domingo, dezembro 19, 2010

Rumo

Uma mão cheia de golos argentinos deu expressão à justíssima vitória do Benfica sobre o Rio Ave, num jogo bastante aberto e agradável de seguir, e que em certas alturas certamente terá trazido à memória dos adeptos flashbacks do melhor com que o Benfica nos presenteou a época passada.

A presença do Salvio na direita terá sido a única meia surpresa no onze inicial. O Rio Ave terá tentado o deselegante e já um pouco gasto truque de nos trocar as voltas na escolha de campo, mas isso de nada lhe serviu: com cinco minutos de jogo decorridos, já a bola morava no fundo da sua baliza, por obra e graça do Aimar, que aproveitou da melhor maneira um passe soberbo do David Luiz para marcar com um remate cruzado. A entrada do Benfica no jogo foi avassaladora: o Rio Ave praticamente não conseguia sair do seu meio campo, devido à pressão do Benfica, que jogava com as linhas bastante adiantadas, e os nossos ataques sucediam-se uns aos outros, quase todos levando bastante perigo à baliza adversária. No minuto seguinte ao golo, o Saviola já estava a meter a bola na baliza outra vez, mas o golo foi invalidado por fora-de-jogo. Mas dois minutos depois, o mesmo Saviola rematou de primeira para o fundo da baliza após um cruzamento largo do Gaitán na esquerda, e desta vez contou mesmo. Dois golos em menos de dez minutos, e o Benfica a não dar sinal de querer abrandar. A pressão sobre o Rio Ave era intensa, e as oportunidades continuavam a surgir em catadupa, sendo as perdidas mais escandalosas as do Javi García, de cabeça após livre do Aimar, e do Cardozo, a atirar ao lado quando um passe do Saviola o deixou só perante o guarda-redes. Neste período, e para manter a tónica desta Liga, pareceu-me ter ficado um penálti claro sobre o Coentrão por marcar. No último quarto de hora o Benfica abrandou um pouco, e o Rio Ave conseguiu aparecer finalmente no jogo, conseguindo mesmo reduzir já à beira do intervalo, num bom contra-ataque finalizado pelo João Tomás.

Se o golo do Rio Ave a fechar a primeira parte lhes poderá ter dado algumas ilusões em discutir o resultado, estas depressa se esfumaram na segunda parte, muito por culpa da entrada em cena em grande estilo do Salvio. Com sete minutos decorridos ele ganhou uma bola ainda no nosso meio campo, foi por ali fora deixando os adversários para trás, e quando se esperava um remate cruzado ele com um passe rasteiro assistiu na perfeição o Saviola no centro da área para um golo fácil. Este golo terá dissipado a maior parte das dúvidas sobre o vencedor do jogo, mas este estava longe de ter terminado. O Rio Ave nunca desistiu de lutar, e assistimos a um jogo bastante aberto, em que o Benfica, sem nunca chegar ao brilhantismo da primeira parte, ameaçava voltar a marcar, mas o Rio Ave também ia criando perigo, obrigando mesmo o Roberto a uma grande defesa quando tudo indicava que o João Tomás (pode estar velho, mas para mim mostrou que continua a ser um ponta-de-lança muito bom) ia voltar a marcar. Não marcou o Rio Ave, marcou com naturalidade o Benfica, pouco passava do primeiro quarto de hora. O Gaitán teve uma bela jogada individual pela esquerda e já sobre a linha de fundo tirou um cruzamento largo para o segundo poste, onde apareceu o Salvio a finalizar de cabeça. Eu sei que qualquer tipo de comparações deste tipo são injustas e muitas vezes não fazem muito sentido. Mas sinceramente, se eu não soubesse que tinha sido o Gaitán a fazer aquela jogada, poderia facilmente pensar que o Di María tinha vindo fazer uma perninha esta noite à Luz, porque o estilo foi praticamente o mesmo.

Pensar-se-ia que na meia hora que faltava até final nos limitaríamos a ver o quanto mais o Benfica conseguiria ampliar o resultado, mas conforme disse, o Rio Ave nunca deixou de tentar, e a vinte minutos do final foi recompensado com um penálti por mão do Coentrão - no estádio todos ficaram convencidos que teria havido um fora-de-jogo evidente dos jogadores do Rio Ave a preceder a mão do Coentrão, mas ainda não tive oportunidade de confirmar se tal aconteceu de facto. O penálti foi convertido pelo inevitável João Tomás, ganhou novo fôlego o Rio Ave, mas nem sequer teve tempo para se regozijar, porque três minutos depois já a bola morava outra vez no fundo das suas redes, e uma vez mais por 'culpa' do Salvio. Aproveitando uma defesa do guarda-redes com os punhos, com uma cabeçada ainda de fora da área fez a bola passar sobre os adversários e só parar dentro da baliza. E o festival Salvio poderia ter tido ainda maior expressão, mas a sua tentativa de chapéu (depois do Jara, isolado, ter falhado o sexto golo do Benfica) acabou por bater na barra. Antes do final, nota ainda para a expulsão auto-forçada do Coentrão, de forma a evitar a suspensão que cumpriria no próximo jogo da Liga, em Leiria, devido ao amarelo que viu no lance do penálti.

Poder-se-iam destacar vários jogadores esta noite, mas julgo que a distinção de melhor em campo pode ser atribuída, com inteira justiça, ao Salvio. Marcou dois golos, deu outro a marcar, e mostrou uma garra notável, nunca dando um lance por perdido. O Fábio Coentrão foi outro jogador que esteve num nível muito bom, interrompendo assim uma pequena série de jogos em que tinha estado mais discreto. O Gaitán fez duas assistências e teve vários pormenores de classe, mas apesar de mostrar melhorias na ajuda defensiva ao lateral, parece-me que ainda precisa de evoluir neste aspecto. Saviola, com dois golos, e Aimar num nível muito bom, e o Maxi, Javi e David Luiz a comprovarem estar a subir de forma (a acção do David Luiz no primeiro golo é brilhante). O mais apagado esta noite foi o Cardozo, o que aliás se pode comprovar pelo facto de não ter conseguido marcar qualquer golo (ou sequer estar envolvido em alguma das jogadas dos golos) num jogo em que o Benfica faz cinco golos.

O nosso treinador prometeu que a nossa equipa estará a entrar na sua melhor fase da época até agora, e pelo que vi, a equipa vai cumprindo. Gostei mesmo muito da primeira meia hora do jogo de hoje, e mesmo não tendo sido possível manter o nível durante os noventa minutos, a verdade é que pelo menos naquela meia hora vi um Benfica que já não via há uns meses. E durante todo o jogo vi uma alegria em jogar e uma garra de que já sentia saudades. Vi o Maxi e o Coentrão a fazer piscinas por aqueles corredores laterais, vi o Saviola não parar quieto pela frente de ataque, o David Luiz cheio de confiança, ou o Javi a dominar toda a sua zona. Depois do que vi contra o Braga, foi muito bom ver logo a seguir um jogo assim. Quero acreditar que isto seja um indicador de que a nossa equipa terá reencontrado o seu rumo.

domingo, dezembro 12, 2010

Vontade

A passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal foi obtida com uma vitória incontestável sobre o Braga esta noite. O que podemos concluir é que mesmo se mostrarmos alguns dos pontos fracos do nosso jogo esta época, quando os jogadores entram em campo com a atitude certa, a probabilidade de serem (e nos deixarem a nós, adeptos) felizes é muito maior. E foi o que aconteceu esta noite, apesar de ser perfeitamente dispensável o prolongado sofrimento num jogo que, com um pouco mais de inspiração da nossa parte no ataque, poderia ter terminado com uma goleada das antigas.

Com um onze em que a única alteração ao que seria esperado foi a troca de guarda-redes (Júlio César no lugar do Roberto), os nossos jogadores mostraram desde início estar com vontade de resolver esta eliminatória a contento. Com cinco minutos decorridos já o Carlos Martins dispunha de uma boa ocasião para marcar, mas a sua tentativa de chapéu ao guarda-redes saiu demasiado alta. Infelizmente, algo de que nos podemos queixar esta época é de uma menor eficácia no ataque, desperdiçando mais oportunidades do que seria normal, e este lance foi apenas o mote para mais um jogo em que nos podemos queixar disto. Perante um Braga praticamente inofensivo, fomos assistindo ao Benfica a ser invariavelmente melhor e mais perigoso no jogo, com o marcador a manter-se teimosamente em branco, às vezes por culpa nossa, outras vezes por inspiração do guarda-redes adversário, como no lance em que, com uma defesa incrível, tocou na bola com a ponta dos dedos o suficiente para desviar para canto um remate cruzado do Luisão que levava o selo de golo (o nosso capitão acabou por ceder o seu lugar ao Sídnei pouco tempo depois, ainda antes da meia hora de jogo, por lesão). Só perto do intervalo é que conseguimos finalmente chegar ao golo: após um lançamento lateral do Maxi, o Javi García tocou de cabeça para trás, onde apareceu o Saviola, antecipando-se a dois adversários, a rematar de primeira para o fundo da baliza. Mesmo sobre o apito para o intervalo, mais um desperdício enorme do Benfica, ao esbanjar uma ocasião em que, após uma recuperação de bola do Aimar, ficámos com três jogadores para um defesa do Braga - mérito também do guarda-redes do Braga ao conseguir parar o remate do Cardozo.

A segunda parte pouco trouxe de diferente. O Benfica continuou a ser superior e a desperdiçar oportunidades, e o Braga a ser quase inofensivo. Saviola e Cardozo mostraram-se particularmente perdulários, e o resultado foi assim mantendo-se com uma incerteza muito enganadora. Após vinte minutos, o nosso treinador fez uma alteração que se impunha, entrando o Salvio para jogar bem encostado à direita (por onde o Braga atacava preferencialmente) e saindo o Carlos Martins, que após uma boa primeira parte e início da segunda, estava agora a apagar-se no jogo. A entrada do extremo argentino veio dinamizar o nosso jogo, e passámos a criar muito mais perigo por aquele lado - e consequentemente, a desperdiçar ainda mais oportunidades para colocar um ponto final no jogo. Conforme já escrevi, o Braga foi praticamente inofensivo nesta partida, mas já sabemos que quando andamos a desperdiçar muito a sorte tem tendência para ser madrasta, e isto quase que aconteceu outra vez hoje. Na única verdadeira oportunidade de golo que criou em todo o jogo, a dois minutos do final, o Braga quase empatou. Valeu-nos a grande defesa do Júlio César, a salvar praticamente em cima da linha um cabeceamento do Alan ao primeiro poste, após um canto. Pouco depois, e já no período de compensação, lá acabámos com as dúvidas ao marcar o segundo golo, mas até para isto foi preciso sofrer: primeiro remate do Salvio ao poste, recarga do Rúben Amorim para defesa do guarda-redes, e finalmente o Aimar, de cabeça, a fazer o golo que o Benfica já merecia há muito.

Na nossa equipa, sem grandes brilhantismos mas com muita garra em campo, destacaria jogadores como o Maxi Pereira, o Javi García ou o David Luiz. Jogo muito bom do Sídnei, entrado para substituir o Luisão (que, nos minutos que esteve em campo, estava também num bom nível). O Carlos Martins teve pormenores inspirados - o passe que ele fez sobre a defesa do Braga para isolar o Saviola foi excelente - e o Salvio entrou muito bem no jogo. Bem o Júlio César com uma intervenção decisiva quando foi chamado, mas gostaria que fosse mais expedito nas reposições da bola em jogo.

É certo que há coisas menos positivas que continuam a ser evidentes na nossa forma de jogar, e a mais preocupante delas é a lentidão de processos. Especificamente, a lentidão nas saídas para o ataque. Fazermos isto em velocidade valeu-nos incontáveis golos a época passada, mas este ano não estamos a conseguir repeti-lo com tanta facilidade, o que significa que muitas das vezes, quando chegamos lá à frente, esbarramos com um adversário completamente posicionado e organizado, o que obviamente dificulta muito as coisas. A já referida menor eficácia é também um problema. Mas o valor dos nossos jogadores e a vontade de vencer que eles puseram em campo hoje chegaram e sobraram para me convencerem que, no final, só por muito azar é que não sairíamos vencedores deste jogo.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Erros

Na minha opinião, o melhor que houve esta noite na Luz foi mesmo o equipamento alternativo estreado, que é francamente mais bonito do que o laranja que normalmente utilizamos. De resto, foi apenas mais um (o último) capítulo da triste história que foi a nossa participação na Champions League este ano.

Com um onze em que as principais novidades foram as presenças do Carlos Martins e do César Peixoto (Aimar e Gaitán no banco), o Benfica fez uma primeira parte muito fraca, jogando quase sempre de forma demasiado lenta e previsível. A tendência para afunilar o jogo foi muita, e o próprio empenho dos jogadores no jogo deixou muito a desejar. Não era incomum vermos situações em que o jogador que conduzia a bola não tinha quaisquer opções de passe, porque os colegas ficavam simplesmente a olhar para ele sem sequer tentarem desmarcar-se ou movimentar-se para criar linhas de passe. Mesmo assim, conseguimos criar algumas situações de perigo, que os nossos jogadores, mantendo a linha que tem sido habitual na Europa, se encarregaram de desperdiçar. Também na mesma linha, à primeira oportunidade que o adversário criou, fez o primeiro remate à baliza no jogo, e fez também golo. O que só veio contribuir para piorar ainda mais a qualidade do nosso jogo. Os números ao intervalo até poderiam colocar um pouco em causa a justiça do resultado, mas face ao que produzimos, a desvantagem no marcador era perfeitamente aceitável.

Duas substituições ao intervalo, com as entradas do Aimar e do Gaitán para os lugares do Peixoto e do Maxi. Mas o nosso jogo, inicialmente, não melhorou muito, e manteve-se no mesmo registo da primeira parte. Só na meia hora final é que finalmente começámos a colocar um pouco mais de velocidade e agressividade no jogo, e a qualidade subiu um bocadinho por via disso. As oportunidades também começaram a surgir, algumas delas flagrantes (Cardozo e Aimar), mas o jeitinho especial que temos revelado na Champions para as desperdiçar continuou todo lá. Para não variar, a máxima de que quem não marca, sofre voltou a aplicar-se, e a dez minutos do final o Schalke voltou a marcar, revelando um aproveitamento quase total das oportunidades construídas. A nossa defesa foi apanhada desprevenida quando tentava subir, e o adversário, sozinho frente ao Roberto, não teve dificuldades em marcar. Nesta altura o Benfica estava efectivamente fora das competições europeias. Só a três minutos do final, numa jogada de insistência, o Benfica chegou ao golo, através de um cabeceamento do Luisão já perto da pequena área. E já em descontos, o empate poderia ter surgido, mas o livre apontado pelo David Luiz levou a bola a embater no poste. A única notícia positiva que chegou com o apito final foi a do empate do Lyon nos minutos finais.

Posso mencionar o Luisão ou o David Luiz como alguns dos menos maus esta noite, mais sobretudo pela atitude em campo do que pelo que efectivamente produziram. O nível geral da exibição foi baixo, e houve jogadores como o Rúben Amorim ou o Cardozo que praticamente nada conseguiram fazer de positivo no jogo (não foram os únicos).

Os números finais podem parecer enganadores. Afinal de contas, fizemos praticamente o triplo dos remates do Schalke, e acabámos por perder o jogo. E não foi a primeira vez que isto aconteceu connosco este ano na Champions. Ao princípio podemos ficar irritados, mas quando isto acontece diversas vezes, não pode ser apenas obra do acaso ou do azar. A conclusão óbvia é que a nossa equipa, simplesmente, não tem ainda estofo para esta competição. Não se podem desperdiçar oportunidades como aquelas que andámos a falhar nos nossos jogos. Numa competição deste nível, erros destes (e isto são erros tão grandes como um mau atraso de um defesa, ou um frango do guarda-redes) pagam-se muito caros. Não vi os nossos adversários cometerem-nos: a diferença de eficácia deles para nós foi brutal. Na Alemanha passámos mais de uma hora a dominar o jogo e a falhar golos. Assim que lhes permitimos uma oportunidade, eles marcaram. Hoje mostraram a mesma eficácia, e em Israel perdemos da forma que sabemos.

A verdade é que não merecemos passar aos oitavos de final, e sinceramente, tendo em conta o que vi, se calhar ainda bem que não passámos mesmo, porque a acumular erros desta forma dificilmente lá iríamos fazer alguma coisa. Esperemos que as coisas sejam melhores na Liga Europa.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Resultado

O mais importante esta noite foi o resultado. Obteve-se a vitória que se exigia (a oitava nos últimos nove jogos para a Liga), sem muitos sobressaltos. Mas não saí da Luz mais satisfeito porque a exibição do Benfica deixou muito a desejar. Ganhámos porque somos melhores, mas fiquei com a sensação de que a equipa não se esforçou muito para vincar a sua superioridade.

Com apenas uma alteração no onze em relação a Aveiro (Aimar no lugar do Carlos Martins), o Benfica iniciou o jogo a jogar de forma bastante lenta e previsível. A ideia que passava cá para fora era mesmo de uma certa displicência da parte da nossa equipa, como se estivesse convencida que mais cedo ou mais tarde a coisa se resolveria. A falta de velocidade nas transições para o ataque era o maior problema: o Olhanense apresentou-se bem organizado na Luz, e quando recuperávamos a bola dávamos todo o tempo do mundo aos adversários para se reposicionarem em campo, sendo que depois não mostrávamos arte ou inspiração para romper a estrutura defensiva deles. O Olhanense, pelo contrário, apostava na velocidade dos seus jogadores mais adiantados, e teve mesmo algumas boas oportunidades na primeira parte (em especial durante a primeira meia hora, que foi claramente o pior período do Benfica no jogo), às quais se opôs sempre bem o Roberto. Nos minutos finais o Benfica melhorou um pouco, e já depois de dois cruzamentos perigosos do Gaitán na direita (para onde tinha sido desviado, por troca com o Rúben), foi a vez do Maxi cruzar para o cabeceamento do Cardozo, que acabou dentro da baliza após uma intervenção muito infeliz do Moretto. Ainda bem que isto aconteceu, mas face ao que vimos na primeira parte o resultado era algo lisonjeiro.

Ao intervalo o Gaitán ficou, sem surpresa, no balneário (parecia quase desinteressado do jogo na primeira parte), surgindo o Carlos Martins no seu lugar. O Benfica melhorou um pouco, mas continuava a parecer demasiado lento. Só após a entrada do Salvio para o lugar do Aimar é que me pareceu que o nosso jogo ficou um pouco mais dinâmico, tendo nós também tirado partido da tentativa de maior atrevimento do Olhanense no ataque. O Cardozo deu o sinal, enviando uma bola ao poste após uma boa iniciativa individual do Saviola, e nos minutos que se seguiram o Benfica esteve claramente por cima no jogo, aproveitando também a insegurança do Moretto, que largava muitas das bolas rematadas pelos nossos jogadores. Só a dez minutos do final pudemos finalmente respirar mais descansados, com o segundo golo a surgir pelo Saviola. Após um canto apontado pelo Carlos Martins, houve um desvio do David Luiz ao primeiro poste, e depois lá surgiu ao segundo poste, no sítio do costume e solto de marcação, o Saviola para marcar de cabeça. Até final pouco mais houve a registar do que uma boa jogada entre o Saviola e o Rúben Amorim, com o remate em jeito deste último a falhar o alvo por pouco.

Não me parece que haja grandes destaques a fazer neste jogo. O Roberto esteve bem, e voltou a mostrar segurança. Gostei do jogo do Maxi Pereira, que continua a mostrar estar a subir claramente de forma. O Carlos Martins e o Salvio tiveram boas entradas, e foram importantes para a melhoria do nosso jogo. Boa parte final também do Saviola, que soube tirar partido dos espaços que o Olhanense começou a dar atrás. Pela negativa, o Gaitán. Acho que é evidente que talento é o que não lhe falta, mas hoje pareceu estar completamente alheio ao jogo, quase como se estivesse a fazer um frete em campo. Foi bem substituído ao intervalo.

Conforme disse o nosso treinador no final, foi melhor o resultado que a exibição. Já disse no início que a exibição da equipa não me deixou satisfeito, mas como adepto prefiro jogar menos bem e ganhar, do que jogar bem e perder (até porque, mesmo se jogarmos muito bem, se por acaso tivermos o azar de perder ninguém vai mencionar a exibição, e a equipa será tratada como se tivesse feito o pior jogo do mundo - é o 'resultadismo' do costume).