percebi, enquanto o jogo decorria, que o clube daquele meu sonho era o Benfica. Revi ali a imagem do sonho e achei que aquele clube seria o clube da minha vida. A partir desse momento fiquei benfiquista até à morte."

Um dos meus maiores ídolos de sempre no Benfica.

sexta-feira, junho 10, 2005

Comparação

Compare-se a diferença de comportamentos do Zahovic e do Argel, quando foram dispensados em Janeiro passado, com os de Rui Jorge e Pedro Barbosa (sobretudo este) agora, após a sua dispensa. Mas lá para as bandas de Alvalade é que era tudo um mar de rosas. Depois o Veiga é que é um mau gestor de homens.

Entretanto, o clube dos gentlemen continua a sua cruzada contra o Simão. Nunca estiveram interessados no seu regresso, tentaram à viva força lixar-lhe a vida e dificultar o seu ingresso no Benfica (numa atitude do género 'Não f... nem saio de cima'), e agora, cheios de maus fígados, continuam a tentar fazer-lhe a vida negra. O mais engraçado no meio disto tudo é que ficaram incredulamente indignados quando o Simão disse que não se importava nada de ir a Alvalade impedi-los de ganhar o campeonato (a frase exacta foi: "Se lhes tirarmos o título, melhor!"). Isto para eles foi uma traição indescritível, sem qualquer razão de ser.

P.S.- Para os mais esquecidos, recuperei as declarações do Simão que, de acordo com os nossos vizinhos, foram uma enorme falta de respeito para com o clube que o formou, e que demonstram que ele é um 'traidor' e um 'mau carácter'. Palavra de honra que nunca consegui inferir nada disso das palavras dele. Presumo que estariam à espera que o capitão do Benfica declarasse o seu amor eterno para com o clube do Lumiar, e que gostava era que eles fossem campeões? Sim, porque isso faria todo o sentido...

quarta-feira, junho 08, 2005

Treinador


E pronto, já temos treinador. Confesso que a escolha que mais me agradaria seria a de Camacho, por representar uma certa continuidade do trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos. Mas não me desagrada nada a escolha por Ronald Koeman. Em princípio deveremos voltar a ter o Benfica a jogar um futebol marcadamente ofensivo, o que confesso já tinha algumas saudades de ver. Para além disso, o nosso novo treinador gosta de trabalhar e apostar em jovens (se a memória não me falha, foi ele o responsável pelo lançamento de jogadores como John Heitinga, e Wesley Sneijder, para além da explosão do Rafael Van der Vaart), e como eu deposito algumas esperanças nesta nova geração de jogadores que temos na equipa B, pode ser que para o ano vejamos alguns deles na equipa principal. A grande maioria dos jogadores históricos do Benfica vieram precisamente dos nossos escalões de formação, e foram 'lançados às feras' ainda muito jovens.

Estou optimista para a nova época. Mas temos que esperar para ver o que é que Ronald Koeman trará de novo à nossa equipa campeã.

P.S.- A ser verdade o que se diz, Álvaro Magalhães vai abandonar o Benfica. Confesso que é com pena que o vejo partir. É um homem que tem um amor enorme ao clube, e que parece ser capaz de motivar quer os adeptos, quer os jogadores precisamente devido ao seu entusiasmo pelo Benfica.

terça-feira, junho 07, 2005

Silly Season

Já entrámos na habitual silly season do nosso futebol. Apesar de ainda termos o jogo da selecção amanhã, os jogos competitivos dos clubes já acabaram, e agora está na altura de começar com a especulação sobre entradas e saídas de jogadores. O Benfica ainda não apresentou o novo treinador, por isso vai-se especulando sobre quem assumirá o cargo. Outros acham que, não sendo suficientes os seis defesas centrais que o Benfica tem por enquanto no seu plantel (Amoreirinha, Ricardo Rocha, Luisão, Alcides, André Luís e Anderson), o melhor é especular sobre o nosso interesse num sétimo. Enfim, está na altura de levar ainda menos a sério as notícias que saem nos desportivos, e aguardar calmamente pelas certezas que sejam anunciadas pelo clube.

Entretanto, e para descontrair, deixo aqui os dois filmes da série 'Everyone's a Football Manager' (Parte 1 e Parte 2), publicados pela Sports Interactive, autores da série Championship Manager (agora denominada Football Manager), sem dúvida o meu jogo de computador preferido de todos os tempos. Embora não tenha um cão para gritar com ele, confesso que às vezes o jogo me consegue pôr a gritar assim para o monitor...

domingo, junho 05, 2005

Jantar (II)

É bom sinal quando praticamente cinco horas passam quase sem se dar por isso. E a conversa ainda podia ter continuado. É bom conhecer pessoas simpáticas, e que ainda por cima partilham da mesma paixão clubística. Pessoas que se lembram que o Benfica teve um jogador chamado Samuel Okunowo (que até marcou um golo ao Estrela da Amadora), ou que se recordam do resultado do jogo Desp.Chaves x Benfica da época de 1997/98. E quando são jogos mais antigos (daqueles que só o JRD viu), nós não vimos mas já lemos sobre o jogo. Descobrimos também como somos importantes nas vitórias do nosso Benfica. Nunca ganharíamos sem a preciosa ajuda da camisa do JRD, ou do cachecol e dos amigos 'místicos' do Hmémnon. Infelizmente a nossa euforia pela conquista da Superliga fez com que ficássemos desleixados, ignorássemos os rituais, e por nossa culpa perdemos a Taça.

Cinco horas passam a correr quando se fala do nosso clube, mas não só. Dá para falar de outros blogs, de Kalkitos, Pasta Medicinal Couto e Bombokas. Ou da violência emocional do Marco, da Heidi e do Jackie. O que leva à razão pela qual as crianças deviam ser proibidas de ler Hans-Christian Andersen. E ainda explicar que o Ming tinha muito mais pinta que o Flash Gordon.

Foi pena não termos sido mais, mas pode ser que para a próxima o quorum aumente. Até prometi tentar arrastar o Harry Lime comigo, para podermos andar à porrada. Mas, como se pode concluir do que já escrevi, os poucos que foram, foram bons. Deu para ficar a conhecer o JRD, o HMémnon, o S.L.B., o Ry e as Catarinas, o que só por si já fez valer muito a pena. Esperemos poder repetir a iniciativa em breve. Por exemplo, no início da próxima época, que aí vamos ter as novas contratações para discutir, e o plano de assalto à Champions League.

quinta-feira, junho 02, 2005

Jantar

É já amanhã que, numa iniciativa do HMémnon, a blogosfera benfiquista se vai reunir num jantar, a realizar em plena Catedral (a da Luz e a da Cerveja). Conto lá estar, e conto encontrar muitas das pessoas que durante esta época contribuiram para avivar a chama do meu benfiquismo.

Entretanto, o Benfica confirmou a primeira contratação para a próxima época: Beto, ex-Beira Mar. Sinceramente, é uma contratação que não me entusiasma por aí além. Vem para uma posição para a qual dispomos de Petit, Manuel Fernandes, Bruno Aguiar, Paulo Almeida e Everson. Pelo que já vi dele, não me parece que venha acrescentar alguma mais valia de relevo, mesmo em comparação com os jogadores suplentes para esta posição. É um jogador lutador, com boa resistência física, mas parece-me que será apenas mais um para fazer número no nosso plantel. Oxalá me engane. Presumo que esta contratação signifique o fim da estadia de Paulo Almeida no Benfica.