quarta-feira, setembro 27, 2017

Desprestigiante

Uma exibição sem ponta por onde pegar e um resultado desastroso e desprestigiante para o Benfica. Nada, absolutamente nada daquilo que o Benfica fez durante os noventa minutos esta noite é digno de ser considerado positivo (a não ser o comportamento dos nossos adeptos nas bancadas). Não é um jogo para esquecer, é para lembrar mesmo, porque apenas encontro paralelo a isto na nossa história mais recente nos episódios de Vigo e de Atenas.




Nem posso escrever muito sobre o futebol jogado num jogo em que, da parte do Benfica, praticamente não existiu. Podia começar a criticar a defesa, já que na primeira vez que o adversário passou a linha do meio campo - e isto infelizmente nem é uma força de expressão, porque foi mesmo literalmente na primeira vez que isso aconteceu - colocou-se em vantagem. Defender tão mal já é preocupante quando jogamos cá dentro, mas numa prova como a Champions, defender assim faz o adversário parecer uma equipa fabulosa. A sensação que dá neste momento é que basta o adversário ter um jogador mais veloz na frente para desbaratar por completo a nossa defesa. Foi mesmo em contra-ataque que o Basileia construiu este resultado: deu-nos a bola, nós andámos lá na frente a fazer aquilo que ultimamente melhor sabemos fazer, ou seja, mostrar zero objectividade no ataque e total incapacidade para criar ocasiões de golo (conseguimos acertar zero remates na baliza durante todo o jogo, apesar de termos mais posse de bola) e depois recuperar a bola e sair em contra-ataque, aproveitando as crateras da defesa. Podia por isso criticar de forma igualmente veemente um ataque completamente inoperante, incapaz de criar uma única real ocasião de golo apesar de ter a bola em seu poder muito mais tempo do que os suíços. Se eles em três ou quatro toques criavam uma situação complicada, nós em vinte na maioria das vezes acabávamos no mesmo sítio onde tínhamos começado. O segundo golo é, à falta de um adjectivo mais inspirado, anedótico. Sofremo-lo aos vinte minutos, na sequência de um canto a nosso favor e de um contra-ataque conduzido por dois jogadores. Dois jogadores. Contra quatro ou cinco nossos, e a bola acabou dentro da baliza. E o jogo ficou praticamente decidido aí, porque nessa altura já não via qualquer capacidade na nossa equipa para inverter o rumo dos acontecimentos, e apenas esperava que a coisa não acabasse num desastre.

Mas um desastre foi mesmo o que aconteceu. A substituição previsível ao intervalo (Salvio no lugar do Cervi), penálti do Fejsa a dar o terceiro golo, e depois desnorte completo da equipa. Quando um jogador com a experiência do André Almeida se faz expulsar (bem expulso, independentemente de ter motivos de queixa por não ter sido assinalada uma falta anterior sobre ele) daquela forma, está tudo dito quanto à estabilidade emocional da equipa. A mim parecia-me que nessa altura a única decisão racional seria reorganizar a equipa e tentar minimizar os estragos, mas nada disso aconteceu. O que eu vi foi uma equipa completamente à deriva, sem rei nem roque, com nove jogadores de campo a correr desmioladamente de um lado para o outro e a atacar sem critério, como se bastasse um golo para inverter o resultado, enquanto que a defesa (completamente entregue a si mesma, já que a equipa estava partida e os jogadores mais adiantados nem pareciam preocupar-se em ajudar a defender) deixava avenidas abertas para os jogadores adversários. O Basileia apenas teve que fazer o que tão bem tinha feito até aí: esperar calmamente pelos erros e aproveitá-los, sendo que nesta altura era ainda mais fácil tirar partido deles. O quarto golo surge após uma assistência brilhante do Pizzi, a solicitar a reconhecida velocidade e destreza de rins do Luisão, e no quinto acho que se fosse necessário ainda apareceria o guarda-redes suíço a fazer mais uma recarga sem que algum jogador nosso conseguisse afastar a bola. E mais alguns ficaram por marcar, como por exemplo numa jogada em que o Basileia enviou a bola por duas vezes aos postes.

Com duas derrotas (uma em casa, outra por números copiosos) frente às duas equipas teoricamente mais fracas do grupo, parece-me que a questão do apuramento para a próxima fase começa a ser uma miragem, e mesmo para a Liga Europa está severamente comprometida. A não ser que consigamos uns quatro pontos nos jogos contra o Manchester United, cenário que nesta fase me parece completamente inverosímil. Repito: nada se aproveita do jogo de hoje. Nem dentro (nem vou mencionar jogadores individualmente, porque conseguiria desancar cada um deles, da baliza ao ataque) nem fora do campo, já que para mim o banco revelou uma total incapacidade para meter a mão e segurar uma equipa perfeitamente desnorteada. Espero que mostre agora a capacidade para juntar os cacos e vencer já o difícil e importante jogo do próximo fim-de-semana. E contando com a nossa união ao redor da equipa - aquela que os nossos adeptos mostraram precisamente esta noite. Não há outro caminho possível.

domingo, setembro 24, 2017

Safanão

Uma vitória tranquilíssima e sem espinhas para dar um safanão na recente sequência de maus resultados. Só foi pena não termos também aproveitado para conseguirmos uma injecção extra de confiança com uma goleada, que face ao volume de ocasiões criadas neste jogo poderia perfeitamente ter acontecido.


As principais notas de destaque no onze foram os regressos do Fejsa e do Cervi à titularidade, e a manutenção do Júlio César na baliza. Algo surpreendente foi o Rúben Dias ter-se mantido no onze, formando dupla com o Luisão, tendo o Jardel saído dos convocados. Surpreendente apenas por uma questão de estatuto, porque o nosso jovem central tem dado boa conta de si e não tem sido por ele que a defesa treme. O Benfica mostrou grande vontade de colocar um ponto final nos maus resultados. Logo desde o apito inicial lançámo-nos no ataque à baliza do Paços, tirando o melhor partido do bom jogo dos nossos extremos, Cervi e Zivkovic, bastante apoiados pelos dois laterais, que se revelaram hoje muito ofensivos. A primeira grande oportunidade de golo surgiu logo aos quatro minutos, com o Jonas a cabecear à figura do guarda-redes depois de um centro milimétrico do Cervi o ter deixado numa posição privilegiada. E esse foi o mote para mais de vinte minutos de pressão quase asfixiante do Benfica, período durante o qual vimos as oportunidades a acumularem-se, incluindo duas bolas a embater no poste da baliza ou remates que acabavam por desviar na floresta de pernas que o nosso adversário acumulava em frente à baliza. A presença do Fejsa no onze permite logo à equipa jogar vários metros mais à frente, porque o raio de acção e de influência dele não tem comparação com o de qualquer outro jogador que tenhamos no plantel para aquela posição. Apesar de ser ele quem caía para o meio dos centrais na saída de bola, vimo-lo frequentemente a recuperar bolas bem dentro do meio campo adversário, o que ajudou a manter constante a pressão sobre a área adversária. Este ímpeto atacante foi finalmente recompensado aos vinte minutos com um bonito golo do Cervi. O Zivkovic entrou pela direita e fez o passe rasteiro e atrasado para a entrada da área, onde surgiu o argentino a rematar de primeira sem dar qualquer possibilidade de defesa. Depois de obtida a vantagem, e sobretudo no quarto de hora final da primeira parte o Benfica baixou o ritmo do jogo. Isto foi algo que nos causou dissabores nos últimos jogos, mas ao contrário do que se passou nessas ocasiões, desta vez o Benfica não cedeu o controlo do jogo. O Paços de Ferreira foi completamente inofensivo no ataque, e o Júlio César não foi obrigado a uma única defesa digna desse nome.



De qualquer forma os últimos maus resultados, que ainda por cima ocorreram sempre depois do Benfica se colocar em vantagem, serviam de aviso e era portanto prudente procurar um segundo golo que tranquilizasse quer a equipa, quer os adeptos. Mal a segunda parte começou o Paços até conseguiu conquistar o seu primeiro canto na partida, mas isso foi mesmo uma excepção, porque depressa se verificou que o Benfica continuava completamente no controlo do jogo. Ainda que sem a intensidade mostrada na entrada da primeira parte, o Benfica ia pacientemente procurando esse segundo golo, que era cada vez mais previsível face à frequência com que a bola continuava a aparecer em zonas de finalização. O golo acabou por surgir na sequência de uma bola parada, pouco depois da hora de jogo. Canto na esquerda do nosso ataque marcado pelo Pizzi, desvio de cabeça do Seferovic ao primeiro poste, e a bola a ir ter com o Jonas que, quase em cima da linha de golo, à segunda e de forma algo atabalhoada lá fez a bola viajar para o fundo da baliza. Uma vez mais a seguir ao golo o Benfica baixou a intensidade do seu futebol, mas manteve-se bastante confortável no jogo, sem deixar que o Paços criasse sequer uma ocasião de perigo. E à medida que o jogo foi caminhando para o final, já com o Jiménez em campo por troca com o Seferovic e dando ainda mais uns minutos de jogo ao Krovinovic e ao Diogo Gonçalves, mesmo a jogar num ritmo muito mais pausado ainda ia conseguindo criar ocasiões de golo, algumas delas bastante flagrantes. O Jiménez desperdiçou mesmo uma situação em que ficou isolado perante o guarda-redes (e a recarga do Diogo Gonçalves foi cortada em cima da linha de golo por um defesa, para depois mais uma recarga do Zivkovic seguir para as mãos do guarda-redes), mas o Zivkovic, o Krovinovic e o Pizzi também dispuseram de excelentes ocasiões para marcar. No final fica uma exibição bastante segura do Benfica e uma vitória justíssima, que poderia ter acontecido por uma margem mais dilatada.


Neste jogo destaco três jogadores: o Fejsa, o Zivkovic e o Cervi. Sobre o Fejsa já não há muito a dizer. A influência dele no jogo e no posicionamento da equipa, e consequentemente até no próprio desempenho dos colegas é por demais evidente. Não creio que seja exagerado dizer que há um Benfica com ele em campo e outro sem ele. Quanto aos dois extremos, passou muito por eles a dinâmica ofensiva apresentada neste jogo. Na minha opinião, já há bastante tempo que considero que o lado esquerdo constituído pelo Grimaldo e o Cervi é o mais forte que podemos apresentar. Os dois jogadores complementam-se muito bem, às vezes parece que jogam de olhos fechados um com o outro, e por isso mesmo sinto sempre uma certa irritação quando a escolha para actuar à frente do Grimaldo é outra (mesmo gostando muito do Zivkovic, mas acho-o bastante melhor na direita). A boa exibição do Cervi foi coroada com um grande golo e espero que isso sirva para mantê-lo na equipa. O Zivkovic mostrou a qualidade técnica que sabemos que tem e uma excelente atitude durante todo o jogo - ainda que, sobretudo na segunda parte, tenha exagerado no individualismo num ou noutro lance. E depois de dois jogos em que fez as assistências para os golos que nos colocaram em vantagem, para depois acabarmos por perder esses jogos, desta vez pode ficar com a satisfação de isso não ter acontecido.

Foi um bom regresso a exibições mais consistentes em vésperas de dois jogos muito importantes. Na Suíça estará em jogo a possibilidade de nos mantermos na luta pelo apuramento para a próxima fase da Champions, e logo a seguir espera-nos uma das deslocações mais complicadas do campeonato, a um terreno onde perdemos a época passada e para defrontar um Marítimo num excelente momento, que o coloca mesmo acima de nós na classificação. Que este jogo tenha servido para devolver a confiança à nossa equipa, porque a falta dela parece-me ter sido um dos principais factores responsáveis pelos últimos maus resultados.

quinta-feira, setembro 21, 2017

Remake

Muitas alterações esta noite, mas infelizmente quase o mesmo resultado dos últimos jogos. Apesar de se notar vontade em alguns jogadores, a qualidade da exibição voltou a deixar a desejar e a vitória voltou a fugir-nos, no remake de um filme a que temos assistido ultimamente.




Para além das muitas trocas no onze inicial, uma alteração táctica: talvez pela primeira vez desde que o Rui Vitória é o nosso treinador, a equipa alinhou numa disposição táctica mais próxima do 4-3-3, com um trio do meio campo formado por Samaris, Filipe Augusto e Krovinovic, e um ataque com Rafa, Jiménez e Gabriel Barbosa, este último a jogar sobre a direita. Na defesa regressaram o Jardel e o eliseu por troca com o Luisão e o Grimaldo, e a baliza ficou entregue ao Júlio César. O filme do jogo não foi muito diferente daquilo que tem acontecido nos últimos tempos. O Benfica nem entrou mal, e chegou relativamente cedo à vantagem, na sequência de um livre lateral, sobre a direita do nosso ataque. A bola foi ter com a cabeça do Jardel no poste mais distante, que a enviou para o centro e o alívio da defesa do Braga fê-la cair à entrada da área, onde o Jiménez rematou de primeira para o golo. Só que depois do golo, mais uma vez, ficou-se com a sensação de que a equipa se foi encostando ao resultado e revelou no geral alguma passividade. O Braga foi subindo no terreno e entretanto devem ter reparado que uma boa táctica era simplesmente deixarem-se cair de cada vez que disputavam uma bola com um jogador do Benfica, porque a certa altura fomos submetidos a uma autêntica barragem de livres perigosos nas imediações da nossa área. Mas a verdade é que em jogo jogado o Braga passou a ter mais bola, e embora o Benfica ainda conseguisse esporadicamente criar perigo junto da baliza adversária, parecia ser mais provável o golo do empate - a melhor ocasião para isso acontecer, no entanto, surgiu num lance que me pareceu claramente irregular, por fora-de-jogo de dois jogadores do Braga após (mais) um livre, mas incrivelmente o lance não foi interrompido.



Na segunda parte pouco mudou. O jogo pareceu-me ficar progressivamente mais partido e comecei a temer a repetição dos últimos jogos, até porque não estávamos a criar grandes ocasiões para marcar o golo da tranquilidade - apenas me recordo de uma boa ocasião, que foi interrompida devido a um fora-de-jogo (mal) assinalado ao Gabriel Barbosa. E o golo do empate inevitavelmente apareceu. Com tantos livres e cantos ao longo do jogo até seria de estranhar que não acabássemos por cometer um erro, e foi isso mesmo que aconteceu. No seguimento de um canto, de alguma forma conseguimos deixar que um dos centrais adversários aparecesse completamente à vontade para cabecear quase à entrada da pequena área - uma incompreensível falha de marcação que nos saiu bem cara. Depois do empate, foi o habitual correr atrás do resultado. Foi necessário lançar o Jonas e o Pizzi, e nos minutos até final o Benfica conseguiu atacar mais e ser mais perigoso do que em todo o tempo decorrido entre o nosso golo e o golo do empate. Infelizmente a inspiração na altura de finalizar não foi muita - o Zivkovic, por exemplo, tem um par de situações em que tem espaço e tempo na esquerda e os passes saem-lhe horrivelmente maus, e mesmo sobre o final, quando isso não aconteceu, foi uma enorme defesa do guarda-redes do Braga a negar um grande golo ao Jonas.

Com este empate desperdiçámos a oportunidade para nos colocarmos já em vantagem sobre aquele que deverá ser o nosso principal adversário no apuramento para a fase seguinte desta competição. É o terceiro mau resultado seguido, e o quarto jogo que não ganhamos nos últimos cinco (e o que ganhámos foi com extrema dificuldade). O mau momento é uma realidade e urge dar a volta a esta situação o quanto antes, sob pena de ficarmos desde já irremediavelmente afastados dos principais objectivos para esta época. E para isso é necessário jogarmos muito mais e uma atitude competitiva diferente. Custa compreender que, nos últimos três jogos, tendo estado sempre em vantagem, tenha parecido que nos deixámos sempre adormecer à sombra dessa mesma vantagem e tenhamos acabado por permitir a recuperação aos nossos adversários.

sábado, setembro 16, 2017

Miserável

De regresso de férias voltei a ver um jogo do Benfica, e mais valia não o ter feito. Uma exibição simplesmente miserável perante uma equipa que eu considero ser das piores do nosso campeonato, e uma consequente inaceitável derrota. 


Nem sequer conseguimos tirar partido de um golo madrugador que nos colocou em vantagem logo aos sete minutos de jogo para conquistar os três pontos que eram uma exigência absoluta. Agora que o jogo terminou até pode ser difícil de acreditar nisto, mas garanto que quando saímos para intervalo, face ao que tinha visto durante a primeira parte, disse para mim mesmo que seria muito difícil vencermos o jogo e que o mais provável seria mesmo uma derrota. Não é que a primeira parte tivesse sido um desastre absoluto (isso estava reservado para a segunda), porque até criámos mais uma ou outra ocasião para marcar, enquanto que o Boavista foi inofensivo. Mas com o resultado a manter-se na diferença mínima, e dada a insegurança da nossa defesa (hoje com a novidade do Rúben Dias no lugar do Lisandro) nos últimos jogos, as perspectivas não eram as melhores. E uma segunda parte simplesmente desastrosa confirmou isso mesmo. Neste momento uma equipa que jogue contra nós necessita de três ou quatro situações para nos marcar dois golos, e assim que o Boavista chegou ao empate tudo começou a ruir. O empate surge num lance digno de futebol dos distritais, em que uma molhada de jogadores do Benfica, a defender um lançamento de linha lateral, se comporta como se fossem os Keystone Cops (há sempre o Google para quem não perceber a referência) e é incapaz de afastar a bola, ficando depois a assistir enquanto um jogador adversário passa a direito pelo meio de todos eles e remata cruzado para o golo. 

Depois disto o Benfica apenas criou real perigo numa ocasião, através de um remate do Jonas. E se o primeiro golo sofrido já tinha sido ridículo, o que dizer do segundo? Um livre directo marcado a uma boa distância da baliza, com a bola a seguir direita às mãos do Varela, que de alguma forma consegue colocá-las de forma a que a bola batesse nelas e seguisse para dentro da baliza. Um frango daqueles que vai figurar em todas as compilações de lances anedóticos que se fazem no final das épocas. A partir daqui então foi o desnorte total, que aparentemente afectou também o banco. O Pizzi anda em sub-rendimento desde que se lesionou, e com isso sofre a equipa e a sua capacidade para construir lances de perigo. Em desvantagem, o nosso treinador teve a reacção de pânico habitual nestas situações em que se começa a lançar avançados para dentro do campo. O problema é que não basta tê-los lá; é necessário servi-los em condições. E certamente que retirar do campo um dos criativos da equipa (Zivkovic) não ajudará em nada a alcançar esse objectivo - para mim esta opção, embora já a antecipasse, foi muito difícil de aceitar. O que eu vi foram praticamente zero ocasiões de golo criadas desde que o Boavista se colocou em vantagem, porque passámos a jogar aos repelões e quase sem explorar as alas (o Grimaldo era o único que ainda ia fazendo um esforço, porque até o Rafa, que ao início até estava a conseguir furar pela direita, agora aparecia o quase sempre no meio). Perdemos, naturalmente, e desconfio que se neste momento o jogo ainda não tivesse acabado ainda por lá andaríamos sem sucesso a tentar marcar um golo.

De uma forma objectiva: perdemos, durante o defeso, três jogadores de altíssimo nível. O Ederson concedo sem discussão que é insubstituível, mas se era impossível arranjar de imediato um guarda-redes do mesmo nível, impunha-se pelo menos encontrar uma opção que nos garantisse mais tranqulidade, sobretudo se o Júlio César não está em boas condições. Já na defesa, e como o afirmei na altura, parece-me que o Jardel e o André Almeida, obviamente não sendo a mesma coisa, conseguem pelo menos no imediato fazer as posições sem demasiados sobressaltos. O problema é que depois não há mais opções. Ainda por cima se ficamos sem o Fejsa, que quando joga vai tapando buracos e disfarçando algumas lacunas na defesa. O Filipe Augusto, lamento ter que estar a reafirmá-lo, não é para mim uma opção válida ao Fejsa (para mim nem teria lugar no plantel, e vou continuar a dizer que para isto preferia o Pêpê que foi emprestado ao Estoril). Não me parece que seja coincidência que assim que o Fejsa e o Jardel se lesionaram (situação agravada por uma lesão do Pizzi da qual ele parece ter regressado a jogar a um nível manifestamente inferior ao que apresentou no arranque da época) o rendimento da equipa tenha caído a pique. 

A equipa de futebol do Benfica atravessa nesta altura, no que diz respeito à qualidade de jogo, uma situação que me parece apenas comparável à que vimos no arranque da era Rui Vitória (este resultado terá equivalência à derrota que na altura sofremos contra o Arouca, com a agravante de não nos podermos sequer tentar justificar com graves erros de arbitragem). Na altura, depois de muito sofrimento, apenas a conseguimos ultrapassar com muita união e foco nos objectivos. É a isto que nós benfiquistas temos que apelar agora.