segunda-feira, janeiro 28, 2008

Lata

Artigo do jornaleiro Carlos Pereira Santos n'A Bola de hoje:

"O País andava numa tristeza lamentável, farto das cambalhotas do ministro da Saúde, cansado de se rir com os tiques de honestidade exclusiva por parte da oposição. principalmente do ar snob do príncipe laranja da marginal de Gaia, até que... o Benfica foi a Guimarães e livrou-se da pressão, com uma excelente primeira parte e uma bomba de Cardozo (e vá lá saber-se porque é que o Tacuara só joga de vez em quando. Alguém sabe...). A vitória implacável do Benfica ressuscitou a alegria a seis milhões, mas teve ainda o mérito de reanimar o presidente do clube, Luís Filipe Vieira. Enfim, há que perdoar a frágil identificação que ele tem com a língua portuguesa - calinadas quem as não dá?[...]

O glorioso LFV falou de novo, levado pelos ventos que sopram em Alcochete, na nova casa do Benfica. Para se queixar, exactamente, das arbitragens. Irritou-se porque diz que em Guimarães o que fizeram a Rui Costa foi um atentado. Lá está, um dos méritos desta vitória do Benfica é ter colocado de novo o País a rir sem ser por causa destas coisas da política.

LFV, o glorioso, andava sossegado ou preocupado. A vitória abriu-lhe uma porta para falar da arbitragem, embora se tenha esquecido, por exemplo, do jogo da Amadora para a Taça da Liga. Mas um lapso de memória, quem não tem? É deixá-lo falar, porque o povo merece rir."



É preciso ter lata. Ou melhor, é preciso não ter mesmo vergonha nenhuma na cara para se escrever isto. LFV falou de arbitragens, por acaso num evento com benfiquistas, e para benfiquistas, fazendo apenas algo que os próprios benfiquistas já reclamam há muito tempo, dadas as proporções grotescas que a coisa começa a tomar. Foi precisa uma vitória para que LFV visse uma porta ser-lhe aberta para falar de arbitragens? Essa porta já está escancarada há muito, muito tempo! Difícil mesmo é não falar de arbitragens depois de se perderem jogos e pontos às custas de habilidades das mesmas. Difícil é ficar-se em silêncio a seguir a um autêntico assalto como o que foi perpetrado em nossa casa, na última jornada, por um sócio de um clube que, sem dúvida, está habituado a rir muito com estas coisas das arbitragens. E
claro que num artigo destes a menção ao jogo da Taça da Carochinha - que eu, como todos os benfiquistas, soube no preciso momento em que o penalti inexistente foi assinalado a nosso favor que isso seria utilizado até à exaustão ao longo de toda a época como cavalo de batalha contra o Benfica - não poderia faltar. Como se confirmação fosse necessária do móbil do artigo.

O 'país' que eventualmente se estará a rir com isto, sem dúvida boçal e alarvemente, já o deve estar a fazer há muito tempo, que para esse país devem ser muito divertidos os autênticos compêndios de arbitragem a que o Benfica tem sido sujeito semana sim, semana sim. E de certeza que nesse país se incluirá o próprio Carlos Pereira Santos, juntamente com a corja de jornaleiros que escrevem artigos destes. E vá lá saber-se porque é que eles só escrevem artigos destes de vez em quando. Alguém sabe...

domingo, janeiro 27, 2008

Cardozaço

Foi sofrida, sim senhor. Mas nem por isso menos merecida, a nossa vitória desta noite. E o sofrimento só acaba por lhe dar um sabor ainda melhor, particularmente quando ficamos com a sensação de que não foram apenas os jogadores do Guimarães os adversários que estiveram hoje a defrontar-nos dentro do campo.

Novamente a alinhar em 4-2-3-1, com o Cardozo na frente, o Benfica teve uma entrada em jogo inesperadamente forte. A equipa apareceu muito personalizada, com grande espírito de entreajuda, e a pressionar o adversário. Resumindo, apareceu com a atitude que os adeptos reclamam, e que tem andado ausente nos últimos jogos. E cedo essa diferença de atitude foi recompensada com um cardozaço. Finalmente o paraguaio marcou um daqueles livres que muitos de nós andámos a ver no YouTube, e só espero que isto signifique que o vão passar a deixar tentar marcar livres mais vezes (estão a ouvir, Petit e Rui Costa?). Ao contrário de outras ocasiões, a equipa não abrandou após o golo, e manteve a mesma atitude. Como resultado disto, o Guimarães pouco se viu durante o primeiro tempo, e foi o Benfica quem voltou a marcar, ainda antes da meia-hora. Numa iniciativa pela esquerda o Di María não desistiu de uma bola que parecia perdida, ultrapassou dois adversários e, já dentro da área, assistiu de trivela (não é exclusivo de ninguém, embora às vezes até pareça) para um golo fácil do Maxi Pereira, que fixou o resultado com que se atingiu o intervalo. Nesta altura, estando eu agradavelmente surpreendido com o que vira durante o primeiro tempo, não pensei que o Benfica viesse a ter grandes dificuldades para vencer este jogo.

Infelizmente, tal não aconteceu. Primeiro houve a lesão do David Luíz, que obrigou à entrada do Nuno Assis e ao recuo do Katsouranis para central. Depois houve a entrada do Guimarães na segunda parte, que foi muito forte e nos empurrou para junto da área. Apesar da boa vontade do Maxi, notou-se a ausência do Katsouranis no auxílio ao Petit, e perdemos o controlo do meio-campo que tínhamos na primeira parte. Foram uns vinte minutos muito difíceis, agravados com o golo do Guimarães após quinze minutos, mas a verdade é que após o golo o ímpeto do Guimarães foi diminuindo, e foi-nos sendo um pouco mais fácil ir reequilibrando o jogo, e manter a bola longe das imediações da nossa área. De tal forma que se chegou a um ponto em que o Guimarães optava por despejar a bola lá para a frente em todos os livres que iam conquistando com o beneplácito do árbitro, na esperança de criar perigo, mas foi sem grandes sobressaltos que o tempo se foi escoando. O Camacho até surpreendeu na altura das substituições, mantendo o Cardozo em campo, e foi recompensado com o golo da tranquilidade já em período de descontos, tendo o mesmo Cardozo aproveitado uma asneira do guarda-redes Nílson (e foi muito bem-feito, porque desde a célebre eliminatória da Taça em que fomos gamados e eliminados pelo Guimarães na Luz graças a um golo irregular que eu tenho um pó enorme a esta criatura - ainda me lembro do número de vezes que ele simulou estar lesionado durante esse jogo para queimar tempo).

Não vou mencionar melhores ou piores, porque esta noite gostei do Benfica como equipa. Vou apenas agradecer ao Cardozo os dois golos, e a infinita paciência que tem, porque passar jogos como ele passa, isolado na frente e a sofrer todo o tipo de faltas dos defesas sem serem assinaladas seria o suficiente para qualquer pessoa normal perder a cabeça. Treze golos já lá estão, e continuo, como desde o início da época, a achar que muitos mais se seguirão. Parabéns também ao Nuno Assis pela boa entrada em jogo - houve períodos em que foi importantíssimo a segurar a bola e a refrear os ânimos do Guimarães, numa autêntica demonstração de futebol trapattoniano.

Aquilo que acabou por mais me irritar mesmo durante o jogo foi a arbitragem. O ror de asneiras foi tal que seria possível fazer um post inteiro sobre esse assunto, mas não gosto de perder tempo com isso. Eu considero o João Ferreira um árbitro muito fraco, mas há coisas que já são difíceis de justificar apenas com aselhice. Depois da arbitragem do Paulo Costa contra o Leixões, espero que isto não seja uma tendência a manter. Eu até acho que onze pontos já são suficientes para descansar, por isso a agenda neste momento já deve ser outra.

Esperemos então que esta difícil vitória possa ser, de facto, um prenúncio para o tal fugidio 'ciclo de grandes vitórias'.

sábado, janeiro 19, 2008

Q.B.

Uma exibição q.b. para vencer o Feirense e marcar presença na sexta eliminatória da Taça de Portugal. Mas quando classifico a exibição do Benfica de 'q.b.', não quero ocultar que ela foi fraca. De facto, chegou mesmo a ter momentos confrangedores na segunda parte, e o motivo principal pelo qual foi suficiente para vencer o adversário desta tarde foi mesmo porque este Feirense que se apresentou hoje na Luz é muito, muito mau.

Mesmo sendo o jogo contra uma equipa da Liga Vitalis, não foi por isso que o começámos com dois pontas-de-lança. Em vez disso jogámos com um meio campo reforçado, em que o Di María fazia as despesas do lado esquerdo, enquanto que o lado direito ficava alternadamente entregue ou ao Maxi, ou ao Nuno Assis. Desde cedo que foi possível assistir a uma verdadeira asa direita dos infernos. Basta imaginarmos o grupinho Luís Filipe/Maxi Pereira/Nuno Assis encarregue desse lado para se ter uma ideia - digamos que em vez de progredirmos no terreno por esse lado, o resultado mais comum era mesmo acabarmos com a bola mais atrás do que tinha começado. O Luís Filipe em particular revelou estar em tarde de grande acerto: cada cruzamento tentado acertava sempre no defesa (parado, de costas voltadas, e com uma perna estendida) à frente dele. Mesmo depois do Rui Costa ter ido até ao lado direito mostrar como se fazia (quando o outro estendia a perna ele puxava a bola para dentro), o festival de tiro ao boneco continuou. O Feirense até se apresentou na Luz com boas intenções, mas era por demais evidente o respeito e até o medo que os seus jogadores tinham. Bastava que o Benfica pressionasse um pouco para que na defesa tremessem por todos os lados, chutassem bolas para onde estivessem virados (por duas vezes estiveram perto do autogolo, e vi um desgraçado, na ânsia de aliviar a bola, chutá-la contra as costas de um colega que estava ali a um metro dele - claro que por essa altura os jogadores do Benfica já se tinham desinteressado do lance, e portanto não aproveitaram a bola que ficou solta no meio da área).
Claro que, vendo isto, o que o Benfica fez foi pressionar o menos possível o adversário, que hoje os nossos rapazes não estavam cá para incómodos desses.

O domínio do Benfica, mesmo sem deslumbrar, foi quase total na primeira parte. O desacerto na finalização também. Muito por culpa do Rui Costa, que era quem levava a bola para a frente com mais cabeça, foram diversas as vezes que o Benfica rondou a baliza adversária, mas as intervenções do guarda-redes e defesas adversários, muitas vezes em desespero de causa, ou a aselhice dos nossos jogadores foram mantendo o resultado em branco. O mais perto que estivemos de marcar foi num remate do Katsouranis à barra, que depois levou a bola a cair muito perto da linha de golo. De qualquer forma, dada a tendência do jogo, parecia ser apenas uma questão de tempo até que a bola finalmente entrasse, pelo que a minha preocupação ao intervalo não era muita. Assim que o apito soou para que os jogadores recolhessem aos balneários, foi possível verificar que o Cardozo e o Adu iriam entrar logo a seguir ao intervalo.

Entraram para os lugares do Maxi Pereira (mais um jogo para esquecer, rivalizando com o Luís Filipe em termos de qualidade de jogo) e do Di María (muito inconsequente, embora também seja verdade que o Benfica jogou muito pouco pelo seu lado, preferindo explorar a asa direita dos infernos). O Benfica passou a jogar em 4-4-2, mas não sei dizer se isto foi bom ou mau. É que por um lado não demorou muito até que o recém entrado Cardozo abrisse o marcador, num remate de pé direito a aproveitar uma bola solta na área (mas que patetice foi aquela de atirar a camisola para a bancada, o que lhe valeu um amarelo, e depois ainda teve que ficar à espera que lhe trouxessem outra camisola para poder reentrar em campo?). Mas por outro lado a exibição do Benfica caiu a olhos vistos na segunda parte. Depois do golo muitos dos nossos jogadores pura e simplesmente fecharam a loja, e resolveram deixar o tempo correr. Epá, eu tenho que me perguntar que raio de brio é que alguns daqueles tipos têm, que admitem tirar o pé do acelerador assim que se apanham em vantagem sobre o Feirense, e deixam o adversário jogar quase à vontade em nossa própria casa. O que nos valeu foi que, como disse antes, este Feirense foi muito mauzito, e raramente soube o que fazer, compensando apenas em abnegação e entrega aquilo que lhe falta em qualidade. Mesmo com os esforços titânicos dos inevitáveis Edcarlos (isolou um adversário, valendo-nos a lentidão deste e a corrida do Luisão para fazer a dobra) e Luís Filipe (perda de bola em zona proibida, seguida de asneira do Butt ao largar o remate do adversário, deixando dois adversários de baliza escancarada para o golo - que eles fizeram o favor de falhar), o Feirense não conseguiu marcar, o que não merecia dada a falta de qualidade mostrada, mas que até seria um castigo justo para a exibição sem garra da segunda parte.

O melhor em campo foi o Rui Costa. Sem discussão possível. Foi o único que jogou sempre com muita cabeça, quase não falhou passes, foi virtualmente impossível de desarmar pelos adversários, e fez sempre o Benfica jogar para a frente. Menos mal também o Luisão (embora um tanto ou quanto desastrado nos passes longos) e o regressado Katsouranis. Jogo esforçado também do Nuno Assis na segunda parte. Quanto aos piores, acho que já bati o suficiente no ceguinho. Mas digo desde já que me recuso a acreditar que o Moreira não seja melhor do que aquilo que o Butt mostrou esta tarde.

Como aquela exibição na segunda parte me desgostou, resolvi acabar a tarde a ver atletas do Benfica que defendem com garra e brio as nossas camisolas, e fui ver os rapazes do nosso hóquei vencerem a Juventude de Viana por 5-3.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Sepsi

O primeiro reforço do Benfica na reabertura do mercado, o lateral-esquerdo romeno Laszlo Sepsi, foi apresentado hoje. Foi contratado ao Gloria Bistrita, e custou-nos 1,8 milhões de euros.


Apesar de estarem mais ou menos identificadas as posições em que o Benfica está mais carenciado (sendo o caso mais flagrante a posição de extremo direito) parece que a maior urgência foi mesmo arranjarmos mais um prego para o caixão que vão fazendo ao Léo. Mas enfim, é mais um jogador novo, internacional pelas selecções jovens, e cujo valor desconheço, pelo que terei que esperar para ver. Como é óbvio, só lhe posso desejar toda a felicidade no nosso clube.

domingo, janeiro 13, 2008

Negativo

Peço desculpa a quem aqui veio com a intenção de ler uma análise ao jogo de ontem à noite. E peço desculpa porque não vou fazê-lo. Não quero escrever sobre o jogo de ontem porque se o fizesse, acabaria por ter que criticar demasiadas coisas. E a mim custa-me mesmo muito falar mal do Benfica. É contranatura, faz-me sentir mal, e eu não quero chegar ao fim deste post a sentir-me ainda pior do que me sinto desde o final do jogo, depois de ter feito o sacrifício de sair de casa no meu estado febril para poder acompanhar a minha equipa ao vivo. Já o tinha dito esta semana a companheiros benfiquistas: ultimamente ando a sentir-me muito desmoralizado em relação ao nosso clube. É como se fosse visível uma certa aura negativa que o rodeia. E no meu caso, essa aura negativa deve-se muito ao facto de me estar a sentir desiludido com pessoas em cuja competência eu me habituei a confiar. O jogo e o resultado de ontem foram acabaram por nem ser uma surpresa, face a esta visão negativa com que estou do nosso clube.

É certo que as coisas poderiam ter sido diferentes. Muito diferentes até, não fosse a arbitragem encomendada do nosso velho conhecido Paulo Costa durante a primeira parte, que teve como ponto alto o roubo (e a utilização do termo 'roubo' em vez de 'anulação' aqui é mesmo intencional; uma coisa é um erro, outra coisa é premeditação, e aquilo ontem não foi erro nenhum) de um golo limpo ao Benfica. Mas este roubo não justifica a paupérrima segunda parte a que assistimos. Se eu me pusesse a falar sobre o jogo, teria que tentar analisar porque razão a equipa não apresentou qualquer táctica no segundo tempo, parecendo completamente ao abandono. Porque é que certos jogadores parecem ter desaprendido a jogar. Porque é que outros parecem ter lugar cativo, sendo que provavelmente o nosso jogador mais inútil ontem à noite foi recompensado com os noventa minutos de jogo, enquanto que um dos que estavam a ser dos melhorzitos foi logo o primeiro a ser substituído. Teria que discutir e contestar cada uma das opções do nosso treinador na altura de fazer substituições, que em nada contribuíram para melhorar as coisas, antes pelo contrário. Teria que preocupar-me com o crescente divórcio entre os adeptos e a equipa (já nem 30.000 espectadores aparecem para ver um jogo). E isso são temas que, sinceramente, não me apetece aprofundar. Pelo menos não hoje.

Resta-me continuar a fazer fé que as coisas vão melhorar. Aliás, no ponto em que estão, piorar é difícil.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Ridículo


Quer dizer, neste campeonato já assistimos a agressões e cotoveladas, entradas assassinas, e muitas delas ficaram por punir. E agora a Liga decide instaurar o primeiro sumaríssimo da época ao Katsouranis, por causa de um pirete? Mas que patetice é esta?

É pena que não estivessem com tanta atenção, por exemplo, ao jogo do Setúbal com o Porto, antes da visita deles à Luz.

domingo, janeiro 06, 2008

Desperdício

Mais um jogo sobre o qual pouco apetece escrever, sobretudo devido à forma inglória como desperdiçámos dois pontos, contra uma equipa treinada por um dos treinadores portugueses que mais asco me dá. Se quiserem acusar-me de faccioso, estão à vontade, até porque eu escrevo como benfiquista, e como tal acho natural que a minha visão sobre os jogos do Benfica seja mesmo facciosa. Mas francamente, virem-me dizer que o golo do Setúbal colocou justiça no resultado é uma patetice. Justiça? O que eu vi ontem foi um jogo em que uma equipa jogou sempre para ganhar, enquanto que a outra se acantonou toda no seu meio-campo, deu a iniciativa total do jogo ao adversário enquanto rezava por algum lance de sorte num contra-ataque fortuito, e jogou apenas e só para o empate. Quando se viu em desvantagem lá se resolveu a arriscar um bocadinho, sendo contemplada com a sorte grande perto do final.

Durante a primeira parte, a jogar em 4-2-3-1, o Benfica mostrou sobretudo um enorme desacerto na finalização, já que os diversos remates que teve a oportunidade de fazer saíram quase sempre sem direcção. Com o relvado sem estar nas melhores condições (bastante escorregadio) o Benfica optou diversas vezes pelos passes longos, o que facilitou a tarefa a uma equipa que defendia praticamente com dez jogadores acantonados no último terço do terreno. Tivemos também azar com a lesão do Rodríguez à passagem da meia-hora de jogo, já que ontem não parecia ser o jogo ideal para o futebol do Di María, e pelo menos para mim notou-se a troca de jogadores.

A segunda parte pouco de diferente trouxe, já que a tendência do jogo mantinha-se: bola quase sempre nos pés dos nossos jogadores, e o Setúbal na expectativa. Após vinte minutos deu-se o lance caricato, e que garante pelo menos uma semana em cheio aos jornaleiros, da discussão entre o Luisão e o Katsouranis. Nem percebi muito bem qual foi o motivo da discussão entre ambos, agora ainda bem que eu vi o lance na televisão, porque a julgar pelas descrições posteriores que li dos mesmos jornaleiros, era capaz de ficar a pensar que eles tinham andado ao sopapo um ao outro. O Camacho fez o que tinha que ser feito e substituiu ambos os jogadores. O Benfica desorientou-se um pouco, o Setúbal conseguiu sair do seu meio campo durante cerca de cinco minutos, conquistando um livre e um canto, os comentadores, histéricos e com a voz embargada pela emoção guinchavam sobre a 'total desorientação' do Benfica, e o Benfica marcou. Um lance caricato, em que o Cardozo falha o controlo da bola, esta escapa-se para o Mantorras que, por sua vez, falha o remate, mas a bola acabou mesmo por entrar devagarinho junto ao poste. Coincidência ou não, o certo é que bastaram ao Benfica dois minutos com dois avançados para conseguir fazer aquilo que só com um não conseguiu em 70 minutos.

Tal como disse o Camacho no final do jogo, pensei que iríamos vencer. Sobretudo porque o nosso adversário pouco ou nada tinha mostrado até aí. Só que o Benfica esteve mal durante os últimos dez minutos, e revelou uma grande incapacidade para segurar a bola, continuando a optar por saídas rápidas para o ataque através de passes longos, sendo a bola rapidamente recuperada pelo Setúbal. Num desses lances, a dois minutos do fim, um contra-ataque do Setúbal acabou por resultar no golo do empate. É ridículo que uma equipa em vantagem no marcador sofra o golo do empate tão perto do fim num lance de contra-ataque. E ainda em relação a este lance, sem querer estar a bater num dos meus ódios de estimação, só tenho a dizer que estou convencido que com o Luisão em campo não sofríamos aquele golo, e que ele foi muito obra e graça de dois estarolas que andam no Benfica a fingir que são defesas (nenhum dos dois faz a menor ideia do que é que estava a fazer na área naquele momento, nem de quem deveria marcar).

Quanto aos melhores jogadores do Benfica ontem, vou apenas mencionar o mal amado Nélson, que certamente já deveria ter sido posto a andar do Benfica, mas que fez uma grande exibição a lateral-esquerdo. Gostei também do David Luíz e do Rui Costa. Não foi certamente por causa deles que não vencemos ontem.

Agora tenho que começar a preparar-me para o circo que vai rodear o Benfica por causa do lance entre o Luisão e o Katsouranis. Para já foram ambos substituídos, e estão ambos suspensos, sendo estas medidas com que só posso concordar e aplaudir.